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Lendas pernambucanas consagradas, como a do Papa-Figo, ganham adaptação para os quadrinhos
Algumas assombrações do Recife Velho (Editora Global, 72 páginas, R$ 49) foi roteirizado por Roberto Beltrão e André Balaio, com ilustrações de Téo Pinheiro
Por: Fellipe Torres - Diario de Pernambuco
Publicado em: 29/04/2017 14:03 Atualizado em:
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Ilustrações são de Teo Pinheiro. Foto: Global/divulgação |
Dentre as dezenas de narrativas fantasmagóricas reunidas pelo sociólogo pernambucano Gilberto Freyre em Assombrações do Recife velho (1959), sete foram escolhidas para ganhar adaptações em formato de histórias em quadrinhos. O Boca-de-Ouro, Um lobisomem doutor, O Papa-Figo, Um barão perseguido pelo diabo, O visconde encantado, Visita de amigo moribundo e O sobrado da Rua de São José compõem o álbum Algumas assombrações do Recife Velho (Editora Global, 72 páginas, R$ 49), roteirizado por Roberto Beltrão e André Balaio, com ilustrações de Téo Pinheiro. O lançamento será neste sábado, às 16h, na Fundação Gilberto Freyre (Rua Dois Irmãos, 320, Apipucos). Haverá encenação das lendas urbanas pelos atores Paulo André Viana e Renê Ribeiro e bate-papo com os autores. O acesso é gratuito.
Confira o roteiro de espetáculos em cartaz no Divirta-se
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A escolha das histórias, segundo Roberto Beltrão, obedeceu a critérios práticos, como a existência de maior apelo visual e de uma narrativa consistente, da qual pudessem ser extraídas cenas possíveis de serem desenhadas. “Em várias delas, Gilberto Freyre conta uma história muito curta, sem desenvolver o personagem. Ele faz muitas digressões - que são ótimas -, com comentários sobre costumes da época, do que se falava, algo que é típico da escrita dele. Em alguns casos, optamos por incluir alguma ficção ali no meio”, explica.
Para manter a verossimilhança dos traços, o grupo contou com o trabalho de verificação histórica conduzido pela historiadora Naymme Moraes. O levantamento buscou identificar qual época se passa cada narrativa, a partir das pistas deixadas nos textos. Embora boa parte das lendas compiladas por Freyre compreenda um período entre o fim do século 19 e o começo do 20 (sendo a última delas por volta da década de 1940), as datas não são reveladas.
“Foi um trabalho de detetive. Por exemplo, em Um barão perseguido pelo Diabo, que para mim é a melhor, há referências a corridas de cavalo e a cômicas, espécie de peças de teatro burlescas. Chegamos a uma data mais precisa, o que nos possibilitou recriar paisagens, cenários urbanos daquela época. Talvez o leitor comum não vá despertar para isso, mas os mais informados sobre a história de Pernambuco vão perceber essas nuances”, opina Roberto Beltrão.
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