Machismo Fox News rompe contrato com apresentador acusado de assédio sexual A empresa terminou sua relação com o Bill O'Reiley , considerado um dos mais vistos dos Estados Unidos, por conta de uma série de denúncias

Por: AFP - Agence France-Presse

Publicado em: 20/04/2017 10:08 Atualizado em: 20/04/2017 13:43

O'Reilly era conhecido por sua retórica ultraconservadora e seu estilo agressivo de entrevistar. Foto: Fox News/Reprodução
O'Reilly era conhecido por sua retórica ultraconservadora e seu estilo agressivo de entrevistar. Foto: Fox News/Reprodução

A empresa que controla o canal de televisão Fox News anunciou, nesta quarta-feira (19), que terminou sua relação com o apresentador conservador Bill O'Reilly, considerado um dos mais vistos dos Estados Unidos, por conta de uma série de denúncias de assédio sexual contra ele. "Depois de uma cuidadosa revisão das alegações, a empresa e Bill O'Reilly concordaram que ele não retornará ao canal Fox News", informou a 21st Century Fox em um comunicado.

Diante da avalanche de denúncias, O'Reilly decidiu há uma semana suspender temporariamente seu programa O'Reilly factor e tirar férias, embora a fuga generalizada de anunciantes tenha selado o destino do programa e do comunicador. O'Reilly, que ocupou um papel central na programação da Fox News por 21 anos com sua retórica ultraconservadora e seu estilo agressivo de entrevistar, pensava em retomar as atividades em 24 de abril.

Em março, o jornal The New York times noticiou que O'Reilly e o canal Fox haviam pagado um total de 13 milhões de dólares a cinco mulheres para colocar um ponto final às acusações de assédio sexual contra o famoso apresentador. No acordo, as cinco mulheres se comprometeram a manter silêncio sobre as denúncias e a renunciar a novos processos na justiça.

O'Reilly nunca negou diretamente as alegações, mas afirmou que era "vulnerável a processos na Justiça por parte de pessoas que querem que ele pague para evitar publicidade negativa". Outra mulher, entretanto, se nega a retirar a denúncia de assédio sexual, já que não deseja uma compensação financeira, mas um pedido público e formal de desculpas. Há menos de um ano, Roger Ailes, um executivo que ajudou a construir a Fox News, também teve que renunciar e se afastar da empresa em meio a denúncias de assédio sexual.

Há duas semanas, o presidente Donald Trump, admirador de Bill O'Reilly e espectador diário da Fox News, saiu em defesa do apresentador, a quem chamou de "uma boa pessoa". Nesta mesma quarta-feira (19), o presidente da ONG Media Matters, Angelo Carusone, apontou que a saída de O'Reilly não obedeceu uma política firme da Fox News contra o assédio sexual, mas à saída dos anunciantes de seu programa. "A Fox News não merece elogios pelo assédio em escala industrial que seus funcionários foram forçados a tolerar", apontou.

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