Cinema
Empresas terminarão filmes inacabados de diretores clássicos
A Netflix e a HBO, por exemplo, lançarão obras inconclusas de Orson Welles e Stanley Kubrick
Por: Alexandre de Paula
Publicado em: 04/04/2017 18:49 Atualizado em: 04/04/2017 19:04
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| The Other Side of the Wind, de Orson Welles, será um dos filmes restaurados. Foto: RCA/Reprodução |
Filmes inacabados sempre despertaram a curiosidade de muita gente. Seja pela falta de dinheiro, seja pela morte (alguns dos motivos mais comuns), muitos longas de diretores consagrados nunca chegaram ao fim. A Netflix e a HBO, porém, anunciaram que vão trazer à luz obras inconclusas de Orson Welles e Stanley Kubrick. O último longa de Welles, diretor de Cidadão Kane, The other side of the wind (O outro lado do vento, em tradução livre) será finalizado pela Netflix. A informação (que, há muito tempo, já era ventilada como rumor) foi confirmada e o serviço de streaming se dedicará ao projeto.
Confira os horários dos filmes em cartaz no Divirta-se
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Apesar de as filmagens terem começado em 1970, The other side of the wind não foi terminado antes da morte do diretor, em 1985. Para concluir a montagem, a Netflix comprou 1083 bobinas gravadas por Welles. Elas estavam armazenadas em Paris e foram levadas para Los Angeles. A empresa também precisou renegociar todos os contratos de direitos. Antes, as bobinas pertenciam a um grupo de produtores (entre eles, Peter Bogdavonich, ator coadjuvante do filme). Em 2014, eles já haviam tentado recuperar o longa com uma campanha de financiamento coletivo que planejava arrecadar US$ 2 milhões. No entanto, eles conseguiram somente US$ 400 mil dólares e o projeto ficou de lado.
Depois do fracasso da campanha de financiamento, eles entraram em contato com a Netflix e começaram a negociar a retomada da iniciativa. O longa será montado com base nas anotações de Orson Welles. “É um trabalho de amor e um presente para o legado de um dos principais diretores da história”, escreveu, em comunicado, o chefe de contéudo da empresa, Ted Sarandos.
Em The other side of the wind, Orson Welles pretendia fazer uma sátira de Hollywood. O protagonista John Huston encena o papel de um diretor consagrado que tenta voltar à indústria, depois de um tempo fora dos holofotes.
Depois do fracasso da campanha de financiamento, eles entraram em contato com a Netflix e começaram a negociar a retomada da iniciativa. O longa será montado com base nas anotações de Orson Welles. “É um trabalho de amor e um presente para o legado de um dos principais diretores da história”, escreveu, em comunicado, o chefe de contéudo da empresa, Ted Sarandos.
Em The other side of the wind, Orson Welles pretendia fazer uma sátira de Hollywood. O protagonista John Huston encena o papel de um diretor consagrado que tenta voltar à indústria, depois de um tempo fora dos holofotes.
Napoleão de Kubrick
Uma das obsessões de Stanley Kubrick, diretor de Laranja mecânica e 2001 — Uma odisseia no espaço, era produzir um longa baseado na vida de Napoleão Bonaparte. O projeto era ambicioso - Kubrick queria fazer um épico sobre o francês, incluindo várias cenas de batalhas grandiosas, filmadas na Inglaterra e na Romênia (usando, inclusive, 30 mil soldados romenos).
Para escrever o roteiro, o diretor fez um compilado com 17 mil imagens do imperador. O projeto de Kubrick fracassou justamente por causa da ambição. A ideia do diretor era produzi-lo logo depois de 2001 — Uma odisseia no espaço, mas o custo da produção, orçado em US$ 40 milhões em 1967, assustou os estúdios. A MGM, por exemplo, considerou a iniciativa muito arriscada, já que épicos não estavam em alta na época.
O projeto engavetado deve, finalmente, ganhar as telas, mesmo que não as do cinema, com um projeto da HBO. A emissora prepara uma série, ainda sem data para estrear, baseada no projeto de Kubrick. Steven Spielberg será um dos produtores da empreitada.
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Para escrever o roteiro, o diretor fez um compilado com 17 mil imagens do imperador. O projeto de Kubrick fracassou justamente por causa da ambição. A ideia do diretor era produzi-lo logo depois de 2001 — Uma odisseia no espaço, mas o custo da produção, orçado em US$ 40 milhões em 1967, assustou os estúdios. A MGM, por exemplo, considerou a iniciativa muito arriscada, já que épicos não estavam em alta na época.
O projeto engavetado deve, finalmente, ganhar as telas, mesmo que não as do cinema, com um projeto da HBO. A emissora prepara uma série, ainda sem data para estrear, baseada no projeto de Kubrick. Steven Spielberg será um dos produtores da empreitada.
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