Música

Dançarina Dani Costa é a queridinha do brega recifense

Com mais de 150 mil seguidores nas redes sociais, ela é sensação entre MCs e público

Publicado em: 05/04/2017 21:10 | Atualizado em: 06/04/2017 22:12

A nova forma de dançar brega tem passos do funk, suingueira, arrocha e até stiletto. Foto: Rafael Martins/ DP

Uma nova forma de dançar brega tem surgido nos últimos três anos. Além dos passos já comuns nos palcos da cena recifense, elementos do funk, da suingueira, do arrocha e até do stiletto (método urbano no qual saltos altos e finos são agregados ao figurino) são incorporados às coreografias. O ritmo acelerado do brega de MC ou brega-funk - movimento representado por artistas como MC Troinha (Vai descendo e Balança, balança), Dadá Boladão (Joga sujo e Revoltada), MC Menor, Sheldon Férrer, MC Cego, entre outros - permite que a dança ganhe contornos explosivos e contagiantes. A dançarina Danielle Karla da Costa, 21 anos, conhecida como Dani Costa, é um dos nome da nova geração de bailarinas que têm destacado no cenário.

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Dani começou a dançar brega aos 16 anos, conquistou visibilidade, ganhou popularidade nas redes sociais e admiração entre artistas, produtores e fãs. Ela acumula mais de 150 mil seguidores no Instagram e 56 mil no Facebook. "É o que eu gosto de fazer e quero levar a dança para o resto da minha vida. Acho que posso chegar ainda mais longe", acredita a dançarina que integra o corpo de balé do MC Troinha, ao lado de Vitória Kelly, a Japa (13,5 mil). "Quando entrei no mundo do brega me destaquei por ter o gingado da suingueira. Foi virando epidemia e todo querendo fazer igual", conta.

"Quero levar a dança para o resto da minha vida. Acho que posso chegar ainda mais longe", diz Dani Costa, dançarina de Troinha. Foto: Rafael Martins/ DP

"É um fenômeno recente. Os movimentos estão mais bruscos e ressaltam a bunda e as pernas. Para dançar tem que saber bater cabelo, fazer muito carão e dar close", aponta Jurema Fox, drag queen e cantora que acompanha o movimento há 12 anos. Outras dançarinas do meio desfrutam de popularidade nas redes sociais, como Joyce Pereira (80 mil seguidores no Instagram), Rachel Barros (60 mil) e Thays Aurino (11 mil), do balé de Sheldon Férrer, e Waleska Freitas (21 mil) e Raissa Araújo, bailarinas de MC Menor.

"As dançarinas de MCs ou arrochadeira trazem coreografias ensaiadas. Dani é referência no mercado. Ela tem talento e carisma no palco. É contagiante vê-la dançar", aponta o produtor Caco Brasil, com passagem por bandas como Musa e Kitara. "As músicas estão coreografadas e isso faz o público querer aprender. A popularidade delas (dançarinas) ajuda muito no sentido de divulgação. Contribui para disseminar a música, o artista e a dança", analisa o produtor musical Thiago Gravações, criador do canal no YouTube homônimo que lança clipe de artistas locais.  Dançarinas que acompanham artistas nacionais cumprem esse papel e são consideradas influenciadoras digitais. Lore Improta (dançarina do Faustão), com 1,2 milhões de seguidores, Arielle Macedo (Anitta), com 249 mil e Juliana Paiva, com 228 mil (Léo Santana) são alguns exemplos. 

Nascida e criada na periferia, no bairro Vila Popular, em Olinda, Dani se interessou pela dança aos 10 anos, quando passou a integrar o grupo de dança D'Pressão e participou de concursos de suingueira. Ao lado dos amigos Rhanderson, Caio e Walisson - que formam a "família Costa" -, começou a criar as próprias coreografias. O grupo costuma se juntar durante as tardes para gravar vídeos caseiros e divulgar nas redes sociais, alguns deles com mais de 500 mil visualizações.

A oportunidade de trabalhar e ganhar dinheiro com a dança veio com o convite da dupla Dread e GG. Em seguida, ela integrou o balé do MC Menor. "No início, minha avó ficava com medo, pelo fato de ser muito nova. Minha mãe me acompanhava aos shows e com o passar do tempo viu que não precisava mais". Atualmente no balé do MC Troinha, ela fatura pouco mais que um salário mínimo por mês e afima que é o suficiente para pagar as "coisas dela". Dani mora com a mãe, Hosana Ferreira da Costa, 43 anos, o irmão, Carlos Daniel, 17 anos, e a avó Ivanilda. "O dinheiro é dela. Não precisa contribuir com nada não", explica a mãe, dona de casa. A bailarina não concluiu o ensino médio, mas pretende retomar os estudos. 

Vaidosa, Dani compartilha selfies, fotos produzidas e divulga as lojas que patrocinam os figurinos, as unhas em gel e outros produtos. Os cachos loiros também chamam a atenção."Me perguntam muito como cuido do meu cabelo. Pensam que eu virei blogueira", se diverte. Uma cicatriz na barriga provoca a curiosidade das pessoas, mas não a incomoda. "Não ligo, mas sempre tenho que explicar. Foi uma cirurgia que fiz aos 14 anos por causa de uma apendicite". 

Ao lado dos amigos Rhanderson, Caio e Walisson - que formam a "família Costa", dançarina grava vídeos de coreografias. Foto: Rafael Martins/ DP


Conheça a dançarina Dani Costa:



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