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Denúncia Cais do Sertão passa aniversário de três anos de portas fechadas Atividades estão suspensas há quinze dias em função de obra de manutenção do piso

Por: Marina Simões - Diario de Pernambuco

Publicado em: 04/04/2017 19:34 Atualizado em: 04/04/2017 20:10

O Cais do Sertão recebeu cerca de 7,5 mil visitantes por mês em 2016. Foto: Mauro Filho/Divulgação
O Cais do Sertão recebeu cerca de 7,5 mil visitantes por mês em 2016. Foto: Mauro Filho/Divulgação

O Cais do Sertão está fechado há quinze dias e ainda não tem previsão para reabrir. Na segunda-feira, dia 3 de abril, o equipamento completou três anos da sua inauguração. Diferente dos anos anteriores, não houve programação em comemoração ao aniversário. A obra de manutenção do piso, iniciada no mês passado, ainda não foi concluída. Funcionários do equipamento também denunciam atrasos nos salários. A reportagem do Viver foi ao local e constatou que há apenas um pequeno cartaz na entrada explicando aos visitantes que as atividades estão suspensas. "O Cais do Sertão está passando por reparos no piso e, por isso, está com sua visitação suspensa temporariamente. Tão logo a obra seja concluída, informaremos através dos canais de comunicação", diz a mensagem.  

Em resposta, o coordenador de Projetos da Fundação Gilberto Freyre, gestora do Cais do Sertão, Gilberto Freyre Neto, esclareceu que houve um atraso na obra de manutenção do piso. "Sempre pensando em proteger o usuário e o acervo do museu, finalizamos hoje a parte da manutenção. Realizamos as últimas colagens das placas e a vulcanização do piso. Precisamos de dois dias para garantir o resultado", explicou. Ainda serão feitas a higienização e a mudança dos filtros do ar-condicionado. A previsão é reabrir ainda esta semana. "Sobre os salários, estamos vencendo a burocracia pública que impede um planejamento à longo prazo. Aguardamos o pagamento de uma parcela atrasada por parte da Empetur". Segundo Gilberto, ainda haverá um planejamento para determinar as atividades do mês de abril em comemoração ao aniversário do museu. Já está prevista a visita da curadora Isa Ferraz e do arquiteto Marcelo Ferraz.

A administração do local havia estipulado o prazo para reabrir no último dia 28 de março, há uma semana. O equipamento dedicado à cultura nordestina e à obra de Luiz Gonzaga vem sendo fechado sucessivas vezes há pelo menos oito meses. Em fevereiro, os trabalhadores denunciaram atrasos nos salários e auxílios para refeição e transporte. Em novembro no ano passado, as atividades foram paralisadas em protesto para exigir os pagamentos. O museu também suspendeu as atividades no mês de julho, quando a energia foi cortada por atraso nas contas. 

O museu recebe um fluxo de visitantes e turistas que circulam pelo bairro do Recife diariamente. A videomaker Gabriela Peixoto, 28 anos, veio do município de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco, para conhecer a instalação. "Fui ao Paço do Frevo primeiro e chego aqui e está fechado. Para quem vem de longe é muito ruim. Vou embora sem conhecer o museu", lamentou. 

Somente no ano passado, o Cais do Sertão recebeu cerca de 90 mil visitantes (média de 7,5 mil por mês), segundo dados do balanço divulgado pela Fundação Gilberto Freyre, gestora do museu. O espaço foi eleito em 2016 um dos dez melhores museus do Brasil pelo site de viagens TripAdvisor. 

O ESPAÇO
O Cais do Sertão, inaugurado em 2014, está situado na Avenida Alfredo Lisboa, no Bairro do Recife, próximo ao Marco Zero. Em janeiro do ano passado, foi anunciado o lançamento de um edital de ampliação das instalações, que devem ganhar auditório, salas de exposição e restaurante, entre outros ambientes. Os ingressos para o Cais do Sertão custam R$ 8 e R$ 4 (meia). Às quintas-feiras, a entrada é gratuita.

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