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Televisão Quatro séries de TV que mostram o quanto a omissão agrava o bullying 13 reasons why e Big little lies são algumas das produções que aprofundam a temática

Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco

Publicado em: 28/03/2017 21:54 Atualizado em: 29/03/2017 10:22

13 reasons why fala sobre razões que levaram adolescente ao suicídio. Foto: Netflix/Divulgação
13 reasons why fala sobre razões que levaram adolescente ao suicídio. Foto: Netflix/Divulgação

Sofrer bullying na infância pode levar ao surgimento de problemas crônicos na vida adulta. As situações de humilhação vivenciadas enquanto criança provocam reações na formação pessoal de cada indivíduo e pesam em decisões extremas tomadas pelas vítimas - a exemplo de suicídio. Como uma forma de chamar a atenção para a gravidade do tema, os abusos voltaram a ser recorrentemente tratados em séries norte-americanas. Novo seriado da Netflix, 13 reasons why é uma das produções sobre o assunto e estará disponível a partir de sexta-feira (31) no catálogo. Apesar de se passar no universo escolar, vale ressaltar que a trama não é adolescente. A narrativa é construída de maneira densa.

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Das produções televisivas exibidas atualmente, obras como Big little lies (HBO) e Riverdale (Warner) também abordam a temática sob diferentes perspectivas. Além dela, a segunda temporada de American crime, disponível na Netflix, também aborda o assunto. As leituras são variadas, mas costumam expor a omissão das instituições escolares e como a sociedade pode ser nocisa em alguns casos.


13 reasons why
Produzida pela cantora e atriz Selena Gómez, 13 reasons why é uma série sobre suicídio inspirada no livro homônimo, lançado em 2007, que vendeu mais de 2 milhões de cópias. Dez anos depois, o assunto permanece atual. A obra examina os motivos do suicídio da personagem Hannah Baker. As justificativas foram registradas em fitas cassetes, deixadas para os envolvidos, entre eles, Clay Jensen. Os 13 episódios retratam situações cruéis vivenciadas no ensino médio, como machismo, homofobia, crise de identidade, solidão e bullying.

Sem seguir a ordem cronológica, a protagonista, vivida pela novata Katherine Langford, narra a experiência pessoal ao chegar em uma escola nova dos Estados Unidos. A intenção de Hannah é mostrar como ela se sentiu ao ser exposta em situações delicadas pelos colegas de escola que agora escutam os relatos. No primeiro episódio, Justin, um dos garotos populares da escola, tira uma foto de Hannah descendo de um escorrego. Espalhada em um contexto diferente entre os alunos, o registro é o ponto de partida de uma série de bullying sofrida pela personagem. Em meio à narrativa, erros cometidos constantemente pela sociedade são criticados.

Em sete episódios, minissérie toca em temas como bullying e violência doméstica. Foto: HBO/Divulgação
Em sete episódios, minissérie toca em temas como bullying e violência doméstica. Foto: HBO/Divulgação


Big little lies
Elogiada pela crítica, a minissérie Big little lies, cujo último capítulo vai ao ar neste domingo domingo (2), às 23h, na HBO, apresenta os traços característicos de quem sofre ou pratica bullying. A intimidação de Amabella, filha da bem-sucedida Renata Klein (Laura Dern), é um dos problemas tratados. No primeiro capítulo, ela acusa o novato Ziggy da agressão, mas os episódios seguintes induzem a questionar sobre a culpa ou não do menino, filho de Jane (Shailene Woodley). A história se desenrola mais sob o olhar das mães, a partir das reações da mãe de vítima e suspeito.



A maneira como a escola - da professora à direção - lida com o bullying também é apontada. A abordagem é semelhante à adotada pela série 13 reasons why, que critica a omissão escolar ou o despreparo. A minissérie da HBO, também estrelada por Nicole Kidman e Reese Withespoon, é inspirada em um livro homônimo de Liane Moriarty, que aprofunda mais na questão.

Prática (e negação) do bullying leva jovens a atitudes extremas. Foto: ABC/divulgação
Prática (e negação) do bullying leva jovens a atitudes extremas. Foto: ABC/divulgação

American crime
A segunda temporada da série de antologia American crime é mais uma série a abordar atitudes extremas como consequências de bullying. Ao longo de dez episódios, um estudante é vítima de humilhação em dois momentos: registro de fotos em situação embaraçosa e, posteriormente, em homofobia. A orientação sexual, sobretudo em sociedades como o Brasil, costuma ser alvo de preconceito em escolas. O resultado é catastrófico.

A história começa com a acusação de um estupro sofrido por um aluno pobre durante uma festa de atletas de elite. Mais uma vez, o colégio é mostrado de forma adversa. A instituição escolar se desdobra para abafar o caso e, dessa forma, não reduzir o número de matrículas e de investidores. Mais uma vez, a sociedade é questionada.

Bullying é inserido na história de mistério de Riverdale. Foto: CW/Divulgação
Bullying é inserido na história de mistério de Riverdale. Foto: CW/Divulgação


Riverdale
Em séries adolescentes, a temática é quase onipresente, independentemente de ser o tema central ou não. Disponíveis na Netflix, Gossip girl e The OC, exibidas nos anos 2000, chegaram a incluir o assunto em variados momentos das produções. As duas acompanham o dia a dia escolar de adolescentes, desde relacionamentos amorosos, futuro e inseguranças do ensino médio. O bullying, nestes casos, não ganha protagonismo, mas é impossível ser ignorado, já que é tão recorrente no mundo. É o que acontece em Riverdale, exibida no Warner Channel, às segundas-feiras, às 21h40. A série retrata personagens que sofrem ou praticam situações constrangedoras no colégio.

Com mistérios, reviravoltas e jogo de intrigas, a série foi renovada para a segunda temporada. Comparada a Twin Peaks, Riverdale mostra a morte de Jason Blossom (Trevor Stines), o fio condutor da trama. A tragédia ocorre em uma viagem com a irmã gêmea Cheryl Blossom (Madelaine Petsch). A partir disso, a produção aborda temas como bullying, amor não correspondido e triângulo amoroso, e explora estereótipos de escolas norte-americanas: personagens populares versus perseguidos.

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