Exposição Após período de reformas, Museu do Homem do Nordeste reabre com novas obras em seu acervo Criado em 1979, a partir da junção dos acervos do Museu do Açúcar, do Museu de Antropologia e do Museu de Arte Popular de Pernambuco, espaço documenta manifestações socioculturais populares do Nordeste

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 15/03/2017 18:40 Atualizado em: 15/03/2017 18:21

O Museu do Homem do Nordeste fica localizado na Av. 17 de Agosto, 2187, em Casa Forte. Foto: Fundação Joaquim Nabuco/Divulgação
O Museu do Homem do Nordeste fica localizado na Av. 17 de Agosto, 2187, em Casa Forte. Foto: Fundação Joaquim Nabuco/Divulgação


Após três meses de portas fechadas para reforma estruturais, o Museu do Homem do Nordeste voltará ao seu funcionamento neste domingo (19). Além de ajustes que visam garantir maior segurança e conservação do espaço, equipamento recebe novas obras e promete uma aproximação maior com o público e temáticas contemporâneas. A abertura será realizada com a 6ª edição do programa Domingo dos Pequenos. Dedicado ao público jovem e infantil, o evento conta com exibição de filme e atividades no jardim do equipamento.

Segundo a coordenadora-geral do museu, Silvana Araújo, durante os últimos meses foram realizados reparos para sanar problemas de infiltração, além de ajustes em estruturas que apresentavam desgastes. Porém, garante, que o conceito da exposição permanece inalterado. A gestora explica ainda que, após a reforma, o Museu do Homem do Nordeste proporcionará uma maior aproximação do público com seu acervo. "Decidimos abrir mão de algumas vitrines para permitir que os visitantes cheguem mais perto, se aproximem dos objetos", afirma a coordenadora.

Também houve alteração nos textos expostos: foram editados e readaptados para garantir uma maior compreensão. "São textos excelentes, mas por vezes densos e muito acadêmicos. Neste ajuste, optamos por torná-los mais leves, com a consulta aos autores", reiterou Silvana. Um novo material textual, produzido pela equipe do museu também passa a ser incluido na mostra permanente do espaço.

Além disso, o público poderá perceber alterações em alguns dos módulos da exposição, como na sala das influências que passa a privilegiar também os povos indígenas e afrodescendentes. "Precisamos colocar no módulo objetos que ainda hoje utilizamos, a exemplo da rede de dormir, dos tecidos africanos e os turbantes, tão badalados nas redes sociais. Queremos incitar o debate", pondera a gestora.

No módulo dedicado aos indígenas será acrescentado um mapa com um indicativo dos povos presentes na região Nordeste e uma fotografia de Xikão, liderança indígena que lutou pela demarcação do território Xukuru. Segundo a gestora, são alterações que foram realizadas em diálogo com os povos da Comissão da Juventude Indígena de Pernambuco (COJIPE).

Ampliação
Além dos ajustes e alterações, o espaço expositivo recebe novos objetos do acervo, como uma antiga máquina de algodão doce, um carrinho de café e uma máquina de amolar facas, que pertenceu a José Antônio da Costa Filho, um dos primeiros amoladores do bairro de Casa Amarela. Outro destaque é a inserção da obra ABC da cana, do artista Jonathas de Andrade, e a pintura O canavial, de Aloísio Magalhães.

Além das citadas obras, serão incluídas fotografias do projeto Nordestes emergentes, que abordam questões contemporâneas acerca das identidades do Nordeste. "Com as inserções, buscamos trazer uma contemporaneidade maior para este Nordeste que está pulsando; e não só o Nordeste que está mais evidente em nosso acervo, que é mais histórico. É nosso intuito mostrar a constante ebulição dos Nordestes aqui representados", concluiu.

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