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Premiada série American Crime Story chega à Netflix
A produção acompanha o polêmico julgamento de O.J. Simpson
Publicado: 02/02/2017 às 20:34

Seriado reproduz cenas clássicas do tribunal, como a prova da luva pelo ex-jogador. Foto: FX/Reprodução/
Estrelada por Cuba Gooding Jr., a produção da FX estará disponível a partir de hoje no catálogo da Netflix. Em dez capítulos, a série antológica de Ryan Murphy (American horror story) reconstitui o extenso e controverso julgamento, cuja duração foi de cerca de dez meses. O jogador foi acusado de matar a ex-mulher, Nicole Brown, e o amigo dela Ronald Goldman. As duas vítimas foram esfaqueadas em casa, enquanto os filhos de Nicole com O.J. dormiam. Os fortes indícios no local do crime apontavam para o ex-jogador, mas ele terminou absolvido.
Em 1992, dois anos antes, a comunidade negra em Los Angeles protestava contra a violência policial - como no caso de agressão contra o taxista Rodney King, espancado por policiais. Diante do cenário, a questão racial foi o elemento preponderante utilizado pelos advogados para conseguir a absolvição de O.J. A defesa do acusado projetou, então, um perfil de "um homem negro, mais uma vez, perseguido pela polícia". O passo a passo do julgamento é recontado no seriado. Diante da repercussão midiática, a questão racial influenciou até a formação de equipe. Johnny Cochran, vivido por Courtney B. Vance, foi o principal advogado de defesa. O fato de ser negro foi levado em consideração, já que a maioria do júri era formada por negros.
Com ampla cobertura midiática, o julgamento do século, como ficou conhecido, foi acompanhado por milhares de telespectadores como um reality show. Alguns momentos foram emblemáticos. Uma das cenas principais do seriado foi a reconstituição da perseguição policial de mais de 90 quilômetros, transmitida em tempo real pela televisão norte-americana e vista por cerca de 90 milhões de pessoas. A imagem mostra um O.J. desesperado em um furgão branco, relutante em se entregar.
A narrativa foi construída tomando como base o livro The people v. O.J. Simpson, de Jeffrey Toobin. O elenco também foi um dos trunfos do seriado. A atriz Sarah Paulson, por exemplo, venceu em todas as premiações da qual foi indicada para viver a promotora Marcia Clark. Um retorno à televisão, John Travolta, como o primeiro advogado de defesa Robert Shapiro, também ofereceu bons momentos. Conhecido pelo papel de Ross em Friends, David Schwimmer soube passar para o público o drama de viver o advogado e amigo pessoal do acusado. Diante da proximidade, o personagem passou por conflitos por defender um amigo, ao mesmo tempo em que questionava a inocência dele. O protagonista Cuba Gooding Jr., no entanto, dividiu opiniões.
O.J. in America
O seriado faz um recorte primoroso do momento da acusação à absolvição, mas não chega a ser um relato biográfico, como propõe o documentário O.J. Simpson: made in America. O filme é uma edição reduzida da série documental homônima, disponível na plataforma online Watch ESPN. Da ascenção ao declínio, a produção relembra o auge de O.J. como jogador de futebol americano, passando pelo julgamento do século e chegando ao período de declínio. A absolvição do duplo homicídio foi duramente questionada. Anos depois, O.J. foi alvo de outro julgamento em 2008, com 12 acusações, sendo condenado a 33 anos de prisão. Para a leitura de muitos, foi a justiça do caso de 1994.
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