Música Céu, Skank e Jorge Ben Jor farão show gratuito no Recife em tributo ao carioca Projeto Nivea Viva! articulará shows em diferentes capitais do país, incluindo o Recife, no dia 21 de maio

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 07/02/2017 10:36 Atualizado em: 07/02/2017 13:11

No ano passado, o Nivea Viva! celebrou os 60 anos do rock nacional, com turnê protagonizada por Nando Reis, Paula Toller, Paralamas do Sucesso e Marjorie Estiano. Fotos: Luiz Garrido, Weber Padua/Divulgação e Pedro França/Esp. CB/D.A Press
No ano passado, o Nivea Viva! celebrou os 60 anos do rock nacional, com turnê protagonizada por Nando Reis, Paula Toller, Paralamas do Sucesso e Marjorie Estiano. Fotos: Luiz Garrido, Weber Padua/Divulgação e Pedro França/Esp. CB/D.A Press


São Paulo
- A trajetória artística de Jorge Ben Jor será revisitada em palcos distribuídos por várias capitais do país neste ano. Em shows gratuitos, promovidos pelo projeto Nivea Viva!, a cantora Céu e a banda Skank darão voz à homenagem ao artista carioca, conhecido por faixas como Mas, que nada, País tropical e Chove chuva. Ele também participará das apresentações. No Recife, o show Nivea Viva Jorge Ben Jor ocorrerá no dia 21 de maio, em local ainda não definido.

Confira o roteiro de shows e prévias no Divirta-se

A escolha de Jorge Ben Jor para a 6ª edição foi justificada pela "alegria" e "atemporalidade" de sua obra. O repertório, que será formado por 32 canções, ainda está sendo definido pela direção musical (Dadi Carvalho) e artística (Monique Gardenberg) do projeto, com participação dos intérpretes e do próprio Jorge Ben Jor na seleção das faixas. Há o consenso de que O dia em que o sol declarou seu amor pela terra, do LP Bem-vinda amizade (1981), abrirá os shows. Skank entrará primeiro em cena, recebendo Céu e, em seguida, Jorge. Eles se revezarão sobre o palco, fazendo performances solo, em dueto e coletivas.

Uma premiére para convidados vai ocorrer no dia 14 de março, mas o primeiro show da turnê, aberto ao público, será no dia 5 de abril, em Porto Alegre. O encerramento está marcado para o dia 25 de junho, em São Paulo. Capitais como Fortaleza (7 de maio), Rio de Janeiro (9 de abril) e Brasília (11 de junho) também estão no roteiro do espetáculo. "É difícil pensar em músicas Lado B de Jorge, porque até estas são populares. Mas sugerimos algumas menos conhecidas, além das clássicas, e o setlist deve misturá-las", antecipou Samuel Rosa, vocalista do Skank.

A cantora paulistana Céu se disse honrada com a oportunidade de homenagear um ídolo. A mãe dela, a artista plástica Carolina Whitaker, inspirou uma das músicas mais conhecidas de Jorge Ben Jor, Carolina carol bela (Jorge Ben Jor/Toquinho). "Tenho todos os discos dele e foi através de Jorge que firmei minha inclinação de seguir na música. Na nossa casa, cresci ouvindo seu trabalho. Há, ainda, histórias e relações de amizade, de família", disse Céu. Jorge chegou a dar uma palhinha de Carolina carol bela, segurando as mãos de Céu. "Ela é minha musa. E Carolina é a mãe dela", disse ele.

Samuel Rosa disse considerar Jorge o padrinho do Skank: composições dele vêm sendo incluídas em álbuns desde o início da trajetória do grupo com disco homônimo, em 1992. Reforçou, também, que será o primeiro encontro da banda com Céu sobre os palcos, um desejo antigo deles.

Céu, Skank e o próprio Jorge Ben Jor se revezarão sobre os palcos, em solos, duetos e performances coletivas. Foto: Leo Aversa/Divulgação
Céu, Skank e o próprio Jorge Ben Jor se revezarão sobre os palcos, em solos, duetos e performances coletivas. Foto: Leo Aversa/Divulgação


"Jorge é um inventor, está no nível do Little Richards. Ele deveria constar entre os grandes inventores do século 20. O desafio de criar algo novo e, ao mesmo tempo, ser pop e universal, ele conseguiu isso. Jorge é citado como referência por nove entre dez bandas. No movimento do qual saímos, nos anos 1990, nomes como Chico Science e Nação Zumbi, Mundo Livre S/A e O Rappa sempre citaram Jorge Ben Jor como inspiração. No nosso primeiro álbum independente, já havia uma composição de Ben Jor, Cadê o pênalty?", disse Samuel Rosa, vocalista do Skank, sobre o tributo. Na ocasião, ele teria contactado Jorge para que o compositor autorizasse a gravação, dando início a uma relação de parceria, fortalecida pela surpresa de Jorge ao saber do interesse do grupo por uma faixa não tão conhecida.

>> CENÁRIO DOS SHOWS

A paixão de Jorge Ben Jor pelo cinema motivará grande parte da ambientação dos espetáculos, segundo a diretora artística Monique Gardenberg. "Jorge Ben Jor é o verdadeiro alquimista da nossa música. Ele surge logo após a bossa nova e arrebata o mundo com seu sucesso. A partir daí, se dá uma sequência de reconhecimento entre os artistas nacionais e estrangeiros. O sotaque jazzista é claro em sua obra. Ele frequentou a Jovem Guarda, o tropicalismo, foi gravado por nomes como Gal, Bethânia... percorreu toda a música brasileira, chegando ao rap, ao pagode, a MPB inteira. Ele é um patrimônio da música brasileira, um inventor",  disse Monique.

A cenografia está sendo articulada de modo a aproveitar a luz do entardecer e das primeiras horas da noite, já que os shows costumam ser iniciados por volta das 17h em grandes espaços abertos ao público, como parques e orlas das capitais do país. Ao lado de Monique, trabalha Dadi Carvalho, encarregado da direção musical dessa edição. Ele acompanhou Jorge Ben Jor nos anos 1970 e participou das gravações do LP África Brasil (1976).

Artistas durante coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (7) em São Paulo. Foto: Larissa Lins/DP
Artistas durante coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (7) em São Paulo. Foto: Larissa Lins/DP


>> PATROCÍNIO E PROJETO

Diretora de marketing da Nivea no Brasil e vice-presidente de inovação para as Américas, Tatiana Ponce comentou a nova fase do Nivea Viva!, modificada sobretudo pela primeira homanegem a um expoente vivo da música brasileira. "Foi um desafio seguir com esse projeto no ano passado, mas eu reafirmei nosso interesse de continuar o Nivea Viva!. Analisando a situação do país, percebemos como é importante manter esse momento de lazer, de escape. O projeto nasceu da intenção de ser uma plataforma de música para sentir na pele, com quatro pilares principais: algo contemporâneo, emocional, democrático e feminino", explicou.

Tatiana não revelou o aporte financeiro necessário ao desenvolvimento do projeto, mas explicou a opção da marca em não viabilizá-lo através da Lei Rouanet. "É uma turnê de grandes proporções. Para executá-la da forma como achamos que merece e deve, a captação de recursos via Lei Rouanet seria impossível", argumentou. Somente no primeiro ano do Nivea Viva!, em 2012, a publicação de livro-homenagem a Elis Regina foi viabilizada com recursos da Rouanet.

>> OUTRAS HOMENAGENS

O primeiro Nivea Viva!, em 2012, levou Maria Rita aos palcos brasileiros para homenagear clássicos de sua mãe, Elis Regina. Em 2013, o tributo a Tom Jobim levou Vanessa da Mata a protagonizar o projeto. No ano seguinte, Alcione, Martinho da Vila, Diogo Nogueira e Roberta Sá celebraram o samba e, em 2015, Ivete e Criolo cantaram Tim Maia.

No ano passado, o Nivea Viva! celebrou os 60 anos do rock nacional, com turnê protagonizada por Nando Reis, Paula Toller, Paralamas do Sucesso e Marjorie Estiano. O time de artistas evocou a memória de nomes como Raul Seixas, Mutantes, Jovem Guarda, Rita Lee e os mais novos Raimundos, Charlie Brown Jr. e Los Hermanos, incluindo o pernambucano Chico Science e o movimento mangue criado no estado nos anos 1990.

Mais de 3 mil empregos diretos e indiretos foram gerados pelo Nivea Viva! no Brasil em 2016. Mais de 4 mil pessoas se envolveram em logística e segurança, sendo os shows projetados para um público médio de 250 mil espectadores.

*A repórter viajou a convite da Nivea


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