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Música Maestro pernambucano transforma clássicos da música erudita em frevos Com mais de 20 músicas finalizadas, Maestro Duda busca patrocínio para produzir disco e publicar partituras das canções

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 13/02/2017 21:37 Atualizado em: 13/02/2017 17:47

O Maestro Duda adaptou clássicos da música erudita para ritmo de frevo, acumulando mais de 20 versões nos últimos dez anos. Foto: Paulo Paiva/DP
O Maestro Duda adaptou clássicos da música erudita para ritmo de frevo, acumulando mais de 20 versões nos últimos dez anos. Foto: Paulo Paiva/DP


Composições clássicas de Beethoven, Bach, Mozart, Tchaikovsky e Chopin em ritmo de frevo renderiam algo inusitado. Foi no que pensou o Maestro Duda há cerca de dez anos, ao conceber o projeto Eruditos no frevo, dedicado a adaptar clássicos da música erudita ao ritmo pernambucano. Desde então, busca patrocínio para viabilizar a produção de álbum, publicação de partituras e quitação de royalties de uso das sinfonias com direitos autorais reservados. Por ora, sem sucesso.

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Somente dois regentes executam, hoje, sinfonias de Eruditos no frevo no estado: Maestro Spok, à frente da Spok Frevo Orquestra, e o maestro Maviael Júnior, conhecido como Nino, o Pernambuquinho, filho do Maestro Duda, a quem o autor confiou cópias das produções originais. “Spok executa algumas sinfonias informalmente, em apresentações. Eu uso as partituras em concertos e na cadeira de Prática Instrumental do Frevo, introduzida no Conservatório Pernambucano de Música em 2012”, explica Nino, professor, diretor artístico e regente da Orquestra de Frevo Maestro Duda do CPM.

Patrimônio Cultural do Brasil há dez anos - mesmo tempo de incubação da ideia de Duda - e Patrimônio Imaterial da Humanidade desde 2012, o frevo é fio condutor da proposta. Deve aproximar novos instrumentistas da música erudita clássica, sobretudo europeia, referência do ensino tradicional da teoria musical. “O erudito parece distante, em tese. Mas quando você soma ao frevo, surgem novos estímulos. Um músico pernambucano logo reconhece as raízes, tem toda a carga da cultura popular. Gera identificação”, avalia Nino.

Para ele, a “materialização” do Eruditos no frevo em formato de disco e caderno de partituras possibilitaria a difusão do frevo junto à música clássica nas instituições de ensino de música em todo o país. “São gêneros interligados, mas nem sempre associados. Pouca gente sabe, mas o frevo tem uma das técnicas mais difíceis de executar. Quem domina o frevo, domina qualquer música. O jazz, o erudito, tudo está inserido no frevo”, diz. Nino estima em cinco anos o tempo necessário para um músico iniciante ganhar destreza na execução do frevo, período que poderia ser otimizado a partir do cruzamento entre os gêneros musicais.

>> A IDEIA
“Comecei a desenvolver esse projeto há cerca de dez anos. A ideia é adaptar composições clássicas para o frevo. Tenho feito, a cada ano, a adaptação das principais obras de determinado compositor. Já fiz versões de Mozart, Bach... Estou fazendo essa associação entre erudito e popular, mas não consegui patrocínio para transformar isso em disco, publicar as partituras. Já submeti a editais de patrocínio, mas não foi aprovado. Está tudo pronto. O disco já tem mais de 20 faixas.” (Maestro Duda, instrumentista e regente)

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