Entrevista Lenine diz que não reconhece governo atual nem o anterior. Assista "Primeiro, não acredito mais em esquerda e direita, eu acredito no homem", declarou o artista

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 19/01/2017 11:36 Atualizado em: 19/01/2017 12:01

Lenine afirmou que prefere focar nas suas músicas a falar sobre posicionamentos políticos em entrevista a uma rádio. Foto: Johnny Drum/Jovem Pan
Lenine afirmou que prefere focar nas suas músicas a falar sobre posicionamentos políticos em entrevista a uma rádio. Foto: Johnny Drum/Jovem Pan


O cantor e compositor pernambucano Lenine disse se sentir traído pela esquerda em entrevista à Jovem Pan. "Eu vou insistir um pouco e vou voltar à questão da política, se é que você me permite", disse o apresentador Edgard Piccolli, antes de questionar o artista sobre "por que deu errado?". "A esquerda tende a culpar a direita - vamos classificar assim para ficar bem entendida a nossa conversa. Você não acha que a esquerda entrou nesse processo exatamentee pelos próprios equívocos, pelos próprios erros cometidos enquanto estava no poder?", perguntou.

"Primeiro, não acredito mais em esquerda e direita, eu acredito no homem. E toda vez quando tem uma sigla por trás eu desconfio deste homem. Para mim, não existe esquerda e direita. Dito isto, eu tenho que dizer que, com a direita, eu não me senti traído. Eu sei qual era a regra do jogo. Na hora em que a esquerda sobe ao poder sob a égide de 'vamos mudar' e faz a mesma coisa, entra nessa equação, é um sentimento de traição imperdoável", avaliou o artista recifense.

O compositor de Paciência, Leão do Norte e Do it classificou como "chance perdida" os movimentos políticos recentes no país durante o papo com Piccolli no Morning show. "A coisa está tão feia que está enraizada nos três poderes. Passamos um terremoto, mas está vindo um tsunami. Não reconheço esse governo, mas também não o anterior", declarou.

Lenine afirma que prefere focar nas suas músicas a falar sobre posicionamentos políticos. "Eu acho que cada um se posiciona como cada um entende e isso faz parte da liberdade do humano. Prefiro achar que alguém que vê meu show e vá para casa, fique pensando nos temas das minhas canções. Isso tem a ver como o meu e senso de cidadania", diz ele na entrevista.

O cantor também conversou sobre outros aspectos da carreira, como a sua relação com a indústria fonográfica. "A indústria musical criou um esquema que eu nunca compactuei com esse destino e percurso que a música parecia ter que fazer para ser um sucesso. Isso ainda acontece no Brasil por meio de amostragem. Eu projeto nos meus filhos o que vivi. Eu passei 10 anos compondo para os outros. O fato é que não foi fácil para mim. Foi uma busca de excelência e permanência. Tratei com muito carinho esse conteúdo que produzi e é tudo para eles", criticou.

Confira a entrevista completa:



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