Protesto Integrante do Fifth Harmony divulga carta contra decisões de Trump De nacionalidade cubana-americana, Lauren Jauregui faz duras críticas ao impedimento da entrada de refugiados e imigrantes de sete países muçulmanos nos EUA

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 31/01/2017 15:35 Atualizado em: 31/01/2017 23:10

Cantora pop convoca fãs em protesto ao governo de Donald Trump. Crédito: Facebook/Reprodução
Cantora pop convoca fãs em protesto ao governo de Donald Trump. Crédito: Facebook/Reprodução
 
 
Integrante do grupo estadunidense Fifth Harmony, a estrela pop Lauren Jauregui protestou contra a controversa decisão do presidente norte-americano Donald Trump de banir temporariamente a entrada de refugiados e visitantes de sete nações majoritariamente muçulmanas nos Estados Unidos. Em uma carta aberta publicada pelo site People, a cantora convoca os fãs a tomarem uma ação contra a iniciativa e se unirem imediatamente em protesto nos aeroportos ao redor do país.

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No texto, Lauren faz duros questionamentos à administração Trump: "Levantar sua mão se você é um imigrante ou filho e filha de imigrantes, ou neto, ou bisneto, ou tataraneto? Espere... estamos todos de mãos levantadas - incluindo você, Mr. Trump", desafiou uma das integrantes do grupo formado durante o X Factor norte-americano. 

A cantora afirma que os Estados Unidos foram construídos e continuam a sobreviver às custas dos refugiados, que são vítimas das guerras criadas pelos EUA. "O termo refugiado em si é uma palavra tão significativa. Essas pessoas não são terroristas: muitos estão escapando das guerras que criamos em suas terras. Dizer a outro ser humano que as torturas desastrosas da guerra não são importantes e, então, ir ainda mais longe e insultar sua difícil situação de liberdade, rotulando-os de 'terroristas' é desrespeitoso à humanidade", critica em trecho do manifesto. 

Esta não é a primeira vez que a artista realiza pronunciamentos de teor político. Em novembro de 2016, Lauren se revelou bissexual em uma carta direcionada aos eleitores do então candidato à presidência pelo Partido Republicano. Neste mês, ela participou da Marcha das Mulheres que reuniu milhares de pessoas em Washington em repúdio à declarações misóginas do presidente.

Confira a carta na íntegra:

“Levante as mãos se você é um imigrante, ou filho e filha de imigrantes, ou neto de imigrantes, ou bisneto, ou tataraneto-netos? Espere…estão todos de mãos dadas – inclusive você, Sr. Trump – exceto os povos indígenas da América?! Porque eles deveriam estar também.

Em 1492, alguns conquistadores espanhóis que estavam em busca de expandir seu império desembarcaram aqui, escravizando e assassinando os povos indígenas que habitavam e cuidavam de suas bela América, tanto do Norte como do Sul. Em 1620, separatistas cristãos europeus escapando da perseguição religiosa desembarcaram aqui e começaram suas colônias fazendo o mesmo.

Pelas as ondas ambarinas de grão / Pelas montanhas majestosas púrpuras sobre a planície de frutos / América, América, Deus derramou Sua Graça em ti / E coroou teu bem com fraternidade / E coroou teu bem com fraternidade [letra da música ‘America The Beautiful’].

Tudo que te ensinaram e tudo vocês sabem, esse nacionalismo que vocês têm desde que nasceram aqui ou de quando vieram para cá, é uma farsa. Quando todos nós começarmos a acordar e perceber que nossos confortos são passageiros e que mais dinheiro nunca vai salvar este mundo, talvez, apenas talvez, vamos ser capazes de retomar aos valores dos princípios da América.

Essas listras [da bandeira dos EUA] deveriam simbolizar o sangue brutal de uma luta pela libertação da opressão, quando na verdade foram de um legado de conquista e poder de apenas alguns homens. Não há patriotismo para esta bandeira, sem uma crença nos direitos constitucionais que foram adotados da Constituição Iroquois [constituição anterior a atual nos EUA].

Esse país foi construído e continua sobrevivendo nas costas dos imigrantes e refugiados. O termo refugiado em si é uma palavra tão significativa. Essas pessoas não são terroristas: muitos estão fugindo das guerras que criamos em suas terras. Dizer a outro ser humano que as torturas da guerra não são importantes e, então, ir ainda mais longe e insultar sua difícil situação de liberdade, rotulando-os de “terroristas” é apenas desrespeitoso à humanidade. O único terrorismo que a história e eu experimentamos está nas mãos de poderosos homens brancos que estão dispostos a matar e conquistar sistematicamente sem um pingo de empatia por nada além de seus bolsos.

Precisamos perceber o quão importante é o tempo em que estamos vivendo. Meus jovens que entenderam e não escolheram isso para seu futuro, a geração mais velha que escolheu cegamente esse futuro confortável que todos nós imaginamos: Onde nunca conhecemos a guerra, nunca conhecemos a dor do desconforto, fomos privilegiados e prometidos em nosso esquecimento moral.

Desviamos do verdadeiro significado da vida. Nós substituímos o Criador com dinheiro e o reivindicamos em nome da guerra. Desonramos nossos filhos. Temos assassinado e sistematicamente aprisionado, abatido, desvalorizado e drogado a maioria. Destruímos nossa Mãe Terra. Nós nos escravizamos para o homem e nem nos incomodamos com as conseqüências.

Se você está indo aos protestos, se você precisa de seguro de saúde para si mesmo ou um ente querido, se você é uma mulher, se você é uma pessoa de cor, se você está desabilitado, se você praticar qualquer tipo de religião, se você se preocupa com o ar que respira e com a água que bebe, se você compareceu aquela marcha feminina em qualquer cidade, estado ou país onde você veio, você precisa lutar. Precisamos nos unir e deixar esse governo saber que não vamos defender uma outra Alemanha nazista, Rússia de Stalin ou China de Mao Zedong. A lista é interminável no curso da história, e tudo acontece exatamente da mesma maneira. A frase que a história se repete não é um clichê gratuito.

Por favor, prestem atenção ao perigo e ao aviso de bênção de que ainda vivemos em um país onde os princípios fundadores que esses republicanos juram defender ainda estão protegidos. Essas promessas vazias, ordens executivas perigosas, essa obsessão com o dinheiro – não poderemos beber óleo ou comer papel sujo, manchado de sangue e níquel. Por favor, por favor, ouçam.

Procure pelas organizações IPJC.org e ACLU.org para ajudar em uma comunidade perto de você. Nós não temos poder só com tuítes e posts Instagram. Precisamos de ação. Deixe seu futuro voltar as suas mãos.”


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