Arte Grupo recifense de dança pede ajuda para participar de final de competição na Alemanha A companhia pretende levar o frevo de Alceu Valença para o palco da competição

Por: Eduarda Fernandes

Publicado em: 16/01/2017 19:25 Atualizado em: 16/01/2017 18:44

Grupo precisa arrecadar R$ 15 mil até o próximo dia 12, quando a vaquinha será encerrada. Foto: Raphoto/Divulgação
Grupo precisa arrecadar R$ 15 mil até o próximo dia 12, quando a vaquinha será encerrada. Foto: Raphoto/Divulgação


A companhia de dança Gesttus foi selecionada para a final da Tanzolymp Berlin, uma das mais importantes competições de dança do mundo. O grupo, o único representante do Nordeste na disputa, pretende levar o frevo para o palco da competição, na Alemanha, em fevereiro deste ano. Para isso, a Gesttus criou uma vaquinha virtual para arcar com os custos da viagem.

Criada nesta segunda-feira (16), a vaquinha busca arrecadar R$ 15 mil até o próximo dia 12, para bancar a hospedagem e a taxa de inscrição. As passagens, conta a bailarina Sabrina Araújo, já estão garantidas. "Conseguimos por um preço bom, então não precisamos nos preocupar. Mas o problema é que temos que ficar hospedadas no hotel da competição, para poder ter acesso ao teatro. Foi isso que encareceu", disse Sabrina, que também é uma das produtoras. A comitiva do grupo é formada por 11 pessoas.

"Fizemos de tudo para levantar o dinheiro", explica Sabrina. "Já fizemos bazar, vendemos doces na rua e bebidas em Olinda. Sabemos que é um custo alto, mas sentimos que é algo importante tanto para nosso currículo quanto para nosso estado", completa. A Gesttus preparou duas coreografias para a competição - uma com elementos da cultura afro e a outra de frevo, ao som da música Bom demais, de Alceu Valença.

A fundadora da companhia, Larissa Porto, enfatizou a importância da competição para os bailarinos, que tem entre 19 e 26 anos de idade. "Com essa visibilidade internacional, eles podem ganhar bolsas de estudo de dança no mundo inteiro", conta. "Isso é maravilhoso. Estamos realizando o sonho de alguns que jamais imaginaram que iriam passar por isso. É muito gratificante pra gente. Nós queremos que eles ganhem o mundo".

Larissa falou ainda sobre a falta de valorização das artes em Pernambuco. "Talvez assim as pessoas daqui comecem a enxergar a dança com outros ares e olhem mais para o que está sendo produzido aqui. Nossa cultura é tão vasta, tão rica, e não é valorizada o suficiente", lamenta ela, que ainda é diretora e coreógrafa da companhia. "Lidar com arte aqui está cada vez mais difícil, mas a gente não desiste, não".

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