Cinema Filme de Assassin's Creed tem visual primoroso mas peca no quesito diversão Longa é acima da média das adaptações cinematográficas dos videogames, mas não chega a se destacar

Por: Breno Pessoa

Publicado em: 12/01/2017 14:03 Atualizado em: 12/01/2017 15:26

Criativas e bem coreografadas, cenas de ação são ponto forte do longa. Foto: Fox/Divulgação
Criativas e bem coreografadas, cenas de ação são ponto forte do longa. Foto: Fox/Divulgação

Em novembro, Assassin’s Creed completa uma década da estreia do primeiro jogo. Com relativamente pouco tempo de existência, a série já tem números de veterano: mais de 100 milhões de cópias vendidas e nove games da franquia principal, além de outros 11 títulos com tramas paralelas. Adaptada para livros e HQs, a famosa saga dos videogames pode ampliar ainda mais o alcance com a versão cinematográfica em cartaz a partir de hoje.

Movimento comum na indústria do entretenimento, a adaptação de games para o cinema passa por um momento de redescoberta, com os estúdios voltando a apostar em filmes baseados em jogos. Em 2016, Ratchet & Clank, Angry Birds, Warcraft e Assassin’s Creed (a estreia nos EUA foi em dezembro) foram levados para a tela grande e, ainda este mês, Resident evil: o capítulo final entra em cartaz. Tomb raider, que já teve dois longas protagonizados por Angelina Jolie nos anos 2000, será visto em nova produção em 2018, desta vez protagonizada por Alicia Vikander (Ex machina). Por esse contexto e pelo sucesso em sua mídia original, Assassin’s creed parece uma aposta certeira.

A aventura não é adaptação direta de nenhum dos jogos, mas uma nova história ambientada no universo estabelecido pela franquia. Produtor e protagonista, Michael Fassbender interpreta Callum Lynch, um criminoso condenado à morte que é levado para a misteriosa Fundação Abstergo, uma organização que serve de fachada para a versão contemporânea dos Templários.

No local, Lynch descobre ser descendente de Aguilar de Nerha, um assassino espanhol do século XV, e é obrigado a participar de um experimento na Animus, uma máquina capaz de reavivar e projetar as memórias genéticas. O objetivo da Abstergo é visualizar onde Aguilar depositou a Maçã do Éden, uma relíquia que tem o segredo para acabar com o livre-arbítrio da humanidade. Membro do Credo dos Assassinos, Aguilar é uma das figuras mais importante da organização, que luta contra a opressão dos Templários durante a Inquisição Espanhola e consegue tomar posse do artefato procurado até os tempos atuais.

A premissa do roteiro não destoa de maneira alguma da mitologia construída até o momento pelos jogos e adaptação é competente e respeitosa com o material original. O grande problema, porém, é que no filme os aspectos mais rocambolescos da trama acabam sendo mais perceptíveis. No jogo, um dos grandes atrativos é participar ativamente da aventura, explorando os bonitos cenários históricos e controlando o assassino em missões variadas. Enquanto é mais fácil relevar eventuais fraquezas de alguns dos capítulos da saga nos videogame por conta da diversão proporcionada pelo ato de jogar, o mesmo não ocorre no filme.

O desenvolvimento da história é lento e, por vezes, confuso. Por outro lado, o apuro estético mostrado nos jogos é transposto com louvor. O figurino e visual da Espanha na Idade Média são bastante bonitos, assim como as cenas de ação são impecáveis: criativas e bem coreografadas. E todas as cenas ambientadas no passado foram gravadas em espanhol, algo raro em produções norte-americanas, mas que contribui bastante para tornar tudo mais crível e imersivo.

Fassbender, como habitual, entrega uma boa atuação, sobretudo no papel de Aguilar. Marion Cotillard e Jeremy Irons, outros dois talentos do elenco, também se saem bem. O resultado final do filme, no entanto, parece aquém do potencial.

Confira o trailer:

 

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