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'Essa disputa com os homens é chata. O feminismo assim é babaca', diz Claudia Raia, sobre feminismo
A atriz e bailarina completou 50 anos em dezembro
Por: Ana Clara Brant -
Publicado em: 22/01/2017 10:02 Atualizado em:
Atriz vive a empoderada Salete na novela A lei do amor. Foto: Globo/Divulgação |
"É um marco chegar aos 50 e me sinto muito plena. Esta é a palavra: plenitude. O engraçado é que muita gente comenta que estou muito melhor hoje do que aos 20, 30 anos. Acho que é meio uma característica do capricorniano. Quanto mais a gente envelhece, mais a gente fica melhor, tipo o vinho", destaca a artista.
Na trama de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, Claudia vive Salete, a dona do posto de gasolina da fictícia São Dimas. A personagem é uma das mais queridas do folhetim e cativa tanto na ficção quanto na vida real com seu jeito de mãezona e seu carisma.
Salete representa empoderamento feminino. Você se considera feminista?
Ela é livre e não se importa com o que os outros pensam. É ótima profissional, mãe, fica e namora com quem quer. É bem moderna. Sou feminista no sentido de ser a favor das mulheres e não de ser contra os homens porque isso é preconceito. Temos que aproveitar o nosso lado feminino para usufruir do masculino. É gostoso de vez em quando alguém carregar nossa bolsa, abrir a porta do carro, pagar a sua conta. Isso não te faz menos forte e independente. Delicadeza não tem nada a ver com força. Essa disputa com os homens é chata. O feminismo assim é babaca. Temos que ser a favor de nós mesmas e não contra uma determinada classe.
Em tempos de polarização política, Salete se elege como prefeita da cidade. Que conexão tem com a realidade?
Acho que a Salete é uma voz importante neste momento. Ela mostra que ainda é possível a gente acreditar em pessoas de bem, em gente que quer mesmo o melhor para a cidade, o estado ou o país. É uma heroína nada convencional. Não é totalmente boazinha porque não existe isso. Acredito que o Brasil está precisando de heróis. É uma vergonha, uma lavação de roupa suja que nunca termina. Uma falta de escrúpulos inacreditável. Fico impressionada como as pessoas têm coragem de fazer o que fazem. Quem é essa gente, o que eles querem? É surreal. Nunca vi algo assim antes.
O que Salete tem de especial?
Ela é como se fosse uma mãe de toda a cidade. É uma figura que conversa com a comédia, mas também com o drama, a tragédia. É bem completa. A Salete tem toda aquela simplicidade do interior, que é minha origem também (a atriz nasceu em Campinas, interior de São Paulo). É muito humana e ao mesmo tempo tem aquela coisa de ser uma mulher forte, que cria os filhos sozinha, batalhadora. Esse contraste de ser doce e decidida simultaneamente é muito bacana.
Com tantos anos de trajetória, como avalia o momento atual da carreira?
O jogo não está ganho. Cada dia é uma partida e essa partida não está ganha. Cada trabalho é diferente, é um novo desafio.
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