Teatro Dom Helder é tema de espetáculo no Santa Isabel O Avesso do Claustro, da Cia. do Tijolo, apresenta visão do único brasileiro a ser indicado três vezes ao Nobel da Paz

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 28/01/2017 11:35 Atualizado em: 27/01/2017 20:05

Dinho Lima Flor protagoniza e divide a direção da peça com Rodrigo Mercadante. Foto: Alecio Cesar/Divulgação
Dinho Lima Flor protagoniza e divide a direção da peça com Rodrigo Mercadante. Foto: Alecio Cesar/Divulgação


Dom Helder Camara (1909-1999) já foi chamado de santo rebelde, de padre vermelho e de vários outros epítetos, a depender da orientação política ou religiosa de quem falava sobre ele. Essa figura controversa e fascinante se tornou tema de um espetáculo elogiado pela crítica, que estreou em São Paulo há cerca de seis meses e é um dos destaques do Janeiro de Grandes Espetáculos. O avesso do claustro, da Cia. do Tijolo (SP), vai ocupar o palco do Teatro de Santa Isabel neste sábado, às 20h, e domingo, às 18h, com uma visão única a respeito do único brasileiro indicado três vezes ao Prêmio Nobel da Paz. Os ingressos custam R$ 60 e R$ 30 (meia).

Confira o roteiro de espetáculos em cartaz no Divirta-se

O ator Dinho Lima Flor, que interpreta dom Helder, divide a direção do espetáculo com o colega Rodrigo Mercadante e fala com admiração sobre a atuação do ex-arcebispo de Olinda e do Recife. "Sou pernambucano de Tacaimbó e moro em São Paulo há 28 anos. Cheguei a escutar as comunidades eclesiais de base clamando por justiça e o religioso era um farol, tinha a mística da luta. Ele deixou um legado humanista e a missão de pensarmos em um país mais solidário. Dom Helder era um homem prático, de ação, assim como Paulo Freire. Ambos iam para as comunidades e articulavam por mais dignidade para os pobres e miseráveis".

A pesquisa de Dinho relacionada ao padre levou cinco anos e incluiu a procura por biografias, documentários e entrevistas com pessoas relacionadas diretamente ao religioso. O produto deste trabalho foi um espetáculo no qual a vocação do grupo para a música - que será executada ao vivo - e para o encantamento cênico está a serviço de uma palavra voltada à igualdade. "Dom Helder lutou pela reforma agrária, pela justiça social, pelo afeto. O espetáculo tem, por exemplo, sopa em cena. Trazemos o sentido da comunhão e em tempos nos quais a plataforma virtual é muito mais forte do que o tête-à-tête. A sopa e o vinho simbolizam o resgate do tempo da conversa, do comer junto, do estar junto. Queríamos falar deste homem nos tempos de hoje, no qual o ódio está exacerbado".

Acompanhe o Viver no Facebook:




MAIS NOTÍCIAS DO CANAL