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Bastidores revelados Diretor Francis Ford Coppola publica diário de O Poderoso Chefão O livro tem segredos e bastidores de um dos mais cultuados longas da sua filmografia e do cinema

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 22/01/2017 14:21 Atualizado em: 20/01/2017 17:17

Baseado no romance de Mario Puzo, O poderoso chefão conquistou público e crítica com a história da máfia, pelo lado de dentro. Foto: Paramount Pictures/Divulgação
Baseado no romance de Mario Puzo, O poderoso chefão conquistou público e crítica com a história da máfia, pelo lado de dentro. Foto: Paramount Pictures/Divulgação


Ao contrário do que se pode esperar, Francis Ford Coppola não tem lembranças boas de O poderoso chefão. O processo de filmagem do longa que o levou à consagração durou 60 dias e trouxe apenas grande infelicidade, confessou o diretor em entrevista ao The New York times. Mesmo assim, ele resolveu mexer no baú de memórias ruins e publicar o diário da produção do filme, que revela segredos e bastidores do longa.

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O livro, por enquanto sem edição brasileira, reúne histórias, imagens e anotações que podem ajudar a entender o processo que fez de O poderoso chefão um clássico do cinema. O mal-estar, garante Coppola, pouco tem a ver com o resultado final. "Esse filme levou 60 dias, e foi miserável, para não mencionar os meses depois, com a disputa sobre o corte. Assim, a minha reação é geralmente de pânico e de náuseas, mas isso não tem nada a ver com como ele é para o público", disse.

Baseado no romance de Mario Puzo, O poderoso chefão conquistou público e crítica com a história da máfia, pelo lado de dentro. No livro de Coppola, é possível ver como o diretor mexeu na narrativa do romance, subtraindo partes inteiras da história e dando destaque ao que ele acreditava que era importante.

O livro mantém o diário original, na íntegra, com as anotações do diretor. Além disso, há imagens inéditas e uma introdução escrita por Coppola especialmente para The godfather notebook.

Coppola reconhece que não queria publicar a obra e que o dinheiro não foi um fator preponderante (o valor seria baixo, garante). Foi a pressão de amigos e pessoas próximas que acreditavam que era o momento de publicá-lo que o fizeram se dedicar ao livro.

Distante do cinema há algum tempo, o diretor, que se dedica à produção de vinhos hoje, não deixa de reclamar do trabalho com o livro. Palestras, prefácios, raríssimas entrevistas, tudo isso parece demais para ele. A obra, no entanto, abre para os fãs, além do que está no próprio livro, a possibilidade de ouvir o que diretor tem a dizer sobre aquele tempo.

Imagens raras do set de 'O poderoso chefão'. Foto: Regan Arts/Divulgação
Imagens raras do set de 'O poderoso chefão'. Foto: Regan Arts/Divulgação


A esta altura e com o caminho que decidiu seguir, Coppola não mede palavras e críticas tanto ao cinema atual quanto aos problemas que teve antes. Ele não nega que nunca foi a escolha preferida do estúdio e que as razões de o terem colocado para dirigir O poderoso chefão não eram as mais nobres.

"Fui contratado porque eu era jovem. Muitos diretores importantes recusaram. Um monte de diretores importantes... Assim, a filosofia era: 'vamos arranjar alguém novo, que pode presumivelmente ser dominado'", revelou. "Além disso, eu era ítalo-americano, e era bom porque significava que o estúdio poderia dizer isso se questionassem alguma coisa", completou.

Críticas
O peso e a insegurança marcaram o primeiro filme para Coppola. Já o segundo é o que ele consegue lembrar com mais felicidade. "A segunda parte foi uma alegria. Eu tinha o controle de tudo", reconheceu. Muito criticado, o terceiro filme também não agrada ao próprio Coppola. Ele reconheceu que o fez apenas por questões financeiras. "A terceira parte não era algo que eu queria fazer. Eu estava saindo de uma falência", admite.

Uma das críticas mais recorrentes à série é  que O poderoso chefão tem muita violência e romantizou os membros da máfia. Coppola concorda. "Porque a atuação, em última análise, fez aquelas pessoas parecerem simpáticas, mesmo que seu comportamento fosse tão terrível. Os membros da máfia real são animais", admite.

Edições
Apesar de inicialmente demonstrar desinteresse na publicação do livro, Coppola reconheceu a importância de levá-lo ao público. "O roteiro era realmente um documento desnecessário", disse Coppola, "porque eu poderia ter feito o filme só a partir deste caderno". Publicado pela editora Regan Arts, a obra ganhou duas edições no mercado americano. A mais simples custa US$ 50. Edição de colecionador, a outra versão - assinada por Coppola, limitada - custa US$ 500.

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