EBC Leda Nagle rebate críticas do presidente da TV Brasil e detalha notas fiscais Laerte Rimoli diz que jornalista transformou sua demissão em espetáculo

Por: Estado de Minas

Publicado em: 13/12/2016 11:56 Atualizado em: 13/12/2016 14:11

Leda Nagle está há 21 anos no comando do Sem Censura. Foto: Tv Brasil/Divulgação
Leda Nagle está há 21 anos no comando do Sem Censura. Foto: Tv Brasil/Divulgação


Laerte Rimoli, presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) que é responsável pela TV Brasil, falou pela primeira vez sobre a demissão da jornalista Leda Nagle do programa Sem Censura. Laerte usou sua conta pessoal no Facebook para fazer o desabafo e contestou a versão dada por Leda de que não houve tentativa de negociação de valores de contrato – um dos motivos de seu afastamento da emissora.

"Comunicamos à jornalista Leda Nagle que a empresa não poderia manter, em 2017, o contrato dela, da forma como estava R$ 1,3 milhão ao ano. Nos meses de janeiro e fevereiro, os programas eram gravados e a profissional desfrutava de 60 dias de folga. Neste ano de 2017, uma novidade: Leda recebeu um generoso convite de um amigo (relato dela) e ficaria mais duas semanas fora, em março, para conhecer Dubai. Presentes à reunião, o Superintendente da TV Brasil, jornalista Caíque Novis, a Diretora de Produção, jornalista Cida Fontes e o assessor jurídico da EBC, Marcelo Nascimento. Ela entrou na sala, perguntou quem era o Caíque e disparou: o programa está ótimo, não precisa de mudanças. Quando eu disse o contrário, o mundo desabou. Você está me demitindo, gritou, furiosa", começa dizendo o texto.

E continua: "Cida tentou argumentar: seria uma prorrogação de 2 meses, até 5 de janeiro e um novo contrato, semelhante ao que temos com a jornalista Roseann Kennedy, seria discutido pelas partes. Aí Leda foi a Leda que todos conhecemos: 'Não sou Roseann Kennedy, tenho 40 anos de profissão. Você sempre quis me demitir, Cida Fontes, não entende nada de televisão. Não vou brigar com você, Laerte, que é meu amigo (imagina se não fosse). Os concursados da EBC são incompetentes, desinformados, não gostam de trabalhar'. Levantou-se, parou em pose dramática na porta da sala e pespegou: 'vou tornar isso público'", disse ele.

Laerte ainda reclamou dos protestos de artistas contra a TV Brasil após o anúncio da saída de Leda do Sem Censura. "É comovente ver a reação dos amigos, jornalistas, artistas que a apoiam. Cegamente, sem ter informações do outro lado (regra básica do bom jornalismo). Torço, do fundo d'alma, para que Leda Nagle encontre seu rumo. Amigos, com certeza, não lhe faltarão. De minha parte, tenho a obrigação de mudar a lógica perversa de que o dinheiro público existe para ajudar amigos e apaniguados. Respeito orçamento e acato os alertas que as áreas técnicas fazem sobre o futuro da empresa. Preocupante, como preocupantes estão as contas do país".

Após a repercussão das declarações de Laerte, a apresentadora também usou as redes sociais para se defender. "Aprendi faz tempo que o dono da bola é o dono do jogo. Mas o apito final soou de maneira feia e deselegante. De um jeito traidor. Fiquei triste. Não nego. E quem não ficaria se estivesse no meu lugar?", inicia o texto. A jornalista afirma que não recebeu proposta de redução de valor de contrato e ainda dá detalhes das notas fiscais pagas pela emissora e os valores pagos à empresa Leda Nagle Produções, que emprega quatro funcionários para produzir o programa.

"Mas vieram outros como a tentativa de me desqualificar, pessoal e profissionalmente, aumentando valores do meu contrato, para dar a impressão de que estava lesando a TV ou o país. Ao longo destes 20 anos, em nenhum momento, nunca, recebi nenhum dinheiro da TV sem trabalhar. Sou à prova de Lava Jato. E, como boa jornalista, comprometida com a verdade, me sinto no dever moral – e tenho moral para isto – de esclarecer a questão", rebateu.

Confira a declaração de Leda Nagle na íntegra:



Leia a publicação de Laerte Rimoli:



Acompanhe o Viver no Facebook:



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL