TV Nada Será Como Antes inquieta com briga que termina em tentativa de estupro Série sobre os primórdios da televisão no Brasil já discutiu racismo, machismo e arranjos entre políticos e emissoras

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 07/12/2016 13:45 Atualizado em: 07/12/2016 16:35

Cena de tentativa de estupro é mais um exemplo de como a produção tem abordado temáticas atuais. Foto: Globo/Reprodução
Cena de tentativa de estupro é mais um exemplo de como a produção tem abordado temáticas atuais. Foto: Globo/Reprodução


Nada será como antes é ambientada na década de 1950 e tem como cerne a chegada da televisão ao Brasil. Contudo, apesar de se passar há mais de 60 anos e falar sobre o fim da era do rádio e do entretenimento da época, a produção da Globo abre espaço para discutir problemas atuais. Prova disso é que, desde o começo, a trama tem exibido cenas que suscitam situações problemáticas sobre racismo e machismo, por exemplo, além de abordar questões como as negociatas entre o mundo político e donos de veículos de comunicação.

A relação entre as personagens de Verônica, vivida por Debora Falabella, e o ex-marido Saulo (Murilo Benício) é um exemplo de como a série de Guel Arraes, Jorge Furtado e João Falcão aborda o machismo. O homem  tem atitudes possessivas com a atriz e chegou até a tomar para si o filho que ela teve com outra pessoa enquanto estiveram separados, como forma de vingança. No capítulo desta terça-feira (6), o empresário tentou estuprar a ex-esposa depois que ela recusou as suas investidas sexuais e a proposta de reatar o casamento.

Para ilustrar o racismo enraizado na sociedade da época - e de agora -, uma das subtramas de Nada será como antes é pontual ao narrar a história de Péricles, personagem vivido por Fabrício Oliveira. Negro, o artista era estrela das radionovelas, mas começou a perder espaço com a chegada das produções televisivas e é recusado em papéis na TV por conta da sua cor.

A série, exibida depois das 23h nas terças-feiras, não deixa de lado o debate acerca da sexualidade dos personagens. Logo em um dos primeiros episódios, Beatriz (Bruna Marquezine) dá um beijo em Júlia (Letícia Colin), irmã do namorado, Otaviano (Daniel de Oliveira). No decorrer da história, as duas e o rapaz desenvolvem um triângulo amoroso que também levantou o debate sobre incesto. Há espaço para um relacionamento gay, mesmo que mantido como secreto na história, protagonizado por Astrides (Bruno Garcia) e Rodolfo (Alejandro Claveaux).

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