Música Grande Encontro volta a Pernambuco com Elba, Geraldo e Alceu Trio de músicos sobe ao palco do Classic Hall, em Olinda, nesta sexta-feira (02)

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 02/12/2016 12:38 Atualizado em: 02/12/2016 12:00

Alceu, Elba e Geraldo cantam repertório que marcou suas carreiras, entrelaçadas desde os anos 1970. Foto: Livio Campos/Divulgação
Alceu, Elba e Geraldo cantam repertório que marcou suas carreiras, entrelaçadas desde os anos 1970. Foto: Livio Campos/Divulgação


Vinte anos separam a primeira passagem do projeto O Grande Encontro por Pernambuco e o show desta sexta (02), quando Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo sobem ao palco do Classic Hall, em Olinda, resgatando clássicos do repertório dos três.

Confira o roteiro de shows do Divirta-se


Foram conversas acaloradas, mas divertidas, diz Elba, até definirem a sequência de canções. “Sou a única mulher, e, para cantarmos juntos, os tons das músicas nem sempre me favorecem. Estou encarando como um desafio cantar em tons tão distantes dos meus tons originais”, diz a intérprete, que, além de compartilhar o palco, terá momentos solo. O formato - que intercala passagens em dupla, individuais e em trio - favorece timbre e bagagem musical dos três artistas nordestinos.

As tradicionais Frevo mulher, Táxi lunar, Me dá um beijo, Dia branco, Chão de giz e Caravana estão no repertório, além das recentes Ciranda da traição (Alceu Valença), Só depois de muito amor (Geraldo Azevedo e Abel Silva) e O melhor presente (Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Toni Garrido). Os artistas classificam a turnê - registrada em DVD gravado em São Paulo, em outubro, cujo lançamento ocorre no dia 9 deste mês - como celebração da amizade de décadas, já que as carreiras são entrelaçadas desde os anos 1970, quando eles dispararam os primeiros discos no mercado nacional.

“Tenho uma relação de muito sentimento com Geraldo, sou madrinha de uma da filhas dele. Chegamos a morar juntos no Rio... somos realmente cúmplices. Sou a cantora que mais gravou composições dele. Com Alceu, a relação também é fraterna, mas se revela mais forte no palco. É um privilégio conviver com dois amigos tão queridos”, diz a paraibana.

SERVIÇO

O Grande Encontro, com Elba Ramalho, Alceu Valença e Geraldo Azevedo
Quando: Hoje, às 21h (abertura dos portões)
Onde: Classic Hall (Av. Agamenon Magalhães, s/n - Complexo de Salgadinho, Olinda)
Quanto: R$ 60 (meia pista), R$ 120 (pista inteira), R$ 800 (mesa para quatro pessoas); camarotes esgotados
Informações: 3427.7500

>> ENTREVISTA: Elba Ramalho, cantora

A retomada d’O Grande Encontro era ventilada há um tempo. O que foi determinante para organizar a nova turnê?

Eu e Geraldo Azevedo estávamos fazendo shows juntos desde o ano passado, Um encontro inesquecível, e estava prevista a gravação de um DVD. Por questões burocráticas, a gravação acabou ficando para 2016, justamente quando comemoramos 20 anos do primeiro O Grande Encontro. Já havia o desejo de comemorar as duas décadas do projeto, então houve uma adaptação do meu projeto com Geraldo. Resgatamos O Grande Encontro. Alceu foi muito receptivo e aceitou na hora. Zé Ramalho acabou declinando do convite em função dos projetos pessoais que já está realizando.

Cogitaram substituir Zé Ramalho por outro nome da música nordestina?

Não. O Grande Encontro marcou seu momento na história da MPB e não faria sentido descaracterizar o projeto. O Zé Ramalho participou dos três discos anteriores, e Alceu não havia participado dos dois últimos.  Neste quarto trabalho, Alceu está de volta.

Como foi sincronizar as agendas dos três? É mais fácil ou mais difícil do que na primeira turnê, em 1996?

Essa é uma questão que eu deixo para os empresários resolverem. Sei que algumas datas se chocam, mas é compreensível que exista esta dificuldade. São três artistas com uma demanda muito grande de trabalho. Há 20 anos, na formação original, talvez fosse mais fácil, pois nos apresentávamos apenas com voz e violão. Nessa nova celebração, estamos com uma banda grande, a pegada é mais pesada.

Na primeira turnê do Grande Encontro, vocês ajudaram a difundir a música nordestina pelo país. Como vê esse espaço na cena atual?

É uma pergunta bem difícil, pois existe a renovação, mas os espaços são cada vez mais restritos. O mercado de música mudou completamente, a forma de se comunicar mudou, as redes sociais se tornaram fundamentais nos processos de comunicação...  Antigamente, as rádios eram o grande veículo de comunicação, promoviam uma integração muito grande de toda a nossa música. Hoje em dia, os setores são cada vez mais segmentados. De qualquer modo, acredito muito na força e na produção cultural da música nordestina.

Qual a importância de preservar as referências locais, o sotaque, as raízes de ritmos populares do nordeste, nas canções?

Sou uma cantora de ritmos essencialmente brasileiros, não tenho preocupação de preservar o meu sotaque, mas de cantar e poder transmitir o meu DNA em cada canção. Tudo o que eu canto precisa ter a minha cara, as minhas origens, minha evolução, minha percepção do mundo, meus valores.  O sotaque é uma consequência muito natural.

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