Teatro Guararapes
Primeiramente, fora Temer, grita baterista de Lenine em show em Pernambuco
Cantor e compositor recifense voltou ao estado com a turnê de Carbono, com músicas do álbum, sucessos e direito a Voltei, Recife
Por: Luiza Maia - Diario de Pernambuco
Publicado em: 05/11/2016 04:41 Atualizado em: 24/01/2017 15:26
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| Lenine e Pantico durante show da turnê Carbono. Foto: Facebook/Reprodução |
O show de Lenine teve uma breve referência à situação política do país quando o baterista Pantico Rocha bradou "primeiramente, fora Temer" durante a execução instrumental de uma das músicas, já próximo do encerramento do show. A manifestação foi recebida com aplausos e alguns gritos em concordância. A apresentação, nesta sexta-feira, no Centro de Convenções, fez parte da turnê de Carbono, pelo qual venceu a categoria Melhor Cantor no 27º Prêmio da Música Brasileira e recebeu duas indicações ao Grammy Latino: Melhor Álbum de Música Popular Brasileira e Melhor Canção Brasileira.
Confira o roteiro de shows no Divirta-se
Lenine já se posicionou contra o impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff e a gestão de Michel Temer. Durante o processo de impeachment dela, o recifense participou do movimento Ocupa MinC, no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, no qual cantou. Ele também já escreveu sobre o impedimento no Facebook. "Congresso e Senado, em sua quase totalidade, são compostos por gente despreparada, desqualificada e dissimulada. Não reconheço como legítimo esse governo não eleito que aí está", escreveu ele no Facebook, ao conclamar eleições gerais.
Confira o roteiro de shows no Divirta-se
Lenine já se posicionou contra o impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff e a gestão de Michel Temer. Durante o processo de impeachment dela, o recifense participou do movimento Ocupa MinC, no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, no qual cantou. Ele também já escreveu sobre o impedimento no Facebook. "Congresso e Senado, em sua quase totalidade, são compostos por gente despreparada, desqualificada e dissimulada. Não reconheço como legítimo esse governo não eleito que aí está", escreveu ele no Facebook, ao conclamar eleições gerais.
Esta não é a primeira vez que Pantico protesta durante a performance. Em junho, ele gritou "bela, recatada e do lar é o c******". O momento foi registrado em vídeo e publicado na página oficial de Lenine, com a legenda "#BelaRecatadaedoLar é o c... #ContraaCulturadoEstupro" e a descrição "Diga aí, Pantico". Até a publicação desta matéria, havia mais de 52 mil visualizações.
Com repertório majoritariamente composto pelas faixas do disco, lançado em abril do ano passado, no mesmo dia da estreia do show, em São Paulo, a noite teve ainda resgate de algumas músicas antigas, como Na pressão, do disco homônimo de 1999, e outras de álbuns mais recentes, como Se não for amor eu cegue, parceria com o conterrâneo Lula Queiroga inserida em Todo dia é o fim do mundo (Lula, 2011) e Chão (Lenine, 2011), do qual foram selecionadas também a faixa-título e Envergo mas não quebro.
O setlist da apresentação contempla quase todas as faixas do disco, como Castanho, O impossível vem pra ficar, Quede água?, Simples assim, Quem leva a vida sou eu (espécie de resposta a Deixa a vida me levar, de Zeca Pagodinho) e Cupim de ferro, primeira composta com a Nação Zumbi. Em determinado momento, apenas acompanhado do violão, ele tem pedido ao público, desde a estreia, sugestões de músicas. Paciência, Leão do Norte (obrigatória quando está em casa) e Hoje eu quero sair só foram as escolhidas. Além de Pantico, Lenine toca com Guila (baixo), Jr.Tolstoi (guitarra) e Bruno Giorgi (guitarra), que é filho dele. A produção do álbum é assinada pelos dois últimos.
O retorno de Carbono (cuja primeira apresentação no estado foi durante o 25º Festival de Inverno de Garanhuns) ocorreu um dia após sessão de autógrafos de The bridge: Lenine & Martin Fondse live at Bimhuis, mais recente projeto dele, lançado em outubro. O DVD foi gravado durante turnê em parceria com a Martin Fondse Orchestra, regida pelo maestro holandês cujo nome batiza o grupo.
A plateia cheia, mas não lotada, contou com a ilustre presença da mãe dele, Daisy. "Vocês são coadjuvantes. O show é para ela", frisou Lenine, que sempre fez questão de ressaltar o carinho pelos pais (Seu Geraldo faleceu no dia 17 de julho de 2015, dois dias antes do FIG) e o prazer de tocar no estado natal. Desta vez, o clima carnavalesco foi adiantado por Voltei, Recife, de Luiz Bandeira, gravada por ele em O dia em que faremos contato (1997). Agora basta confirmar o próximo retorno, no carnaval.
Assista a um trecho do show no Teatro Guararapes:
Confira a entrevista com Lenine antes da sessão de autógrafos de The bridge:
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