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MasterChef 'Não se julga caráter, senão João teria saído no primeiro capítulo', dispara Paola, do MasterChef No Recife, chef fala sobre novo livro, polêmica com pernambucano e machismo na cozinha

Por: Eduarda Fernandes

Publicado em: 30/11/2016 20:49 Atualizado em: 30/11/2016 21:15

Pernambucano protagonizou polêmicas no MasterChef. Fotos: Marcela Cintra/Esp. DP e Band/Reprodução
Pernambucano protagonizou polêmicas no MasterChef. Fotos: Marcela Cintra/Esp. DP e Band/Reprodução


“Tenho que começar pedindo desculpas”, diz Paola Carosella. “Estou com dor de cabeça e não estou no meu usual”. O aviso, no entanto, não era necessário. Ao receber a imprensa antes de sessão de autógrafos na livraria Saraiva do shopping RioMar, no Recife, para lançamento do livro Todas as sextas, na noite desta quarta-feira (30), a chef argentina foi só sorrisos e carisma – qualidades que fazem dela a queridinha do público no MasterChef.

Leia também: Paola Carosella lança no Recife livro que mistura gastronomia e biografia

Ao falar sobre o programa, do qual é jurada, Paola rebateu as afirmações do pernambucano João Lima, participante do MasterChef Profissionais. Após a eliminação, João disse ao Viver que o reality não era um programa de gastronomia e sim, de entretenimento. “Mas ele não sabia disso antes de entrar?”, brincou Paola, “ele nunca tinha assistido?”. A jurada defendeu que ser um programa de entretenimento não diminui a importância do MasterChef. “Está na televisão, é entretenimento. Ele achava que era outra coisa? É um reality show que tem como fio condutor a cozinha, quem cozinha melhor vence. Não se julga caráter, senão ele teria saído no primeiro capítulo”, alfinetou. 

Chef argentina participou de noite de autógrafos no Recife. Foto: Marcela Cintra/Esp. DP
Chef argentina participou de noite de autógrafos no Recife. Foto: Marcela Cintra/Esp. DP


Sobre as acusações de machismo que o programa recebe nas redes sociais por conta da atitude de alguns participantes, Paola confirmou que a cozinha “é um ambiente de homens”. Mas explica: “Não necessariamente mais machista que uma farmácia ou uma redação de jornal ou qualquer outro ambiente. O mundo em que vivemos é machista. Mas na cozinha, o trabalho é fisicamente duro, é ingrato, o horário não ajuda uma mãe que precisa cuidar dos filhos”.

Paola – que prefere ser chamada de cozinheira, “para que ninguém espere coisas esdrúxulas de mim” – admite ter sido criada “protegida” de questões de gênero. “Quando eu entrei na cozinha, 25 anos atrás, ninguém falava disso. E a minha mãe me poupou muito, não colocou na minha cabeça coisas do tipo “filha, não faz isso, você é mulher” ou “cuidado com homem”. O que fizeram comigo dentro da cozinha, eu nunca senti que era porque eu era mulher. Achei que fazia parte do trabalho, que era porque eu era iniciante, estava buscando meu espaço”.

A argentina, que veio para o Brasil em 2001, conversou também sobre a inspiração para o livro que lançou hoje, Todas as sextas. “Passei por um período muito difícil na minha carreira no Arturito [em São Paulo], quando era administradora e cozinheira ao mesmo tempo”, explica ela, que não se sentia confortável com a burocracia que a impedia de passar todo o tempo na cozinha. O refúgio que encontrou foi a criação dos menus executivos das sextas-feiras do restaurante – e é daí que vem o nome da obra. 


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