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Televisão Jack Bauer é presidente dos Estados Unidos em nova série da Netflix Kiefer Sutherland é o protagonista de Designated Survivor, que chega à plataforma de streaming neste domingo

Por: Eduarda Fernandes

Publicado em: 05/11/2016 16:23 Atualizado em: 04/11/2016 20:14

Personagem de Sutherland precisa assumir o governo após atentado terrorista. Foto: Netflix/Divulgação
Personagem de Sutherland precisa assumir o governo após atentado terrorista. Foto: Netflix/Divulgação


Uma vez ao ano, o presidente dos EUA comparece ao Congresso para prestar contas e anunciar prioridades com o Discurso sobre o Estado da União - transmitido por rádio e TV e testemunhado por representantes dos poderes executivo, legislativo e judiciário. A concentração de autoridades é tamanha a ponto de um membro do governo ser excluído do evento para garantir a continuidade da gestão em caso de um ataque terrorista. A hipótese catastrófica é justamente o ponto de partida para Designated survivor, nova série da Netflix disponível no serviço a partir deste domingo (6).

Na trama, o escolhido é Tom Kirkman (Kiefer Sutherland, o Jack Bauer de 24 horas), um demissionário secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano. Com a varredura dos políticos através de uma bomba, caberá a ele assumir o leme da nação. O que se segue é algo que tenta misturar o idealismo político de West wing %u2013 Nos bastidores do poder (%u201Cfaremos as coisas do meu jeito%u201D, diz Kirkman, %u201Ce não vamos deixar isso nos abalar%u201D) com as peripécias de House of cards.

A premissa da série é possível e a ideia de colocar um homem %u201Cdespreperado%u201D na Casa Branca tem apelo, principalmente às vésperas de uma eleição presidencial em que o criticado milionário Donald Trump tem chances de ganhar. Mas Designated pena para segurar o espectador.

Em uma das cenas, logo após tornar-se presidente, Kirkman se tranca em um banheiro e vomita de ansiedade. É a melhor cena do episódio piloto e planta no público as mesmas angústias do personagem - será que vai conseguir tirar o país da situação? A resposta, aparentemente, vem na forma de otimismo piegas (%u201Co papai não tem medo de nada%u201D, diz a filha de Kirkman, de 5 anos) e trivialidades sem sentido.

Os dilemas mais densos (como os cidadãos se sentem? Quando um novo Congresso será eleito? Kirkman irá nomear os juízes da Suprema Corte?) são escanteados em favor da investigação sobre o atentado (Maggie Q, de Nikita, é a agente do FBI à frente da busca) e da reação dos filhos de Kirkman. A série, no entanto, não tem tensão familiar para se tornar um drama doméstico - e, se continuar ignorando as nuances governamentais, não conseguirá se segurar como drama político, principalmente em um espaço no qual House of cards reina.
 



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