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Cinema Exposição desvenda processo de produção de animações pernambucanas Mostra A Arte da Animação Pernambucana, em cartaz a partir de hoje, revela desenhos, pinturas, fotografias e objetos usados em filmes pernambucanos

Por: Eduarda Fernandes

Publicado em: 02/11/2016 14:36 Atualizado em:

Curta Dia Estrelado, de Nara Normande, foi um dos selecionados para a mostra. Foto: Nara Normande/Divulgação
Curta Dia Estrelado, de Nara Normande, foi um dos selecionados para a mostra. Foto: Nara Normande/Divulgação


A produção de animação como algo distante e inatingível, como um bicho de sete cabeças, é uma das ideias que a exposição A arte da animação pernambucana busca quebrar. "Só de você poder visualizar como se dá o processo já diminui a distância entre o observador e o realizador", acredita Raoni Assis, artista plástico e diretor do curta O gaivota. Para ele, mostrar o passo a passo do processo é importante para quebrar a barreira entre o público e a realização do cinema. "Eu gosto da ideia de que todo mundo pode realizar algo", completa. Júlio Cavani, diretor de Deixem Diana em paz e curador da mostra, concorda. "Quando o público vê os desenhos e vê o filme pronto, ele entende que a matéria-prima daquele filme é algo acessível".

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Na mostra, em cartaz na Caixa Cultural Recife a partir desta quinta-feira (3), o foco não é o trabalho final, mas tudo o que veio antes - frames e fotogramas dos bastidores de criação de seis produções pernambucanas. No total, são 60 obras em formato de desenho, pintura, fotografia, modelagem e manufatura de objetos. As peças ficam expostas até o dia 4 de dezembro, com entrada gratuita.

"Mais importante que ver os curtas é ver o trabalho dos artistas que está lá dentro. A exposição quer mostrar ao público que a riqueza do cinema de animação de Pernambuco está bastante relacionada ao talento desses artistas", diz Júlio Cavani, que também é repórter do Viver. Deixem Diana em paz, primeiro curta dele, foi lançado em 2013 no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e passou por mais de 20 festivais, no Brasil e no exterior.

O público poderá passear pelo processo de animação através de três objetos interativos criados pelo cineasta Bruno Cabús especialmente para a mostra. As peças mostram trechos de O ex-mágico, de Olímpio Costa, utilizando princípios mecânicos básicos da animação. O passado e o presente do gênero se encontram com as obras do curta A saga da asa branca, de Lula Gonzaga, lançado em 1968. Gonzaga, que em julho deste ano recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, foi pioneiro da animação no estado e A saga… usufruiu de uma técnica raramente utilizada atualmente: os personagens eram desenhados em folhas de acetato, que eram, depois, colocadas em cima dos cenários para a gravação. Nimbus é o outro trabalho de Gonzaga cujo processo é desvendado na mostra.

A arte da animação pernambucana contará ainda com exibição de quatro dos seis curtas selecionados para a exposição: Dia estrelado, de Nara Normande, O ex-mágico, Deixem Diana em paz e O gaivota, nos dias 5 de novembro e 3 de dezembro, em duas sessões, às 16h e 18h, com entrada gratuita. A oficina Princípios da animação, voltada para crianças de 8 a 14 anos, também faz parte da programação. Ministrada por Bruno Cabús, ela será realizada nos dias 22, 24 e 26 de novembro e as inscrições, que vão de 14 a 19 de novembro, são feitas através do endereço gentearteirape@gmail.com.

SERVIÇO
Exposição A arte da animação pernambucana
Onde: Caixa Cultural Recife (Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife
Visitação: até 14 de dezembro, das 10h às 20h de terça-feira a sábado e das 10h às 17h aos domingos
Quanto: gratuito
Informações: 3425-1900


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