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Coletivo feminista exige retratação em Faustão por apologia à violência contra mulher
Rede Mulher e Mídia pede direito de resposta por declarações que "atentam contra a dignidade da mulher e reforça estereótipos"
Por: Marina Simões - Diario de Pernambuco
Publicado em: 11/11/2016 17:00 Atualizado em: 11/11/2016 17:31
Durante o programa dominical, Faustão afirmou que "tem mulher que gosta de apanhar". Foto: Globo/Reprodução |
Após declaração machista feita ao vivo pelo apresentador Fausto Silva, o coletivo Rede Mulher e Mídia, que combate a violência doméstica, enviou uma carta à Rede Globo pedindo direito de resposta no Domingão do Faustão. Durante o programa dominical, Faustão afirmou que "tem mulher que gosta de apanhar" e recebeu críticas nas redes sociais.
O apresentador conversava com o cantor Luan Santana, que foi jurado do quadro Dança dos famosos. Ele questionou a plateia se "homem que dança leva vantagem com a mulherada". Depois de ouvir a resposta do público, emendou: "Tem mulher que gosta de homem bêbado, que gosta de homem que dá porrada, ela diz 'vou recuperá-lo'. Ah, então vai ser enfermeira, p***".
As integrantes do coletivo foram até a sede do departamento jurídico da Globo em São Paulo para entregar a carta. "Foi bem estranho a forma que eles reagiram. Eles se recusaram a protocolar a entrega do nosso documento", explicou Ana Claudia Mielke, coordenadora executiva do Intervozes, uma das entidades que compõe a Rede Mulher e Mídia.
Segundo o documento, as declarações foram ofensivas e "atentam contra a dignidade da mulher, uma vez que reforçam estereótipos que há muito vêm sendo rechaçados pelo conjunto das mulheres brasileiras". O texto afirma ainda que comentários como este em rede nacional "corroboram para a manutenção do machismo". E lembram que o Brasil está em 5º lugar no ranking de países que mais cometem feminicídio. Por fim, apontam que "como concessão pública, a TV Globo deve manter alguns compromissos com a ética e a dignidade humana".
"Embora ele não tenha feito uma ofensa pessoal, ele ofende a coletividade. O que ele disse fere a população feminina, coloca a mulher em posição estereotipada e ajuda a reproduzir a cultura da violência", acrescenta Ana Claudia. O documento foi enviado novamente pelos Correios. "Queremos um espaço dentro do programa para dar a nossa visão sobre o assunto", conclui. Caso o pedido não seja aceito, a ideia é fazer uma represantação formal junto ao Ministério Público.
O coletivo Rede Mulher e Mídia é formado por mulheres de todos os estados brasileiros que atuam para manter a representação positiva da mulher nos meios de comunicação.
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