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Chega aos cinemas Indignação, adaptação de romance do best-seller Philip Roth
Diretor James Schamus afirma que foi um desafio levar o livro para o cinema. 'Joguei fora as melhores partes do livro', confessa
Publicado: 03/11/2016 às 19:37

Longa marca a sexta vez que uma obra de Roth é levada para o cinema. Foto: Sony Pictures/Divulgação/

Philip Roth é um dos principais escritores norte-americanos vivos, com prolífica produção de mais de 30 livros. Só que, até o ano passado, apenas cinco deles haviam sido levados para o cinema. Produtor e roteirista renomado, o cineasta James Schamus resolveu arriscar. Já de posse dos direitos do romance Indignação %u2013 lançado no Brasil pela Companhia das Letras %u2013, escreveu um roteiro e, antes de começar a filmar, cometeu o que chama de "um ato de idiotice". Enviou o texto para Roth, atrás de consentimento.
Confira os horários dos filmes em cartaz no Divirta-se
Roth, porém, recusou-se a ler. Para ele, o filme pertencia a Schamus. %u201CSou um grande fã dos livros do Roth. Então mandei o roteiro porque não ficaria bem com minha consciência se fizesse um filme que ele odiaria. Mas ele fez o incrível favor de me dar liberdade%u201D, diz o diretor.
Sexta adaptação da obra de Roth, Indignação estreia nesta quinta no Brasil. Seus temas são bem típicos do autor: o protagonista judeu, o preconceito, as amarras da tradição, a formação da identidade americana e uma sociedade com a sombra da guerra. As mesmas questões também estarão representadas em Pastoral americana, de Ewan McGregor, que chega ao Brasil em 15 de dezembro.
%u201CO que faz os romances do Roth incríveis é sua voz, a qualidade, a honestidade brutal, que vem da manipulação da forma literária no nível mais alto%u201D, explica Schamus. %u201CA dificuldade em adaptar sua obra está exatamente nessa voz. O cinema é basicamente representação, não tem voz. Você pode ter algum estilo, há cineastas que conseguem fazer do estilo uma espécie de voz literária, mas eles são muito raros e não necessariamente são contadores de história. Para fazer Indignação, cometi a violência terrível de tirar a voz do Roth e deixar apenas os diálogos e as ações dos personagens. Basicamente joguei fora as melhores partes do livro e captei o que havia de cinema ali%u201D, revela.
Schamus é um dos mais respeitados produtores e roteiristas dos EUA. Por suas parcerias com Ang Lee ganhou o prêmio de melhor roteiro em Cannes com Tempestade de gelo (1997) e foi indicado ao Oscar de melhor filme com O segredo de Brokeback Mountain (2005) e de canção original e roteiro adaptado por O tigre o dragão (2000).
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Roth, porém, recusou-se a ler. Para ele, o filme pertencia a Schamus. %u201CSou um grande fã dos livros do Roth. Então mandei o roteiro porque não ficaria bem com minha consciência se fizesse um filme que ele odiaria. Mas ele fez o incrível favor de me dar liberdade%u201D, diz o diretor.
Sexta adaptação da obra de Roth, Indignação estreia nesta quinta no Brasil. Seus temas são bem típicos do autor: o protagonista judeu, o preconceito, as amarras da tradição, a formação da identidade americana e uma sociedade com a sombra da guerra. As mesmas questões também estarão representadas em Pastoral americana, de Ewan McGregor, que chega ao Brasil em 15 de dezembro.
%u201CO que faz os romances do Roth incríveis é sua voz, a qualidade, a honestidade brutal, que vem da manipulação da forma literária no nível mais alto%u201D, explica Schamus. %u201CA dificuldade em adaptar sua obra está exatamente nessa voz. O cinema é basicamente representação, não tem voz. Você pode ter algum estilo, há cineastas que conseguem fazer do estilo uma espécie de voz literária, mas eles são muito raros e não necessariamente são contadores de história. Para fazer Indignação, cometi a violência terrível de tirar a voz do Roth e deixar apenas os diálogos e as ações dos personagens. Basicamente joguei fora as melhores partes do livro e captei o que havia de cinema ali%u201D, revela.
Schamus é um dos mais respeitados produtores e roteiristas dos EUA. Por suas parcerias com Ang Lee ganhou o prêmio de melhor roteiro em Cannes com Tempestade de gelo (1997) e foi indicado ao Oscar de melhor filme com O segredo de Brokeback Mountain (2005) e de canção original e roteiro adaptado por O tigre o dragão (2000).
Indignação é seu primeiro longa-metragem como diretor. O filme se passa na década de 1950, nos anos da guerra da Coreia. Logan Lerman faz o papel de um jovem universitário judeu, filho de um açougueiro, que entra em conflito com a repressão sexual e o atraso social da instituição de ensino. O longa-metragem teve sua primeira exibição no Festival de Sundance, em janeiro, e foi muito bem recebido pela crítica americana. %u201CA história é bastante atual. Roth mostra que é mais fácil olhar para os dias de hoje através de um espelho distorcido do passado. Temos hoje a mesma homofobia, o mesmo machismo, o mesmo racismo e a mesma militarização daquela época%u201D, afirma Schamus.
ROTH NO CINEMA
Paixão de primavera (1969), de Larry Peerce
Baseado em Adeus, Columbus
O complexo de Portnoy (1972), de Ernest Lehman
O complexo de Portnoy (1972), de Ernest Lehman
Baseado no livro homônimo
Revelações (2003), de Robert Benton
Revelações (2003), de Robert Benton
Baseado em A marca humana
Fatal (2008), de Isabel Coixet
Fatal (2008), de Isabel Coixet
Baseado em O animal agonizante
O último ato (2014), de Barry Levinson
Baseado em A humilhação
Indignação (2016), de James Schamus
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Baseado em A humilhação
Indignação (2016), de James Schamus
Baseado no livro homônimo
Pastoral americana (2016), de Ewan McGregor
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Baseado no livro homônimo
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