Diario de Pernambuco
Busca
Repaginados Titãs traz ao Recife show com nova formação nesta sexta Agora sem Paulo Miklos, banda paulista apresenta chega com a turnê Nheengatu e um repertório repleto de sucessos

Por: Augusto Freitas

Publicado em: 28/10/2016 13:35 Atualizado em: 28/10/2016 13:27

Mesmo com a saída de membros fundadores, Titãs permanece na ativa e já planeja novo álbum. Foto: Silmara Ciuffa/Divulgacao
Mesmo com a saída de membros fundadores, Titãs permanece na ativa e já planeja novo álbum. Foto: Silmara Ciuffa/Divulgacao


Em julho deste ano, o então compositor, vocalista e guitarrista dos Titãs, Paulo Miklos, anunciava a saída da banda paulista para se dedicar a projetos solos. Antes, o time de rockeiros havia perdido Arnaldo Antunes (1992), o também guitarrista Marcelo Fromer (falecido em 2001), o baixista Nando Reis (2002) e o baterista Charles Gavin (2010). Miklos representou a quinta baixa da formação clássica do grupo, fundado em 1982. O fim, no entanto, nunca pareceu próximo.

Desde o adeus de Miklos, Branco Mello (baixo e vocais), Sergio Britto (teclado e vocais) e Tony Bellotto (guitarrista) seguiram em frente com a mesma pegada rock n' roll que rendeu sucessos, prêmios musicais e álbuns memoráveis ao longo de 34 anos de carreira. Longevidade que se destaca pela união dos remanescentes diante da raridade de bandas de rock que permanecem na ativa por um período tão longo, independente dos motivos que levam a saídas para novos projetos.

Reinventar-se se tornou, embora obrigatório diante das circunstâncias, prazeroso para quem ficou, segundo Tony Bellotto. A prova disso é que a dupla de músicos que se juntou ao trio Mello, Britto e Bellotto, Mário Fabre (bateria) e Beto Lee (guitarra), revigorou o grupo com a pulsante energia titânica.

Em entrevista ao Viver, Tony Bellotto destacou a qualidade musical de Beto (filho da cantora Rita Lee e do guitarrista Roberto de Carvalho) e Mário, salientando como a chegada deles se encaixou na veia artística da banda. Segundo Bellotto, o fato de conhecerem a trajetória da banda e dividirem influências musicais do rock foi determinante para a adaptação. Lee e Fabre fazem parte da turnê de Nheengatu, álbum mais recente dos paulistas, que se apresentam nesta sexta-feira (28), no Baile Perfumado.

"Mário chegou após a saída de Gavin (Charles, ex-baterista), em 2010, e é um virtuosi na bateria, dono de uma sacada sonora que redimensionou nosso som. Nós gostamos do que ele se propôs a fazer, do som que ele tocasse, porque conhecíamos seu talento. Já o Beto trouxe um novo padrão de qualidade às guitarras. A referência dele de sonoridade e influência musical se parece com a nossa, dos anos 60. O processo de adaptação foi intenso e empolgante", disse Bellotto.

No show desta noite, que tem abertura da pernambucana Rock Zero Bala, a base do repertório é do álbum Nheengatu (2014), que possui uma leve influência de Cabeça dinossauro (1986). O disco de estúdio teve regravações de músicas tocadas em shows de anos anteriores. A apresentação terá clássicos como Bichos escrotos, Lugar nenhum, Polícia, Sonífera ilha e até uma versão de Pro dia nascer feliz (Barão Vermelho). "Será uma viagem de toda nossa carreira musical com muita vibração", destacou Bellotto.     

Entrevista // Tony Bellotto

Em 34 anos de carreira, a banda passou por mudanças, entre sonoridade e saída de membros fundadores, a mais recente de Paulo Miklos. O que os mantém na ativa por tanto tempo apesar das alterações? 

É uma pergunta que sempre nos fazemos. Quando o Antunes (Arnaldo) seguiu carreira solo, pensávamos 'Como vai ser agora?'. Perdemos o Fromer (Marcelo) de forma trágica, o pior momento. Mas percebemos que o espírito coletivo se impôs ao individual. Amamos e respeitamos muito todos que fizeram e ainda fazem a histórias dos Titãs, nossos amigos ex-integrantes, e fãs. Acho que o combustível é justamente esse amor que mantemos uns pelos outros através da música. 

Os Titãs fizeram shows memoráveis no Recife e em outras cidades de Pernambuco, em festivais e exibições solo da banda. Como é a relação com o público pernambucano? 

É muito bacana. Conhecemos o Mauro e a Quitéria, uma dupla de repentistas, na praia de Boa Viagem, e eles participaram da gravação de Miséria, do disco Õ Blesq Blom (1989). Daí em diante essa relação com Pernambuco se fortaleceu. Depois, surgiu a potência sonora do manguebeat, que impactou e enriqueceu o cenário da música brasileira. Valorizamos muito a cultura pernambucana e sempre acompanhamos o que surge de bom. Adoramos a energia de tocar aí no estado.

Em 2017, vocês comemoram 35 anos de rock n' roll, algo raro no contexto musical, considerando que muitas bandas têm vida curta por razões distintas. Há algo especial para o próximo ano? 

Às vezes, nem acreditamos, 34, 35 anos de estrada! O momento atual, embora de adaptação, é de muita criatividade. Já estamos compondo músicas para um novo projeto comemorativo desses 35 anos, um álbum de estúdio de inéditas, com a participação de Beto e Fabre nas composições. A ideia é lançá-lo no primeiro semestre de 2017.

Serviço: 

Noite do Halloween (Titãs)
Quando: sexta (28)
Horário: 22h
Onde: Baile Perfumado (Rua Carlos Gomes, 390, Prado)
Ingressos: R$ 60 (pista meia), R$ 70 + 1kg de alimento (pista social), R$ 120 (pista inteira) e R$ 120 (camarote open bar). 
Informações: 3033-4747



Acompanhe o Viver no Facebook:





MAIS NOTÍCIAS DO CANAL