Pesquisa Quase metade dos brasileiros não tem cinema na cidade onde mora No ano passado, faturamento do setor audiovisual foi de R$ 2,4 bilhões

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 07/10/2016 16:38 Atualizado em: 07/10/2016 17:32

Cinema São Luiz é um dos endereços mais antigos do Recife. Foto: Roberto Ramos/DP
Cinema São Luiz é um dos endereços mais antigos do Recife. Foto: Roberto Ramos/DP


De 2013 a 2015, o número de salas de cinema no país cresceu 12,2%, de 2.679 unidades em 2013 para 3.005 em 2015. Apesar do crescimento, mais de 45% dos brasileiros não dispõem de salas de cinema no município onde vivem. Em 2012, esse percentual era de 51,6%.

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Os dados fazem parte do estudo Impacto Econômico do Setor Audiovisual Brasileiro, feito pela Tendências Consultoria para a Motion Picture Association (MPA), entidade que representa os seis maiores estúdios de Hollywood em todo o mundo, e o Sindicato da Indústria Audiovisual (SICAV), com sede no Rio de Janeiro.

O estudo levou em consideração as informações mais recentes da Matriz de Insumo - Produto (MIP) de 2013, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que analisa a estrutura produtiva brasileira e os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) referentes a 2013 e 2014. O estudo vai ser lançado nesta sexta-feira (7) no RioMarket, área de negócios do Festival do Rio.

"Há uma concentração geográfica das salas de cinema em relativamente poucos estados, portanto, precisa ter mais oferta física para que as pessoas possam consumir também produto audiovisual", disse o diretor da Motion Picture Association-America Latina (MPA-AL), Ricardo Castanheira, à Agência Brasil.

Vendas de ingressos

Entre 2013 e 2015, o número de ingressos vendidos nos cinemas do país também subiu de 149,5 milhões para 173 milhões, o que provocou alta no faturamento de R$ 1,7 bilhão para R$ 2,4 bilhões. O levantamento aponta ainda que, embora a participação dos filmes nacionais tenha crescido no total de lançamentos, saindo de 26,5% em 2009 para 28,9% em 2015, a renda com a venda de ingressos para as produções nacionais não acompanhou. E o motivo é o que os filmes estrangeiros concentram a maior parte da renda das bilheterias.  

O diretor disse que muitos brasileiros ainda não frequentam o cinema por causa do valor dos ingressos, considerado elevado."O valor médio do ingresso em 2013 corresponde 0,6 da renda mensal per capita do brasileiro. Nos países desenvolvidos, é apenas 0,3. Isso se deve à uma elevada carga tributária que incide sobre o setor audiovisual que se projeta no preço final do ingresso. Reduzir a carga tributária é um desafio extremamente importante para dar um estímulo e vitalidade maior", aponta.


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