TV Pernambucana Nash Laila quer mostrar prostituição pelo olhar feminino em nova série "Me chama de Bruna", sobre a mais famosa garota de programa do país, começa neste sábado

Por: Matheus Rangel

Publicado em: 08/10/2016 11:03 Atualizado em: 10/10/2016 10:33

Atriz participou do filme pernambucano "Amor, plástico e barulho", de Renata Pinheiro. Foto: Antônio Melcop/Aroma/Divulgação
Atriz participou do filme pernambucano "Amor, plástico e barulho", de Renata Pinheiro. Foto: Antônio Melcop/Aroma/Divulgação


Para Nash Laila, são suas experiências que a definem como artista. Hoje aos 29 anos, a atriz pernambucana vive sobre os palcos desde os 13 anos e, durante a carreira, integra uma geração de artistas locais que ajudam a evidenciar Pernambuco enquanto expoente audiovisual. O nome dela ganhou destaque no cinema. Ela estreou em 2005 no longa Deserto feliz (Paulo Caldas), passando por trabalhos como Tatuagem (Hilton Lacerda) e O delírio é a redenção dos aflitos (Fellipe Fernandes), premiado em três categorias no Festival de Brasília nesta semana.

Agora, deve conquistar espaço na TV: Nash dá a vida a Jéssica na série Me chama de Bruna, sobre a vida da ex-garota de programa Raquel Pacheco, conhecida como Bruna Surfistinha. Para interpretar a personagem, Nash promete trazer o ponto de vista da mulher na prostituição, não apenas do cliente: "A gente não queria trazer a máscara antes da pessoa". Com o pernambucano Rodrigo Garcia e Maria Bopp, a produção estreia neste sábado (8 de outubro), na Fox.

Entrevista // Nash Laila
Como vê o espaço que Pernambuco ganha na TV e no cinema?
Realizadores pernambucanos cavaram seu espaço há um tempo no cinema e acredito que o desejo da TV pelos artistas pernambucanos tem vindo desse jorro de filmes potentes e eletrizantes que temos feito por aí. O fato desses filmes estarem circulando faz a TV conhecer os realizadores, os atores, os técnicos, a nossa visão de mundo. Também os olhos do público estão ficando cansados de assistir somente a um recorte do Brasil, como se o Brasil inteiro fosse o Leblon ou os Jardins. Sinto que o público tem visto mais filmes e se reconhecido neles. É muito importante que a TV acompanhe esse movimento: olhar para as pessoas e não para um papel distante e construído de maneira superficial.

Você já tem experiência no cinema, porém trabalha mais com teatro. Como foi a adaptação para a TV?
Antes de vir para o Teatro Oficina - há cinco anos -, eu fazia cinema. E, antes de fazer cinema, eu já fazia teatro. O jeito que a gente filmou Bruna foi mais cinematográfico do que na rotina de TV, de estúdio. As séries possibilitam isso. Não são meses e meses de história para contar. Tem um pensamento construído do começo ao fim desde o primeiro dia de preparação. Nesse sentido, não foi muito diferente do que eu vinha fazendo.

Houve alguma preparação para interpretar uma prostituta na série?
Começou ali, nesse encontro com Maria. Tomás Rezende, nosso preparador de elenco é muito sagaz e sensível em promover encontros. Depois ficamos dois meses em preparação intensa diariamente na sala de ensaio. A primeira coisa que surgiu foi que a gente nao queria trazer a máscara antes da pessoa. Que pra gente importava saber quem é Jessica, que, antes de ser prostituta, é alguém e que nem se chamava Jéssica. Antes de eu ser atriz eu sou Nash, e o meu ofício não diz quem sou. Mas quem sou me faz ser atriz. O que vivi, por onde passei, etc. Pra mim era importante trazer isso. Trazer o ponto de vista da mulher da prostituição e não do cara, do cliente. A preparação foi inteira voltada a isso. Marcinha e Armando incorporaram nossas descobertas em sala no roteiro. Assim nossas personagens iam começando a existir com o corpo.


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