Música Michael Bublé reforça shows em cinemas com novo documentário musical Músico canadense protagoniza documentário musical exibido nesta terça (25), no Recife

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 25/10/2016 16:59 Atualizado em: 25/10/2016 20:25

Bublé endossa papel de bom moço no documentário musical gravado durante a turnê To be loved. Foto: Buble Films/Divulgação
Bublé endossa papel de bom moço no documentário musical gravado durante a turnê To be loved. Foto: Buble Films/Divulgação


O cantor canadense Michael Bublé quer ser mais do que um crooner: em Michael Bublé - tour stop 148, documentário musical exibido hoje no Recife, às 20h, pela UCI Cinemas, Bublé cumpre o papel de mocinho sobre e por trás dos palcos. Apadrinha filhos de integrantes da equipe, encoraja pedidos de casamento sob os holofotes, autografa cartazes, convida crianças da plateia a cantarem com ele trilhas sonoras de desenhos animados. É um galã bem humorado.

Confira o roteiro de cinema do Divirta-se

Ao se apropriar do cinema para exibir internacionalmente recortes de seus shows e bastidores, recurso já familiar a bandas como U2 e Imagine Dragons, Michael Bublé amplia o alcance da imagem de herói. Ele revela curiosidades invisíveis aos espectadores dos shows e estreita a relação com o grande público à parte do circuito de suas turnês.

No Brasil, artistas como Tiago Iorc e Luan Santana aderem à tendência para dar vazão a outros projetos: o primeiro protagoniza Troco likes ao vivo - um filme de Tiago Iorc, lançado no mês passado em 14 cidades brasileiras pela Cinemark, e o segundo leva a 50 cinemas do país o lançamento do novo DVD, 1977, no dia 8 de novembro, pela mesma rede.

Iorc, que dirige o próprio filme, fez aposta mais simples: usa imagens captadas por uma única câmera durante show da turnê Troco likes em Belém (PA). Luan Santana tem proposta documental: reúne, além de passagens do novo show, depoimentos de seis brasileiras com quem dividiu o palco - Ivete Sangalo, Marília Mendonça, Anitta, Ana Carolina, Sandy e a atriz Camila Queiroz. Ele toma por referência temática a luta por igualdade de gênero, implícita no título do projeto, uma referência ao ano em que foi criado o Dia Internacional da Mulher.

No palco, Bublé interage com a plateia e toca hits da turnê To be loved. Foto: Buble Films/Divulgação
No palco, Bublé interage com a plateia e toca hits da turnê To be loved. Foto: Buble Films/Divulgação
Lá fora, em 2008, U2 -3D já assumia pioneirismo no segmento: o filme, co-produzido pela National Geographic, era o primeiro a exibir show de rock nos cinemas com filmagem em três dimensões. Dirigido por Catherine Owens e Mark Pellington, compila trechos da turnê Vertigo (Brasil, Argentina e Chile), com hits como Sunday bloody Sunday e Beautiful day no setlist. Em março passado, Imagine Dragons emulou características do projeto: registrou trechos da turnê Smoke + mirrors e ofertou aos fãs uma espécie de reprise dos melhores momentos da temporada.

Bublé segue a tendência: em Michael Bublé - tour stop 148, dirigido por Brett Sullivan, aproveita filmagens da turnê To be loved, realizada no ano passado, e curiosidades de bastidores - rituais supersticiosos do músico, tempo necessário à montagem do espetáculo, quantidade de equipamentos usados nos shows. “Minha relação com a plateia é importantíssima. Quero estar perto deles, envolvê-los, não quero ser blindado”, diz o músico logo no início do filme - único momento em que fala diretamente à câmera.

O reforço de seu perfil carismático, contudo, chega a ser exagerado: de astro cativante, Michael Bublé ganha contornos de protagonista de comédia romântica. Em depoimentos sentimentais, a equipe técnica se apresenta como uma grande família, minimizando os efeitos das longas temporadas de convivência na estrada - o divórcio de um dos instrumentistas e a relação paternal entre assistentes de produção tonificam essa perspectiva. A trilha sonora se desenvolve a partir de trechos de shows: Cry me a river, Haven’t met you yet, Home e Feelin’ good integram o repertório do documentário musical.

SERVIÇO

Michael Bublé - tour stop 148
Quando: Hoje, às 20h
Onde: UCI Plaza Shopping e UCI Shopping Recife
Quanto: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)

>> NESTE ANO


Havana moon: The Rolling Stones live in Cuba

Lançado no fim de setembro, o concerto documenta apresentação gratuita dos Rolling Stones em Havana, Cuba, para mais de 1 milhão de espectadores, sob direção de Paul Dugdale. O show - incluído no roteiro da Olé tour pela América Latina - marca retorno da música internacional ao território cubano, comercial e culturalmente isolado durante anos. Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ronnie Wood se submetem a entrevista após o show, cujas respostas são aproveitas no início do documentário musical. Entre outros temas, Jagger comenta a postura do presidente dos Estados Unidos Barack Obama diante da reaproximação com Cuba. Além de cenas do show, Havana moon capta imagens da ilha, revelando o panorama econômico e cultural atual.

Troco likes ao vivo – um filme de Tiago Iorc

Com repertório baseado no disco Troco likes e no EP Sigo de volta, o filme - gravado em plano sequência, sem cortes - chegou aos cinemas no mês passado. Uma única câmera registrou show do músico brasiliense em Belém (PA), em abril deste ano, sob direção dele. Tiago é conhecido pelas composições em inglês e ganhou fama ao emplacar versões de hits internacionais em trilhas sonoras de telenovelas. Em Troco likes, contudo, o principal single é Coisa linda, composta em parceria com Leo Fressato e inspirada na atriz Isabelle Drummond, sua ex-namorada. Alexandria e Amei te ver também estão no repertório do projeto.

1977

O novo DVD de Luan Santana tem lançamento previsto para o dia 8 de novembro, quando entra em cartaz nos cinemas brasileiros. Com participação de Sandy, Ivete Sangalo, Marília Mendonça, entre outras artistas nacionais, o projeto se propõe a reforçar debates sobre igualdade de gênero e empoderamento feminino. As cenas foram registradas em Paulínia, no interior de São Paulo. É o quinto álbum do artista sertanejo, com referência ao ano em que foi instituído o Dia Internacional da Mulher. Das 11 faixas, de diferentes gêneros musicais, oito são assinadas pelo músico.

>> DUAS PERGUNTAS: Monica Portella, diretora de marketing da UCI Cinemas, rede pela qual é transmitido Michael Bublé - tour stop 148

Como a experiência imersiva da sala de cinema contribui para a apreciação de shows?

O áudio que uma sala de cinema possui é, por vezes, melhor do que de uma casa de espetáculo ao vivo. E a tela gigantesca dá a oportunidade do espectador assistir ao show como se estivesse no melhor assento de um show ao vivo.

Em linhas gerais, o público que consome shows nos cinemas é o mesmo que consome filmes? Há características próprias?
É um conteúdo de nicho, para públicos mais específicos. Roger Waters, por exemplo, atraiu um público que é fã de cinema e de música. Os espetáculos de ballet, por outro lado, atraem uma audiência que gosta de dança, mas que tem o desejo de assistir aos ballets do Bolshoi e não tem a oportunidade de vê-los ao vivo. O propósito é atrair nichos com interesse de assistir aos espetáculos propriamente ditos e ganham a oportunidade de acompanhá-los no cinema.

>> SAIBA MAIS: NOVO DISCO DE BUBLÉ
Michael Bublé lançou na última sexta-feira o novo disco, Nobody but me (Reprise Records, R$ 39,90). I believe in you, My kind of girl, Today is a yesterday’s tomorrow e My baby just cares for me estão entre as dez faixas do álbum, disponível gratuitamente no Spotify. Três anos após o bem sucedido To be loved - que rendeu o documentário musical Michael Bublé - tour stop 148 -, o novo trabalho foi gravado em Los Angeles e Vancouver, com participações como Meghan Trainor e Black Thought (The Roots). Mantém os vocais graves do canadense e a sonoridade passeia entre o jazz e o pop, como de costume. Em entrevistas, Bublé chegou a declarar que era seu álbum mais pop e disse ter abandonado a zona de conforto para desenvolvê-lo.


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