Cinema
Filme de terror Ouija começa sutil e depois apela para monstruosidades
A Origem do Mal é o segundo longa-metragem inspirado no jogo dos espíritos
Por: Júlio Cavani - Diario de Pernambuco
Publicado em: 23/10/2016 18:20 Atualizado em: 23/10/2016 18:27
Primeira metade do filme brinca com expectativas do público. Foto: Universal/ Divulgação |
Ouija: A origem do mal pode ser dividido em duas partes, que seguem dois estilos de terror diferentes. O trecho inicial, mais interessante, explora as sutilezas. O espectador entra no cinema com o desejo de sentir medo, mas não sabe em que momento o horror vai se materializar de verdade. O filme aproveita bem essa expectativa do público e a estica com uma tensão crescente que só vai explodir na segunda metade, quando os acontecimentos realmente terríveis começam a se concretizar na vida das personagens. Tudo passa a ficar mais explícito (e com mais efeitos especiais digitais) depois dos primeiros 50 minutos, exatamente no meio do tempo de duração do longa-metragem.
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As protagonistas são uma cartomante viúva e suas duas filhas (uma criança e uma adolescente). Na casa onde moram, elas recebem pessoas interessadas em se comunicar com parentes mortos. A primeira cena mostra como funciona esse atendimento e faz o público sentir o mesmo que os clientes delas. Logo em seguida, revela-se que o serviço oferecido não é sobrenatural e nem envolve espíritos. É tudo uma encenação que se aproveita da fragilidade emocional dos que perderam entes queridos. Até determinado ponto da narrativa, o filme explora bastante esse limite entre as ilusões psicológicas e os fenômenos sobrenaturais.
Mais adiante, tudo fica mais gráfico com o surgimento de criaturas medonhas e com agoniantes deformações nos rostos das personagens. A virada para a monstruosidade fantasmagórica ocorre quando a falsa vidente compra um jogo juvenil chamado Ouija por sugestão da filha adolescente, que participou de uma partida e o achou curiosamente relacionado ao trabalho da mãe. Por meio de um tabuleiro cheio de letras e números, os jogadores fazem peguntas aos espíritos, que supostamente as respondem ao moverem uma peça central em direção aos algarismos. No Brasil, a brincadeira do Ouija é mais praticada com um copo sobre uma mesa qualquer e pedaços de papel, mas no exterior ela ganhou uma versão vendida em lojas, industrializada pela marca de brinquedos Hasbro, co-produtora do filme.
Antes, a Hasbro já havia experimentado parcerias lucrativas no cinema com os filmes baseados nos bonecos Transformers e Comandos em ação (GI Joe) e no jogo Batalha naval (Battleship). Além da marca de brinquedos, Ouija tem a participação do produtor Michael Bay (diretor de Transformers) e do estúdio Blumhouse (responsável por pelo menos metade dos sucessos de terror nos cinemas atualmente).
Ouija: A origem do mal é um desdobramento de Ouija: O jogo dos espíritos, lançado em 2014. O primeiro filme era ambientado nos dias atuais e o segundo retrata acontecimentos anteriores, ocorridos na década de 1960. Uma cena após os créditos finais faz uma ligação mais direta entre os dois episódios.
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