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Música De Marília Mendonça a Karla Karolla: sertanejas cantam o empoderamento e resistem ao título de feministas Expoentes como Marília Mendonça, Simone e Simaria e a pernambucana Karla Karolla se destacam entre a nova geração de cantoras sertanejas

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 02/10/2016 11:38 Atualizado em: 30/09/2016 15:17

Marília Mendonça lidera a relação de novas cantoras da música sertaneja com milhões de acessos nos clipes divulgados no Youtube. Foto: Fonttes/Divulgação
Marília Mendonça lidera a relação de novas cantoras da música sertaneja com milhões de acessos nos clipes divulgados no Youtube. Foto: Fonttes/Divulgação

Elas não sofrem em silêncio por amor. Não têm hora para voltar para casa, dores de cotovelo mal curadas, ressacas ou vontades reprimidas: o eu lírico feminino da nova geração de cantoras sertanejas cobiça, esnoba e castiga os amores mal sucedidos enquanto se diverte. Herdeiras das pioneiras Irmãs Galvão, Irmãs Castro, Inhana (Cascatinha & Inhana), Inezita Barroso, Sula e Roberta Miranda, as damas do sertanejo contemporâneo dão voz a versos mais politizados que os de algumas de suas antecessoras: em vez do "beijinho doce" e da "colcha de retalhos", levam aos palcos demandas sociais vigentes como empoderamento feminino, liberdade sexual, direitos isonômicos, combate à violência contra a mulher e à opressão de gênero. Estão, segundo especilistas no segmento, nas trincheiras de novo ciclo da música sertaneja, protagonizado por mulheres e fortalecido, nos últimos anos, pelo romantismo da mineira Paula Fernandes e pelo vigor da goiana Marília Mendonça.

"Há, agora, uma quantidade expressiva de artistas mulheres, sendo várias delas compositoras, além de um maior interesse por esse tipo de artista, tanto comercialmente quanto por parte do público", esclarece o pesquisador Gustavo Alonso, doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e autor do livro Cowboys do asfalto: música sertaneja e modernização brasileira (Civilização Brasileira, R$ 69,90). Segundo ele, a música sertaneja tem por característica a renovação de sua popularidade a cada uma ou duas décadas, a partir de novos ciclos criativos, função que o chamado "sertanejo feminista" cumpre nos dias atuais. A politização das letras, contudo, é apontada como elemento familiar ao gênero: "Com frequência, gosta-se de dizer que as camadas populares no Brasil são 'alienadas', que os gêneros musicais que estas classes populares apreciam são 'despolitizados'. Há diversos casos que provam o oposto. Os compositores sertanejos se posicionaram politicamente em diversos momentos da história, seja a favor ou contra os governos, demandando injustiças ou denunciando a dura realidade dos mais pobres", observa Alonso. Bandido com razão (Zezé di Camargo), Garoto de rua (Zezé di Camargo) e Natureza, espelho de Deus (Paulo Debétio/Paulinho Resende), dedicadas a expor desigualdades sociais e exploração ambiental, respectivamente, são exemplos lançados nos anos 1990.



Antes do tom político das letras, portanto, o protagonismo das mulheres no sertanejo é que estabelece a natureza inovadora do trabalho das contemporâneas Marília Mendonça, Maiara e Maraísa, Paula Mattos, Karla Karolla. Em lista desenvolvida pela organização Universidade Livre Feminista, o rap e o funk, oriundos do movimento hip hop, despontam como os gêneros com maior repertório feminista, incluindo músicas nacionais - como Ventre livre de fato, Testando e Não dependo de homem - e estrangeiras - como Fuego e La rage. Os hits do pop Man! I feel like a woman (Shania Twain) e Independent woman (Beyoncé) também foram relacionadas pela ULF, referência no debate feminista da atualidade.

"A linguagem dessa nova safra sertaneja envolve bar, bebida, farra. Elas não se submetem ao machismo. Se artistas como eu não tivessem levantado com afinco essa bandeira, seria muito mais difícil seu trabalho. Elas sabem disso, nós lhes deixamos um legado. Luto por elas há 30 anos, estou aqui para abraçá-las", diz Roberta Miranda, apontada pelas "novatas" como referência. No ano passado, a paraibana usou o YouTube para publicar mensagem de apoio às sucessoras: Homenagem às mulheres da música sertaneja fala sobre sororidade e soma cerca de 14 mil visualizações - menos que 0,01% da audiência de Infiel, videoclipe de Marília Mendonça, que soma mais de 143 milhões de views no YouTube, prova da ascensão do segmento.

"Simone e Simaria gravaram música contra a violência doméstica (Ele bate nela). Já artistas como Maiara e Maraísa, Marilia Mendonça e Paula Mattos cantam a mulher como personagem principal, agindo da mesma forma que os homens agem em outras letras: bebendo, sofrendo e, desde que a geração universitária criou essa estética, dando o troco na traição", lista Gustavo Alonso.



Apesar da postura empoderada, a maioria delas prefere não se classificar como feminista. "Não me considero [feminista]. Me considero uma pessoa que busca igualdade. Se eu me colocar como feminista, vou assumir que existe diferença, e é isso que temos que evitar", declarou Marília Mendonça em entrevista ao Viver, no mês passado. "Não somos [feministas]. Somos apenas duas artistas que cantam o que sentem e que querem seu espaço. Lutamos por liberdade", endossa Maiara (Maiara e Maraísa). E a pioneira Roberta Miranda relativiza: "Se ser feminista é lutar por um lugar digno na música sertaneja, me considero, sim."

Estigmas em torno do conceito de feminismo (sistema que preconiza a ampliação legal dos direitos civis e políticos da mulher ou a igualdade dos direitos dela aos do homem, segundo o Dicionário Aurélio de língua portuguesa) e um show business patriarcal podem motivar as negativas à designação, segundo estudiosos. Para o pesquisador Luís Braúna, membro do Núcleo de Pesquisa em Gênero e Masculinidade da UFPE (Gema), a recusa ao "título" de feminista tem por intuito conservar público mais abrangente: "Se declarar feminista, acima de tudo, é um posicionamento político. Estamos inseridos em uma cultura que quer, cada vez mais, distanciar o social/cultural de tudo que é político. Ao promoverem a valorização da mulher e, por vezes, não se declararem feministas, elas se distanciam da discussão política e atraem público bem mais amplo, que apenas se identifica com as letras."

Conceitos como isonomia e sororidade, atrelados ao feminismo, porém, são recorrentes nos discursos das artistas. "O que mais fortalece [o trabalho] é a união das mulheres, quando elas compartilham o que fazem, se ajudam. Não podemos ficar só no mundo de Maiara e Maraisa. Queremos saber o que está acontecendo com Naiara Azevedo, Simone e Simaria, Marília Mendonça. Temos que nos manter unidas", diz Maiara. Segundo ela, o gênero provocou resistência no mercado fonográfico: ao saberem que músicas popularizadas nas vozes de intérpretes como Jorge e Mateus eram composições das gêmeas, as portas se fechavam - "só porque somos mulheres", analisa.

>> A PERNAMBUCANA
Karla Karolla: "Somos o sertanejo de salto alto e batom vermelho"


Karla Karolla desponta como representante pernambucana do chamado sertanejo feminista. Foto: Arquivo pessoal/Divulgação
Karla Karolla desponta como representante pernambucana do chamado sertanejo feminista. Foto: Arquivo pessoal/Divulgação
Aos 20 anos, Karla Karolla é o principal expoente do chamado sertanejo feminista em Pernambuco. Em 2013, mesmo ano em que subiu ao palco do Teatro de Santa Isabel para  apresentar sua última ópera, A flauta mágica, Karla deixou a música clássica - que estudava no Conservatório Pernambucano de Música desde os 11 anos - de lado para seguir carreira como cantora sertaneja. O primeiro incentivo veio do pai: "Ele me perguntou se eu tinha vontade de gravar uma música que escrevi na época, inspirada numa decepção amorosa que vivi. Eu disse que sim. E surgiu Com a mesma moeda", lembra a pernambucana. Publicado no YouTube em outubro daquele ano, o videoclipe da música - filmado em Gravatá, no Agreste pernambucano - acumula cerca de 45 mil visualizações. Com a mesma moeda é, ainda hoje, o principal hit de trabalho de Karla Karolla.

"Sempre fui muito carismática, extrovertida. Muitas vezes, tive dificuldade para conseguir papéis em óperas, concertos. Eu dava vida a princesas cômicas, quando elas deveriam ser dramáticas. Percebi, depois, que eu não tinha afinidade com aquele universo clássico, formal. Embora a teoria musical tenha sido fundamental para o meu trabalho", recorda a cantora, que soma 16,3 mil seguidores no Facebook. Em 2015, Karla expandiu a popularidade com o sucesso Sua chance passou: nas redes sociais, mulheres marcavam os perfis de ex-namorados, ex-maridos, enquanto Karla acompanhava a viralização da música. Foi na esteira de Sua chance passou que ela recebeu convites para a primeira turnê nacional. Participou de baladas sertanejas como o Coração Sertanejo e Vila Country, no Sul e Sudeste do país. Hoje, Karla passa temporada na capital paulista, cumprindo agenda de shows e participações em programas de televisão. Volta ao Recife, onde vive a família, no fim do ano. Da carreira sertaneja, acumula o suficiente para custear despesas pessoais, manter apartamento na Zona Sul de São Paulo, carro próprio e duas bandas - uma na capital paulista, outra na capital pernambucana. "Ainda não consigo ajudar tanto em casa, mas é o próximo passo", avalia.

>> DUAS PERGUNTAS: Karla Karolla, cantora e compositora

Se considera feminista?

Deixa eu pensar... Me considero, sim. Porque eu defendo muito as mulheres. Eu falo exaltando as mulheres. Eu passo mensagens de superação, digo que somos importantes, sim, que temos nossa própria voz. Nós somos o sertanejo de salto alto e batom vermelho. As minhas letras são inspiradas em histórias de amigas, historias minhas. Dizem que a mulher também supera, que a mulher também vai à balada dançar, se divertir. Que a mulher também sente desejo. Falam dos nossos relacionamentos, frustrações, desejos. Acho que são letras feministas, sim.

Já se sentiu mais cobrada por ser mulher?
No início, senti resistência do mercado. O que eu fazia, há dois, três anos, não era comum.  A referência mais próxima que os contratantes e o publico conheciam era Paula Fernandes, as letras mais românticas, mais sentimentais. Eu precisava explicar que meu show tinha pegada agitada, superestrutura, como os shows dos homens do sertanejo. Hoje é mais fácil. Sou muito cobrada pela aparência, postura no palco, figurino. Eu preciso controlar o peso, ter preparo físico, pensar nas roupas. Eu mesma as desenho e mando costurar no Recife. Tenho uma equipe de preparação, faço aulas de canto, dança, frequento a academia. Mas o nível de vaidade dos homens que conheço, os cantores sertanejos, é tão alto quanto o das mulheres. Talvez sejamos mais cobradas, mas os cuidados são os mesmos. Eles são muito vaidosos.

ENTREVISTA: Edvan Antunes, escritor e pesquisador, autor do livro De caipira a universitário: a história do sucesso da música sertaneja (Editora Matrix, R$ 44,90)

Edvan Antunes assina De caipira a universitário: a história do sucesso da música sertaneja. Foto: Arquivo pessoal/Divulgação
Edvan Antunes assina De caipira a universitário: a história do sucesso da música sertaneja. Foto: Arquivo pessoal/Divulgação
Para quando apontam os registros das primeiras cantoras engajadas na música sertaneja? Quais foram as pioneiras?

A primeira dupla feminina na música sertaneja foi as Irmãs Castro, que em 1945 gravou o clássico Beijinho doce, de autoria de Nhô Pai. Logo a seguir, surgiram As Irmãs Galvão, que ainda estão em atividade e mudaram o nome da dupla para As Galvão. Podemos citar, na década de 1950, Inezita Barroso, que abraçou a música caipira respeitando suas raízes. Merecem destaque também o Duo Ciriema, que surgiu na década de 1960, e As Marcianas, que surgiram na década de 1990. Além delas, podemos acrescentar Nalva Aguiar, Sula Miranda, Roberta Miranda e atualmente Paula Fernandes. Todas tiveram destaque no gênero, mesmo fazendo carreira solo.

Podemos considerar a música sertaneja como um gênero protagonizado por homens?
Esse protagonismo masculino não foi algo proposital. No início do século 20, quando as duplas masculinas eram formadas no interior de São Paulo, o mundo, a nossa sociedade e a divisão dos papéis entre homens e mulheres era totalmente diferente. A formação das duplas foi algo natural, eram primos ou amigos que casavam suas vozes e pronto. Naquela época, as mulheres não participavam de quase nenhum gênero musical. Após as primeiras gravações da música caipira, feitas em 1929, as gravadoras perceberam que havia, sim, público para esse gênero. Elas começaram a procurar novas duplas, a maioria dessas formadas por homens. Com o passar do tempo, o público da música sertaneja se tornou predominantemente feminino, principalmente após o gênero mergulhar no romantismo, nos meados dos anos 1970. A temática romântica fidelizou o público feminino, cantando as dores e os dissabores do amor. Quanto mais o público feminino consumia a música sertaneja, mais as gravadoras procuravam homens para gravar. Isso criou um ciclo interminável.

O sertanejo feminista tende a atrair maior público para o gênero musical? Ou pode afastar alguns adeptos? O que é mais provável?

A música sertaneja, hoje, é um produto de consumo de massa. Qualquer dupla feminina que quiser cantar apenas uma temática “feminista” vai perder a maior fatia desse público, aquela fatia que quer apenas se divertir, sem se importar com questões de gênero. Os produtores sabem disso e vão sempre mesclar músicas dançantes com viés romântico e uma ou outra com pegada mais “feminista”, para pegar carona na ascensão feminina.

Como surgiu a música sertaneja? E como se desdobrou no chamado sertanejo feminista?
A chamada música sertaneja nasceu como música caipira que cantava apenas as belezas da vida no campo e os hábitos simples de quem vivia num Brasil predominantemente rural. A denominação 'música sertaneja' surgiu quando algumas duplas começaram a gravar boleros, guaranias paraguaias, rasqueados e música rancheira mexicana, todas com temática 'dor de cotovelo'. A partir daí, a busca sempre foi por um hit um sucesso que ajudasse e vender mais discos e gerar mais shows para determinada dupla. O fato de ter mais mulheres cantando sertanejo hoje em dia se deve à busca dos produtores por novidades, por novos nichos de mercado. A isso, soma-se o fato de que, hoje, a mulher tem mais espaço na sociedade e no showbizz como um todo.

>> AS REPRESENTANTES

Marília Mendonça assinava composições de outros nomes do sertanejo antes de subir aos palcos. Foto: Texto mais ideias/Divulgação
Marília Mendonça assinava composições de outros nomes do sertanejo antes de subir aos palcos. Foto: Texto mais ideias/Divulgação
>> MARÍLIA MENDONÇA

Aos 21 anos de idade, a goiana acumula 1,8 milhões de inscritos em seu canal no YouTube e 2,1 milhões de seguidores no Facebook. Compositora de sucessos como Infiel, Eu sei de cor, Sentimento louco e O que falta em você sou eu, ganhou o apelido de "Adele do sertanejo". Antes de gravar o primeiro álbum, Marília Mendonça ao vivo (2016), compunha para Jorge e Mateus, Wesley Safadão, Lucas Lucco, Henrique e Juliano, Cristiano Araújo, chegando a emplacar hits na voz dos colegas, como Cuida bem dela e Até você voltar. A última apresentação de Marília Mendonça no Recife foi no dia 13 de agosto, quando dividiu o palco do Clube Internacional do Recife com a paraense Joelma. As composições têm por característica a independência da mulher e a apropriação de atitudes antes "masculinas" nas letras sertanejas, como a vingança após traições, as farras e as desilusões amorosas.

Infiel
Pus as malas lá fora e ele ainda saiu chorando
Essa competição por amor só serviu pra me machucar
Tá na sua mão, você agora vai cuidar de um traidor
Me faça esse favor
Iêêê, infiel
Eu quero ver você morar num motel
Estou te expulsando do meu coração
Assuma as consequências dessa traição
Iêêê, infiel
Agora ela vai fazer o meu papel
Daqui um tempo você vai se acostumar
E ai vai ser a ela que vai enganar
Você não vai mudar

Maiara e Maraísa cantam a autonomia das mulheres em bares, festas, baladas. Foto: Divulgação
Maiara e Maraísa cantam a autonomia das mulheres em bares, festas, baladas. Foto: Divulgação
>> MAIARA E MARAÍSA

As irmãs gêmeas matogrossenses assinam os hits 10%, No dia do seu casamento e Medo bobo, popularizados nas vozes de intérpretes como Henrique e Juliano, Jorge e Mateus e Cristiano Araújo, reunidos no álbum Ao vivo em Goiânia (2016). Cantam as desilusões, vinganças e autonomia das mulheres em bares, festas, baladas. "Nosso show tem muitos homens e muitas mulheres. É legal que os homens cantam tudo também. E nós sentimos que representamos as meninas, levamos as atitudes delas aos palcos. Isso representa o fim de uma hegemonia masculina. A gente quer mostrar que é livre para cantar o que sente, igual aos homens, no palco e fora dele", diz Maiara.

Dez por cento
Tô escorada na mesa
confesso que eu quase caí da cadeira
E esse garçom não me ajuda,
já trouxe a vigésima saideira
Já viu o meu desespero
e aumentou o volume da televisão
Sabe que sou viciada
e bebo dobrado ouvindo um modão

Simone e Simaria são ex-backing vocals de Frank Aguiar e integraram a banda Forró do Muído. Foto: Alana Andrade/Divulgação
Simone e Simaria são ex-backing vocals de Frank Aguiar e integraram a banda Forró do Muído. Foto: Alana Andrade/Divulgação
>> SIMONE E SIMARIA

Ex-backing vocals de Frank Aguiar, integraram a banda Forró do Muído, da qual partiram em carreira própria com o codinome As Coleguinhas. Entre as canções mais conhecidas, Meu violão e o nosso cachorro, Quando o mel é bom e Perdeu. Em Ele bate nela, denunciam a violência doméstica contra a mulher. "E ela confiou / e entregou todo o seu amor / E esse cara, com um tempo / a sua máscara quebrou / E agora ele bate, bate nela / E ela chora / Querendo voltar pros braços de sua mãe", diz a letra. Simone e Simaria cantam, ainda, a independência financeira e emocional das mulheres em relação aos parceiros. Elas têm 4,9 milhões de seguidores no Facebook.

Meu violão e o nosso cachorro
Se o nosso amor se acabar, eu de você não quero nada
Pode ficar com a casa inteira e o nosso carro
Por você eu vivo e morro
Mas dessa casa eu só vou levar
Meu violão e o nosso cachorro
Se amanhã a gente se acertar, tudo bem
Mas se a gente não voltar, posso beber, posso chorar
E até ficar no soro
Mas dessa casa eu só vou levar
Meu violão e o nosso cachorro

Paula Mattos acumula pouco mais de 749 mil seguidores no Facebook. Foto: YouTube/Reprodução da internet
Paula Mattos acumula pouco mais de 749 mil seguidores no Facebook. Foto: YouTube/Reprodução da internet
>> PAULA MATTOS

Mato-grossense, Paula Mattos ganhou destaque com o álbum Paula Mattos acústico (2015) e acumula pouco mais de 749 mil seguidores no Facebook. Que sorte a nossa, Farol fechado e Deixa que eu cuido da gente estão entre as mais populares do seu repertório. As letras versam em torno da mulher financeiramente independente, emancipada, que toma a iniciativa na conquista e assume as rédeas dos relacionamentos. "Deixa que eu cuido da gente / não vai faltar amor pra nós dois / Deixa que eu cuido da gente / que o resto eu explico depois", diz a letra de Deixa que eu cuido da gente.

Rosa amarela
Comprei duas entradas pro cinema
Mais tarde um jantar à luz de velas
E pra comemorar o nosso dia
Uma rosa amarela
Hoje faz três anos, que eu te conheci
Veio dos meus sonhos, como eu tanto pedi

Naiara Azevedo ganhou fama em 2011, ao gravar Coitado, resposta ao hit Sou foda. Foto: Facebook/Reprodução da internet
Naiara Azevedo ganhou fama em 2011, ao gravar Coitado, resposta ao hit Sou foda. Foto: Facebook/Reprodução da internet
>> NAIARA AZEVEDO

Seguida por 916 mil pessoas no Facebook, Naiara Azevedo ganhou fama em 2011, ao gravar Coitado, resposta ao hit Sou foda, gravado por Munhoz e Mariano. "Coitado, se acha muito macho / Sou eu que te esculacho / te faço de capacho / Se acha o bicho, nem era tudo aquilo / que contava pros amigos / Eu sempre te defino / Desanimador, prepotente e arrogante", dizem os versos. Batons escuros e maxibrincos são acessórios característicos da sertaneja, que mescla referências do country e do funk em suas composições. Versa sobre a vingança da mulher sobre o homem traído, o amor próprio e a autonomia da mulher sobre os próprios desejos.

50 reais
E não precisa se vestir
Eu já vi tudo que eu tinha que ver aqui
Que decepção
Um a zero pra minha intuição
Não sei se dou na cara dela ou bato em você
Mas eu não vim atrapalhar sua noite de prazer
E pra ajudar pagar a dama que lhe satisfaz
Toma aqui uns 50 reais

A sertaneja Mônica Guedes ganhou destaque em 2015, ao lançar o EP Doce pimenta. Foto: Reprodução da internet
A sertaneja Mônica Guedes ganhou destaque em 2015, ao lançar o EP Doce pimenta. Foto: Reprodução da internet
>> MÔNICA GUEDES

A sertaneja despontou em 2008, ao gravar covers de músicas estrangeiras sob o pseudônimo Harmonyke. No ano seguinte, gravou o primeiro CD autoral, Coleção de instantes (2009). Desde então, acumula 87,1 mil seguidores no Facebook. Ganhou maior destaque no ano passado, ao assinar contrato com a Sony Music e lançar o EP Doce pimenta (2015). Ao contrário de outros expoentes do segmento, Mônica se considera feminista. Em seu site oficial, se descreve: "Antes mesmo de grandes nomes na atualidade, Mônica já era reconhecida por lutar pelo espaço da figura feminina no universo sertanejo, socialmente ativa, feminista." Fala do empoderamento feminino, da liberdade sexual e da isonomia de papéis sociais.

Doce pimenta
Vem aqui, chega junto eu vou te mostrar
Se der bobeira, juro não vou perdoar
Cheia de charme, de prosa, eu sei brincar
Doce pimenta, eu sou
Se te deixo dominar
É meu jeito de gostar

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