Polêmica Atriz global nega ter ofendido nordestinos: Não me curvo a ameaças. Leia carta Acusada de dizer "Já pagamos o Bolsa Família de vocês", Alexia Dechamps responde que "o tempo de mulheres indefesas e submissas é passado"

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 26/10/2016 15:35 Atualizado em: 26/10/2016 16:15

Atriz deve voltar à grade da Rede Globo no próximo ano. Foto: Globo/Divulgação
Atriz deve voltar à grade da Rede Globo no próximo ano. Foto: Globo/Divulgação


Após repercussão de uma declaração atribuída à atriz Alexia Dechamps na Câmara dos Deputados em audiência sobre a ilegalidade da vaquejada no Brasil, a assessoria da artista enviou uma carta-resposta ao Viver. No texto, ela acusa o deputado Pedro Vilela, do PSDB de Alagoas, de deturpar as palavras dela. 

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"O parlamentar, além de deturpar minhas palavras, me ofendeu, tentou humilhar e constranger. (...) Não me curvo a ameaças, que o tempo de mulheres indefesas e submissas é passado", diz um trecho. Alexia justifica sua opinião sobre a não regulamentação da vaquejada e afirma que irá aos tribunais para que o parlamentar preste conta das suas palavras.

A audiência pública ocorreu na terça-feira, na Câmara dos Deputados, em Brasília. O encontro contou com a presença de vaqueiros e defensores da prática nordestina e grupos que defendem a causa animal para discutir uma proposta de regulamentação da vaquejada no país. Após a reunião, integrantes da bancada nordestina afirmaram que Alexia teria dito frases desrespeituosas direcionadas a nordestinos: "Calem a boca que nós já pagamos o Bolsa Família de vocês". A postura dela gerou polêmica durante o debate e a frase que teria sido dita pela atriz foi severamente criticada por internautas.

No início do mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional um projeto de lei cearense que regulamentava a vaquejada. A partir da decisão, a prática passou a ser considerada ilegal. A ação que chegou ao STF foi movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que defende que a prática está relacionada a maus-tratos a animais.

Confira a carta na íntegra:

"Eu, Alexia Dechamps, repudio a atitude do deputado Pedro Vilela, do PSDB alagoano, de atribuir a mim palavras desrespeitosas contra o povo nordestino durante audiência pública sobre a regulamentação da vaquejada. Mais do que isso, abomino sua postura oportunista de aproveitar-se de um falso embate com uma pessoa pública, atriz profissional, para conseguir mídia fácil e destacar-se diante de seu eleitorado. O parlamentar, além de deturpar minhas palavras, me ofendeu, tentou humilhar e constranger, chegando a dirigir-se ao plenário da Câmara pedir que a Procuradoria da Casa me processe. Não sabe o Sr. Deputado que não me curvo a ameaças, que o tempo de mulheres indefesas e submissas é passado e que antes que siga com sua infâmia eu o estarei chamando a prestar contas de suas palavras perante os tribunais.

No intenso debate que acontecia entre os que defendiam a vaquejada como atividade econômica, geradora de empregos, e os que, como eu, afirmávamos que nenhum trabalho pode se basear em maus tratos a animais indefesos, defendi que o correto seria buscar alternativas econômicas para os vaqueiros que vivem da vaquejada. Se é uma cultura regional, que se mude a cultura, da mesma forma que se deve abandonar a prática das touradas na Espanha. Nada, absolutamente nada, justifica a violência contra animais ou seres humanos.

isse ainda que no Nordeste, de onde provinha a maior parte dos vaqueiros lá presentes, existem outras atividades como pesca, turismo e lavoura, além do Bolsa Família, que poderia amparar os mais necessitados. Lembrei que a região é que mais tem inscritos no programa do governo federal. Se o auxílio existe, sustentado pelos impostos que eu e todos os brasileiros pagamos, para socorrer pessoas sem renda suficiente, deve ser utilizado para casos extremos como o que discutíamos.

A deturpação dos meus argumentos, como se vê, é vil. Espero que a exposição do caso sirva para desmascarar este tipo de ardil, mostrando aos eleitores do parlamentar quem ele realmente é, em lugar da imagem que gostaria de ver estampada nos jornais. A verdade costuma ser severa com quem manipula fatos e agride semelhantes para conquistar objetivos mesquinhos.

Vim para Brasília para defender a Constituição do meu país, defender a interpretação do Supremo Tribunal Federal contra as vaquejadas e as minhas convicções. É disso que eu vivo. É isso que sou."

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