Música Aerosmith mostra rock competente para plateia animada Apresentação no Chevrolet Hall teve casa lotada

Por: Breno Pessoa

Publicado em: 22/10/2016 09:00 Atualizado em: 22/10/2016 18:25

Grupo de Boston (EUA) fez apresentação competente no encerramento da turnê brasileira. Foto: Breno Pessoa/Especial para o Diario de Pernambuco
Grupo de Boston (EUA) fez apresentação competente no encerramento da turnê brasileira. Foto: Breno Pessoa/Especial para o Diario de Pernambuco

Enquanto para alguns artistas reinventar-se é questão de sobrevivência ou de satisfação criativa, para outros não parece problemático fazer mais do mesmo. O Aerosmith, que se apresentou na noite de sexta-feira no Chevrolet Hall, em Olinda, se enquadra na segunda categoria, com um raro diferencial entre bandas que não saem da zona de conforto: mesmo tocando faixas com, em média, 30 anos, a música não soa acomodada mas, sim, viva e enérgica.

A falta de novidades no palco do Aerosmith é compensada pelo vigor e competência que que Steven Tyler (68), Joe Perry (66), Tom Hamilton (66), Joey Kramer (66) e Brad Whitford (64) mostram mesmo após 46 anos de formação da banda. Considerando que a faixa mais nova do repertório do show em Pernambuco tem 18 anos (I don't want to miss a thing, trilha do filme Armageddon), é esperado que os músicos demonstrem total domínio. 

Estridente e performático, Tyler segue demonstrando uma boa gama vocal e controle sobre a voz, um tanto mais rouca do que no passado. É um desgaste compreensível, dado os excessos da carreira e o rompimento dos vasos sanguíneos das cordas vocais que o vocalista sofreu em 2005. Longe de ser um defeito, a rouquidão virou elemento característico e acaba passando despercebida na maior parte do tempo. O único momento em que as falhas ficaram mais acentuadas foi no início de Dream on, quando Tyler cantou acompanhado apenas de seu piano.

Joe Perry, que em agosto sofreu colapso no palco durante apresentação de um projeto paralelo, a banda Hollywood Vampires, também exibiu disposição e virtuosismo na guitarra, além de uma interpretação honesta para Stop messin' around, único momento em que deixou os backing vocals para assumir a voz principal. Mais discretos, o baterista Joe Kramer, o baixista Tom Hamilton e o guitarrista Brad Whitford contrabalanceiam o lado expansivo de Perry e Tylen.

O único ponto baixo da apresentação ficou por conta não da banda, mas de um problema já habitual no Chevrolet Hall: a acústica. Apesar de alto e de chegar bem a todos os espaços da casa, o som não saiu límpido, o que certamente desagrada quem é mais exigente nesse campo.
    
Com a casa cheia na única apresentação do Nordeste, o Aerosmith realizou um espetáculo nostálgico para fãs, no que pode ser um dos últimos shows da banda, que tem anunciado (e, frequentemente, desmentido) o encerramento das atividades no próximo ano. Se a primeira passagem pela região pode também ser a última, resta o consolo de que eles já foram confirmados como atração para o Rock in Rio 2017. 

    
Setlist:
Draw the line (1977)
Love in an elevator (1989)
Cryin' (1993)
Eat the rich (1994)
Crazy (1993)
Kings and queens (1977)
Livin' on the edge (1993)
Rats in the cellar (1976)
Dude (Looks like a lady) (1987)
Monkey on my back (1989)
Pink (1997)
Rag doll (1987)
Stop messin' around (Cover do Fleetwood Mac, 1968)
Chip away the stone (1978)
I don't want to miss a thing (1998)
Come together (cover do The Beatles, 1978)
Walk this way (1975)
Dream on (1973)
Sweet emotion (1975)



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