Reconhecimento Academia Brasileira de Letras elege o poeta Geraldo Carneiro como novo imortal Ao todo, ele obteve 33 votos, sendo 21 de acadêmicos presentes e 13 por cartas

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 27/10/2016 19:00 Atualizado em: 27/10/2016 17:46

Carneiro foi influenciado por muitos escritores e músicos que frequentavam a casa dos seus pais, como Paulo Mendes Campos, Jacob do Bandolim e Tom Jobim. Foto: Fernando Frazão/ABr
Carneiro foi influenciado por muitos escritores e músicos que frequentavam a casa dos seus pais, como Paulo Mendes Campos, Jacob do Bandolim e Tom Jobim. Foto: Fernando Frazão/ABr


A cadeira 24 da Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupada pelo crítico teatral, teatrólogo, jornalista, professor, ensaísta e historiador Sábato Magaldi até sua morte, em julho deste ano, tem um novo imortal substituto. Nesta quinta-feira (27), a ABL elegeu o poeta, tradutor, letrista e roteirista mineiro Geraldo Carneiro para o lugar de Magaldi. Ao todo, ele obteve 33 votos, sendo 21 de acadêmicos presentes e 13 por cartas. Antes de Sábato, a cadeira foi ocupada por Garcia Redondo (fundador), Luís Guimarães Filho, Manuel Bandeira e Cyro dos Anjos.

Geraldo Eduardo Ribeiro Carneiro nasceu em Belo Horizonte (MG), em 11 de junho de 1952, e começou a manifestar interesse pela arte ainda jovem, influenciado por muitos escritores e músicos que frequentavam a casa dos seus pais, como Paulo Mendes Campos, Jacob do Bandolim e Tom Jobim. Além de poeta, Carneiro também foi letrista e roteirista de televisão, teatro e cinema.

Ao longo da carreira, foi parceiro musical de vários artistas, como o argentino Astor Piazolla e os brasileiros Wagner Tiso e Francis Hime, além de Tom Jobim. Na televisão, Geraldo Carneiro estreou em 1976, como colaborador do escritor Bráulio Pedroso, na minissérie Parabéns pra você, dirigida por Roberto Talma e exibida pela Rede Globo.

Em 1985, trabalhou na TV Manchete, mas retornou à emissora Globo quatro anos depois e escreveu roteiros de especiais, seriados e novelas. Dividiu com Walther Negrão a autoria da minissérie O sorriso do lagarto, adaptada do livro de João Ubaldo Ribeiro e dirigida por Roberto Talma, em 1991. No ano seguinte, escreveu o roteiro de Elas por ela, musical estrelado por Marília Pêra, com direção de Roberto Talma e direção musical de Gonzaguinha. De 1993 a 1995, Geraldo Carneiro foi um dos roteiristas do Terça Nobre e Brasil Especial, faixa de programação em que eram apresentadas adaptações de obras literárias brasileiras.

No teatro, estreou com o musical Lola Moreno, escrito em parceria com Bráulio Pedroso, em 1979. Escreveu entre outras peças Folias do coração, Apenas bons amigos (ambas com Miguel Falabella), A bandeira dos cinco mil réis e Manu Çaruê. Assinou também as traduções de peças como A tempestade (The tempest) e Uma peça como você gosta (As you like it), de Shakespeare, entre outras.

No cinema, assinou os roteiros dos filmes Eternamente Pagu (1987), de Norma Bengell, e O judeu (1996), escrito com Millôr Fernandes, Gilvan Pereira e o diretor do filme, Jom Tob Azulay. Já na literatura, é autor dos livros de poesia Em busca do Sete-Estrelo, Verão vagabundo, Piquenique em Xanadu (prêmio Lei Sarney de melhor livro do ano), Pandemônio, Folias metafísicas, Por mares nunca dantes, Lira dos cinquent%u2019anos e Balada do impostor. Com Carlito Azevedo, lançou Sonhos da insônia, com a tradução de sonetos de William Shakespeare. Também publicou, em prosa, os livros Vinícius de Moraes: a fala da paixão e Leblon: a crônica dos anos loucos.

Com informações da Academia Brasileira de Letras

 



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