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Música No Recife, Paralamas Trio resgata versão roqueira e minimalista dos Paralamas do Sucesso Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone retomam no Teatro Guararapes formato apresentado, pela última vez, nos fim dos anos 1980

Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco

Publicado em: 18/09/2016 10:20 Atualizado em: 16/09/2016 17:14

Paralamas Trio apresenta formato mais enxuto, com proposta musical mais voltada ao rock. Foto: Divulgação
Paralamas Trio apresenta formato mais enxuto, com proposta musical mais voltada ao rock. Foto: Divulgação

Era 1986 quando João Fera (teclado, percussão e backing vocal) se uniu ao Paralamas do Sucesso - hoje, expandido também por Monteiro Jr. (saxofone) e Bidu Cordeiro (trombone). Antes disso, Herbert Viana (vocal e guitarra), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria e backing vocal) expunham sua sinergia enquanto trio - integrantes da formação original, nascida na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Confira o roteiro de shows no Divirta-se

Trinta anos separam o acréscimo de Fera e os dias atuais: nesse intervalo, Barone, Ribeiro e Viana compartilharam o palco sem músicos de apoio por minutos esporádicos durante os shows. Agora, resgatam sua gênese musical na turnê Paralamas Trio, apresentada neste domingo (17) no Teatro Guararapes, em Olinda, Região Metropolitana do Recife, às 19h30.

"Faz tempo que desejávamos retomar esse formato minimalista e exercitar o desafio da apresentação com pegada mais roqueira, algo que esse formato exige", diz Barone sobre o projeto, cuja estreia ocorreu em fevereiro deste ano, em São Paulo. No show, além dos hits autorais, são explorados clássicos dos anos 1970 e 1980 que serviram de inspiração ao trio.

"Experimentamos nosso repertório para que funcionasse como trio, desde as faixas dos primeiros álbuns. Temos até músicas inéditas, além de interpretações de artistas que admiramos, como The Jam, Talking Heads e Jimi Hendrix", explica. As duas composições inéditas incluídas na apresentação devem integrar novo álbum de estúdio do grupo, cujo lançamento deve ocorrer no próximo ano - com possível antecipação de singles ainda neste semestre.

Os três músicos dividem o palco desde o início da trajetória da banda. Foto: Stefano Martini/Divulgação
Os três músicos dividem o palco desde o início da trajetória da banda. Foto: Stefano Martini/Divulgação
Paralamas
Trio resgata, além da sonoridade original da banda, os ídolos e referências dos músicos. Conhecidos também pelas letras de cunho social, como A história de uma bala (Herbert Viana) e Alagados (Herbert Vianna/Bi Ribeiro/João Barone), os Paralamas não precisam, nem pretendem ser politizados em tempo integral. É o que diz Barone, que vê na crise política do país uma fonte de inspiração potencial, mas não obrigatória. "Nem Bob Marley era politizado o tempo todo, né?", brinca o baterista. Produções mais pop, como Aonde quer que eu vá e Meu erro devem se pontos altos na apresentação.

SERVIÇO
Quando: Domingo (18), às 19h30
Onde: Teatro Guararapes (Centro de Convenções de Pernambuco - Av. Prof. Andrade Bezerra, S/N - Salgadinho, Olinda)
Quanto: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia)
Informações: (81) 3182.8020

>> TRÊS PERGUNTAS: João Barone, baterista

Como é a relação do Paralamas com Pernambuco? Têm alguma memória afetiva em relação ao estado que gostariam de destacar?

Nosso show com a Nação no Marco Zero. Foi histórico.

Nos anos 1990, o caminho dos Paralamas se cruzou com o da Nação Zumbi. Como foi aquela fase? Como se deu o intercâmbio artístico entre vocês?
Foi da admiração até o encontro. Um curto, porém intenso, convívio, que nos levou a vários shows e turnês pelo Brasil e exterior. Sempre que possível, compartilhamos os palcos nacionais, ainda hoje. Chico e a Nação permanecem como fonte inspiradora para nós.

Há queixas, atualmente, de pouca valorização em relação aos compositores - serviços de streaming não creditam a composição das músicas, por exemplo. Como vocês veem essa questão?
Estamos ao sabor da maré dos novos tempos. Esperamos que a arrecadação de direitos seja tão eficiente quanto as plataformas de disseminação de música atuais. Nada mais justo.


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