Netflix Filho de Pablo Escobar diz que segunda temporada de Narcos tem pelo menos 28 inconsistências Sebastian Marroquin publicou longa lista em sua página pessoal do Facebook

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 12/09/2016 19:10 Atualizado em: 12/09/2016 22:19

Sebastian Marroquin e Pablo Escobar em frente à Casa Branca, em 1981. Foto: reprodução da internet/divulgação
Sebastian Marroquin e Pablo Escobar em frente à Casa Branca, em 1981. Foto: reprodução da internet/divulgação

Sebastian Marroquin, filho do narcotraficante Pablo Escobar, voltou a se queixar a respeito da série Narcos, que havia sido alvo de críticas por ele em outras ocasiões. Depois de sugerir que a produção sujeitasse os roteiros à sua aprovação, Marroquin publicou no Facebook uma lista com 28 pontos que ele considera equivocados na trama de segunda temporada do programa da protagonizado por Wagner Moura e dirigido por José Padilha.
   

“Me vejo na obrigação de expor os erros gravíssimos de uma série que se autoproclama como verossímil", afirma Marroquin no início do texto, acrescentando ainda que a série está "insultando a história de uma nação, de muitas vítimas e famílias”.



Confira, a seguir, o lista das inconsistências apontadas por ele: 
 

1. Carlos Henao, meu tio materno, descanse em paz, não era nenhum traficante como o pintam na série. Na verdade era um grande homem, trabalhador, honesto, nobre e bom pai de família. Um homem irrepreensível, do princípio ao fim.

2. O meu pai não torcia pelo Atlético Nacional, mas pelo Deportivo Independiente Medellín. Se os roteiristas não sabem nem o time favorito de Pablo, como ousam contar o resto de uma história assim e vendê-la como certa? Será que vale tudo?

3. La Quica foi preso em Nova Iorque, no dia 24 de setembro de 1991. Logo, não poderia ter fugido da de La Catedral (em julho de 1992), pois já estava detido nos EUA.

4. Sobre a fuga de La Catedral: não houve um confronto tão grande lá, apenas um guarda da prisão morto. Nem meu pai teve ajuda dos agentes para escapar.

5. Limón (Osito) era funcionário de Roberto, irmão de meu pai. Trabalhou como chofer dele por 20 anos.

6. Não é verdade que os cartéis de Medellín e Cali negociavam com Miami e Nova York com praças de narcotráfic.

7. A CIA não propôs aos irmãos Castaño que se tornassem Los Pepes. Foi Fidel Castaño quem decidiu se juntar ao Cartel de Cali. As autoridades locais e estrangeiras fizeram vista grossa.

8. Minha mãe nunca comprou nem usou uma arma.

9. Meu pai não matou pessoalmente nenhum coronel Carrillo, como o chamam na série o responsável pelas buscas. Ele cometeu diversos atentados à polícia colombiana, sendo responsável pela morte de mais de 500 deles em apenas um mês, no final dos anos 1980. Não me sinto orgulhoso da violência do meu pai.

10. Aqueles conhecem a fundo a história sabem que o meu pai equivocou-se ao ordenar a morte de Moncada e Galeano, parceiros e credores. Foi um dos crimes determinantes para queda e fim do meu pai.

11. Meu pai, no final de seus dias, estava sozinho e não tão cheio de bandidos como mostram na série. Quase todos os seus capangas haviam se entregado ou estavam mortos.

12. Não havia luxos e regalias após a fuga deLa Catedral. Vivíamos em favelas, não em mansões.

13. A história do tal Leon de Miami é mentira. Ele não viveu nos EUA e era um homem absolutamente fiel e corajoso a serviço do meu pai. Morreu depois de ser sequestrado e torturado pelos irmãos Castaño em Medellín. Caiu lutando a guerra em nome de meu pai, mas nunca o vendeu como o mostram.

14. Meu pai nunca ameaçou Cali como cidade. Ele até divulgou comunicado dizendo que sua mulher e parte da família era oriundos daquela região. Não tinha nada contra a cidade.

15. Ricardo Prisco já estava morto na época em que o retratam na série. Tinha um irmão médico que era, sim, um bom homem estigmatizado pelo poder de seu irmão. Mas não era um bandido. Ricardo morreu muito tempo antes na vida real.

16. Meu pai jamais atacou a filha de Gilberto Rodríguez no seu casamento e ou em qualquer outro momento da sua vida.

17. Meu pai nunca nos obrigou a ficar com ele na clandestinidade. Sempre pensou, assim como a minha mãe, que o melhor era nos educar, para termos outras oportunidades.

18. Estivemos em apenas um tiroteio com meu pai, mas muito diferente do que foi mostrado.

19. Mostram meu pai cometendo ataques com bombas em 1993, uando na verdade eles ocorreram entre 1988 e 1989.

20. Minha avó paterna traiu o meu pai e fez uma aliança com o seu filho mais velho Roberto. Gostaria muito de ter a visão tão fofa da minha avó como pintam na série.

21. A viagem para a Alemanha não foi assim. Minha avó paterna não viajou conosco.

22. A justiça Colômbia não queriam nos ajudar tanto quanto retratam em De Greiff. Seu escritório estava totalmente infiltrado pelo cartel de Cali, assim como todo o esquema de proteção dada por seus próprios agentes. Estávamos na condição de reféns, sequestrados pelo nosso próprio estado acusados do crime de parentesco. Éramos dois menores de idade e duas mulheres trancados em um pequeno quarto de hotel.

23. Virgínia Vallejo estava tão apaixonada pelo meu pai que recusava o seu dinheiro? Isso, sim, que são duas mentiras, e bem grandes!

24. Meu pai matou-se, tal como eu disse dezenas de vezes. Por isso não me surpreendeu que o tiro que tirou a vida foi de sua própria mão e arma, a dois milímetros de distância de onde sempre me jurou que ele mesmo atiraria. Não foi a polícia.

25. Nenhuma jornalista foi assassinada em frente ao hotel Tequendama.

26. Meu pai nunca tratou mal aos meus avós, muito menos ao seu pai, Abel.

27. Depois da morte do meu pai, minha mãe foi chamada para uma reunião com o cartel de Cali com mais de 40 chefes da máfia colombiana. Quem salvou a vida da minha mãe foi Miguel Rodriguez, não Gilberto.

28. Na série, minha avó materna diz para a minha mãe que traiu o meu pai. Na vida real era minha avó paterna e seus filhos que tinham contactos em segredo com o cartel de Cali.




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