Jogos Os traços pernambucanos na festa de encerramento da Olimpíada Lenine, Orchestra Santa Massa, Spok, passistas de frevo, músicas de Luiz Gonzaga e vários aspectos da cultura brasileira estiveram na festa, que terminou em carnaval

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 21/08/2016 22:50 Atualizado em: 21/08/2016 22:59

Pernambuco em cena: Lenine, frevo e Orchestra Santa Massa. Foto: Rio2016/Divulgação
Pernambuco em cena: Lenine, frevo e Orchestra Santa Massa. Foto: Rio2016/Divulgação


O encerramento da Olimpíada, como era esperado, foi marcado pelo clima de descontração e não contou com participação do presidente em exercício Michel Temer. A música pernambucana ganhou grande destaque na festa dedicada ao esporte, que teve ainda homenagem a vários aspectos da cultura brasileira. As delegações entraram no Maracanã, palco da abertura e do fechamento, ao som da Orchestra Santa Massa, com o maestro Spok (voz e sax), André Julião (sanfona) e Yuri Queiroga e o DJ Mika Mutti.

O grupo de DNA pernambucano é formado por Hélder Aragão, mais conhecido como DJ Dolores, Maciel Salú (vooz e rabeca), Isaar (voz), Fábio Trummer (voz e guitarra), da banda Eddie e Jam da Silva (percussão). Durante a performance do grupo, 14 passistas de frevo acalentaram o orgulho do estado e receberam muitos elogios nas redes sociais.

Chiclete com banana (de Jackson do Pandeiro), O canto da ema (de Alventino Cavalcanti, Aires Viana e João do Vale, imortalizada por Jackson), A cantiga do sapo (de Jackson do Pandeiro e Buco do Pandeiro) e Sebastiana (de Rosil Cavalcanti) estiveram no repertório da banda. Maracatu olímpico, inédita, foi composta por Salú especialmente para a ocasião.

O cantor e compositor recifense Lenine fez uma versão de Jacksoul brasileiro, de autoria dele, para saudar o trabalho dos voluntários dos Jogos Olímpicos. "Quem fo que fez o povo chegar? Quem foi que fez o jogo rolar? Quem foi que traduziu o Rio de Janeiro?", cantou o autor de Leão do Norte.

A cerimônia

Bem mais simples e com menos números musicais, a festa de encerramento abrangeu o espectro de representação da cultura brasileira. O sambista Martinho da Vila foi o primeiro a cantar na cerimônia - o clássico Carinhoso, de Pixinguinha. A bandeira brasileira, levada pela tenista aposentada Maria Esther Bueno, foi hasteada ao som do hino nacional cantado por um coral de crianças e tambores.

Uma das artistas mais importantes para a internacionalização da música brasileira, Carmen Miranda foi interpretada por Roberta Sá. Após o desfile das delegações, subiram ao palco o DJ e produtor musical norueguês Kygo e a cantora e compositora norte-americana Julia Michaels, que apresentaram a canção Carry me.

A cerimônia, com direção geral de Rosa Magalhães, Fernando Meirelles, Andrucha Waddington e Daniela Thomas, seguiu com homenagem à Serra da Capivara e à arte rupestre. O artesanato foi celebrado, após texto gravado por Arnaldo Antunes, com a tradicional Mulher rendeira, entoada pelas Ganhadeiras de Itapuã, de Salvador (Bahia).

O Grupo Corpo, de Belo Horizonte, dançou o xote Xiquexique, de Tom Zé e Zé Miguel Wisnik. Após a performance de dança contemporânea, a mais famosa canção de Luiz Gonzaga, Asa branca, foi tocada em gravação do próprio Rei do Baião e dançada por voluntários com figurino em alusão à cerâmica e à arte do Mestre Vitalino.

Momentos dos Jogos Olímpicos de 2016, em várias modalidades, foram reunidos em um belíssimo clipe de pouco mais de um minuto e projetados ao som de Bachianas nº 5, de Heitor Villa-Lobos, antes da entrega das medalhas aos vencedores da maratona olímpica: Eliud Kipchoge, do Quênia (ouro), Heysia Lilesa, da Etiópia (prata), e Galen Rupp, dos Estados Unidos (bronze).

Os oito minutos dedicados a Tóquio, no Japão, sede da próxima edição dos Jogos Olímpicos, em 2020, foram marcados por destacado uso da tecnologia e por coreografias acrobáticas. Os esportes olímpicos foram mesclados a cenários da cidade no vídeo de abertura, seguido por apresentação sincronizada com projeções. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, compareceu à festa fantasiado de Mario, criado por Shigeru Miyamoto, ícone da cultura pop japonesa.

Após as falas de Carlos Nuzman e Thomas Bach, a cerimônia reverenciou o artista plástico e paisagista Burle Marx, com a música Chovendo na roseira, de Tom Jobim. A baiana Marienne de Castro fez a última interpretação: a música Pelo tempo que durar, de Adriana Calcanhotto e Marisa Monte.

Ao som de Cidade Maravilhosa, o carnaval tomou conta do Maracanã. A Marcha do Cordão do Bola Preta (que entrou no estádio com a madrinha, a atriz Leandra Leal), Me dá um dinheiro aí, Mamãe eu quero, Sassaricando e foram as marchinhas escolhidas. A modela Isabel Goulart foi escalada como madrinha de bateria e entrou enquanto a banda tocava O amanhã, junto com as escolas Mangueira, Portela, Beija-Flor e São Clemente. O Maracanã virou um verdadeiro sambódromo, com hits marcantes do carnaval carioca, para empolgação do público e dos atletas. A Olimpíada virou carnaval.

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