Estreia CRÍTICA: Esquadrão Suicida decepciona ao transformar vilões em mocinhos melosos Atuações de Margot Robbie (Arlequina) e Viola Davis (Amanda Waller) são ponto alto do filme

Por: Eduarda Fernandes

Publicado em: 03/08/2016 18:02 Atualizado em: 03/08/2016 18:03

Esquadrão Suicida é mais um fracasso para a DC Comics. Foto: Divulgação
Esquadrão Suicida é mais um fracasso para a DC Comics. Foto: Divulgação


A DC Comics não teve muita sorte com os filmes nos últimos tempos. Em março deste ano, Batman vs Superman: A origem da Justiça não agradou os críticos e, nas bilheterias, não conseguiu alcançar Deadpool, da rival Marvel. E com o recém-lançado Esquadrão Suicida, que chega aos cinemas pernambucanos nesta quinta-feira, as coisas parecem que não serão diferentes. Apesar de os números de vendas de ingressos ainda não estarem disponíveis, alguns fãs já chegaram a criar uma petição online para banir o site norte-americano de cinema Rotten Tomatoes, pela baixa classificação que deu ao filme - 36, de 100.

As críticas negativas são muitas e têm fundamentos: Esquadrão Suicida tenta capturar a essência de um filme de comédia com super-heróis, mas não consegue. As piadas não são originais (em dado momento, um dos personagens, ao ter uma arma apontada para sua cabeça, pede que seu histórico de navegação seja apagado) e os personagens não empolgam.
 
No longa, um projeto secreto do governo norte-americano libera os maiores vilões encarcerados do país para que eles, controlados por um chip explosivo de monitoração, lutem no que a criadora do projeto, Amanda Waller (Viola Davir), diz ser o início de uma 3ª Guerra Mundial. Quem espera um filme com vilões indefensáveis acaba recebendo um filme meloso que busca redimir os membros do esquadrão. Como diz o Pistoleiro (Will Smith), "não esqueça, somos os caras maus". Talvez a pior coisa do filme é que este lembrete é realmente necessário.

Um dos poucos pontos altos do longa são as atuações das duas atrizes principais. Apesar da sexualização da personagem Arlequina ser exagerada e problemática, Margot Robbie rouba a cena como a psiquiatra que enlouqueceu após se apaixonar pelo Coringa. Viola Davis brilha como Waller, mostrando, mais uma vez, que é o ator quem faz o papel. Em 2009, ela foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante por suas duas curtas cenas no filme Dúvida, protagonizado por Meryl Streep.

O que deve decepcionar mais os fãs, no entanto, é a tão aguardada atuação de Jared Leto como o Coringa. Leto não consegue honrar a história do personagem, que já foi interpretado por Jack Nicholson e rendeu a Heath Ledger um Oscar póstumo de melhor ator. O Coringa de Esquadrão, além de não parecer ter função definida no roteiro, não consegue ser nem palhaço nem gângster, e os trejeitos exagerados de Leto lembram aqueles que são marca registrada dos personagens de Jim Carrey.

Esquadrão Suicida usa e abusa das "pontas de luxo": além do Coringa, que é, sem dúvida, apenas uma longa ponta no filme, o Batman de Ben Affleck e o Flash, ainda inédito, de Ezra Miller aparecem rapidamente no começo. A melhor parte do flme são os quinze minutos iniciais. Durante uma reunião, Waller conta aos aliados sobre seu plano de retirar os vilões da prisão e usá-los para combater o crime. À menção de cada nome, é mostrada uma pequena montagem para apresentar o personagem. Depois que a parte acaba e a história, de fato, "começa", o público pode deixar a sala de cinema sem sentir que perdeu nada - e ainda, que viu um filme digno de louvor.

Assista ao trailer de Esquadrão Suicida:



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