Escritora Paula Pimenta autografa no Recife livro no qual subverte a lógica das princesas

Após iniciar em 2014 a série Princesas, cuja narrativa modernizou duas princesas contemporâneas inspiradas nos clássicos Cinderela e A bela adormecida, a escritora mineira Paula Pimenta volta ao Recife para lançar o novo livro da trilogia, Princesa das águas. O lançamento e a sessão de autógrafos serão nesta quarta-feira, na Livraria Cultura, no RioMar Shopping, a partir das 18h.

A exemplo da narrativa elaborada em Princesa adormecida e Cinderela pop, os primeiros títulos da série, Paula Pimenta permanece fiel ao estilo de uma linguagem atual e dinâmica para contar a história de uma princesa atleta, mesmo se tratando de um conto de fadas típico da Disney, em que com frequência todos são felizes para sempre, mas com uma pitada de drama e dúvidas.

Em Princesa das águas (Editora Galera, 368 páginas, R$ 29,90), inspirado em A pequena sereia, a autora que já vendeu mais de um milhão de exemplares no Brasil cria uma atmosfera comum a muitos jovens que buscam a excelência através do esporte. O ambiente, porém, é cercado de rigidez e disciplina típicos de esportistas consagrados.

No enredo, Arielle Botrel é uma nadadora que está prestes a realizar seu sonho de infância: disputar, pela primeira vez, a Olimpíada. Com uma vida cheia de percalços, é muito cobrada pelo pai e pelo treinador. A menina sonha em levar uma vida normal.

“Pensei muito em como criar uma sereia nos dias de hoje, até porque a Arielle é uma nadadora profissional, famosa e superprotegida. E ela busca sair do aquário, ou seja, do mundo das piscinas e competições. Há muitas ‘princesas’ hoje em dia que buscam também sair de inúmeros aquários”, conta Paula Pimenta. “O livro também questiona sobre valores e sacrifícios, comuns na vida das pessoas”, diz.

“Áurea (Princesa adormecida) é uma personagem bastante reprimida. Cíntia (Cinderela pop) é totalmente independente e descolada. Arielle é um meio termo desses dois universos anteriores, pois vive em um ambiente de muitas exigências e sonha com uma vida mais leve. Todos elas buscam mostrar uma experiência de vida real”, explica.

Segundo a escritora, as princesas têm ganhando uma representação mais independente em virtude do fenômeno feminista em todo o mundo. A própria Disney, inclusive, lançou princesas que não dependem, necessariamente, de príncipes encantados para serem felizes e realizadas. É o caso de Merida (Valente), Elsa (Frozen) e Moana (cujo filme será lançado em 2017 no Brasil).

“O padrão clássico era sempre o da princesa que perde a mãe ou o pai, que sofria alguma perseguição e que impreterivelmente esperava uma eternidade pelo príncipe encantado que ira libertá-la e fazê-la viver um grande amor. Só que a realidade atual é bem diferente. Acho que é uma tendência bacana da Disney tentar retratar a vida real, sem estereótipos”, pontua Paula.

Para a autora, é possível transpor a mudança na ficção para o cotidiano. “Há uma onda bacana de feminismo que defende uma mulher livre e que pode ser feliz do jeito que é, sem depender obrigatoriamente de um ‘príncipe encantado’. O aprendizado começa cedo, as crianças de hoje vivem outra atmosfera em relação a anos anteriores. Essa representatividade é importante para uma sociedade mais justa e igual”, completa Paula. 

Lançamento e sessão de autógrafos de Princesa das águas

Quando: hoje, às 18h

Onde: Livraria Cultura do RioMar Shopping (Av. República do Líbano, 251, Pina)

Informações: 3256-7500