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Mudança Em meio a polêmicas, diretor anuncia saída da comissão do Oscar Presença do crítico Marcos Petrucelli gera protestos na classe artística

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 25/08/2016 11:53 Atualizado em: 25/08/2016 16:04

Fiúza anunciou a saída da comissão que define o candidato brasileiro à disputa de Melhor Filme Estrangeiro. Foto: Facebook/Reprodução
Fiúza anunciou a saída da comissão que define o candidato brasileiro à disputa de Melhor Filme Estrangeiro. Foto: Facebook/Reprodução


O diretor e produtor mineiro Guilherme Fiúza anunciou, nesta quinta-feira (25), que não vai mais participar da comissão brasileira para escolha do indicado do país a uma vaga na disputa de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar. Em declaração publicada no Facebook, ele diz que está se desligando por "questões pessoais", sem dar mais detalhes.

"Informo que no dia de ontem, 24 de agosto, comuniquei ao MinC, meu desligamento da Comissão Especial de Seleção ao Prêmio de Melhor Filme de Língua Estrangeira (Oscar) da 89ª premiação anual por questões pessoais", escreveu. O primeiro longa dirigido por Fiúza foi O menino no espelho (2013). Ele também assina como produtor os filmes Depois daquele baile (2005) e Batismo de sangue (2006).

O anúncio pode ter ligação com a polêmica envolvendo a inclusão do crítico Marcos Petrucelli na comissão, sob responsabilidade do Ministério da Cultura, nome recebido com protestos na classe artística. Antes mesmo de ver o filme pernambucano Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, ele proferiu ataques ao cineasta recifense e à equipe da produção, após manifestação contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff durante o Festival de Cannes, na França.

"O Brasil não é mais uma democracia", "O mundo não pode aceitar o golpe" e "Nós vamos resistir" foram algumas frases estampadas em cartazes carregados pela equipe. A repercussão da manifestação contra o presidente interino Michel Temer estampou jornais de todo o mundo e a capa do britânico The Guardian. Aquarius foi o primeiro filme pernambucano a concorrer à Palma de Ouro, o principal prêmio de Cannes.

Nesta quarta-feira, os cineastas Gabriel Mascaro e Anna Muylaert anunciaram que não vão concorrer com os filmes Boi neon e Mãe só há uma, respectivamente. Roberto Berliner, diretor de Nise: No coração da loucura, disse, em nota ao Viver, que não vai retirar a candidatura em "respeito à história de Nise, à equipe do filme", mas propõe uma reunião dos concorrenter para tentar a saída de Petrucelli.

"Este cidadão tem feito declarações infelizes atacando o filme Aquarius. Sou solidário à equipe do filme e ao diretor, Kleber Mendonça Filho, tanto em relação à sua posição política quanto em relação à liberdade de manifestação. Eu, Roberto Berliner, sou contra o impeachment, sou contra o golpe, portanto, fora Temer! Mas, por respeito à história de Nise, à equipe do filme, aos milhares de espectadores, aos outros jurados e demais concorrentes, considero importante manter Nise - O Coração da Loucura na disputa. Pela confiança no filme que fizemos e pela importância de levar essa história ao conhecimento do maior público possível. Proponho que nós, cineastas concorrentes, nos unamos para tentar a retirada desse membro da comissão julgadora que indicará o representante brasileiro ao invés da retirada de filmes da competição", sugere.


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