Cinema Novo filme da franquia Bourne é para os iniciados Matt Damon retorna ao papel de ex-agente secreto em Jason Bourne, nove anos após o último filme da série

Por: Breno Pessoa

Publicado em: 28/07/2016 12:28 Atualizado em: 28/07/2016 15:55

 (Ator reprisa o papel inaugurado 14 anos atrás, em Identidade Bourne. Universal/Divulgação)

Em 2002, a franquia Jason Bourne trouxe nova dinâmica para filmes de espionagem e influenciou outro veterano que tem as mesmas iniciais: James Bond. Mostrando cenas de ação mais dinâmicas e menos mirabolantes do que as vistas na franquia do espião britânico, vilões realistas e personagens femininas não objetificadas, a produção protagonizada por Matt Damon deu frescor ao gênero. E se o novo capítulo não causa a mesma sensação de novidade dos primeiros longas, mantém a qualidade vista antes.

 À primeira vista, o título minimalista - Jason Bourne - pode causar a impressão de que se trata de um recomeço da franquia, mas, ao contrário, é uma aventura para os já iniciados, dando sequência aos acontecimentos de O ultimato Bourne. Não são poucos os que acompanham a trajetória do ex-agente da CIA: a série já rendeu mais de US$ 1 bilhão.

Pesa aí um dos problemas desse novo capítulo. O hiato de nove anos entre o filme anterior pode interferir na lembrança. Vale recapitular a trilogia antes de ver Jason Bourne, que não funciona como ponto de partida para quem nunca assistiu aos filmes. Essa passagem temporal também está no roteiro - que coloca o agente no ano de 2016 - e trama atuais, envolvendo liberdades civis, crises sociais na Europa e privacidade online.

Já no início é percebido o peso dos anos: a expressão marcada e alguns cabelos brancos conferem ao personagem ar mais soturno, algo reforçado até pelas pouco mais de 20 linhas de diálogo que Matt Damon tem no filme. Bourne também tem menos tempo de tela desta vez, algo que combina com nítido desejo do personagem de se manter à margem. Heather Lee (Alicia Vikander), uma das aliadas, ganha mais espaço em cena e se destaca pela atuação ambígua.

Na trama, Bourne busca informações sobre como foi recrutado para o serviço secreto e virou arma do governo norte-americano. No encalço, o diretor da CIA Robert Dewey (Tommy Lee Jones) tenta eliminar o ex-agente, que acaba sabendo de um plano do governo para aumentar a vigilância online da sociedade. Fora o subtexto com a realidade, outra marca da franquia é preservada: as cenas de ação intensas, com lutas corporais violentas e, ainda, o acréscimo de uma inusitada sequência de perseguição de carros.

RELEMBRE  
Conhecer a trajetória de Jason Bourne é essencial para aproveitar (e entender) o novo título da franquia. Relembre o que aconteceu na trilogia original.

A identidade Bourne

Homem acorda sem memória após ser baleado e encontra um chip implantado no quadril contendo o número de uma conta bancária. No cofre do banco ele acessa informações e constata que seu nome é Jason Bourne. Ele é perseguido e acaba descobrindo que domina técnicas de luta e tem fluência em diversos idiomas, o que deixa o passado ainda mais nebuloso.

A supremacia Bourne

Jason Bourne leva uma vida pacata ao lado de Marie, personagem apresentada no filme anterior. O sossego dura pouco tempo. Alguns inimigos do passado descobrem o paradeiro do casal e matam Marie. A perseguição faz o ex-agente reviver seu lado assassino.

O ultimato Bourne

Mais uma vez tentando se afastar da sua vida antiga, Jason Bourne se depara com uma matéria de jornal especulando sobre a existência dele e o projeto Treadstone, que deu origem ao agente. Bourne acaba descobrindo um novo plano do governo norte-americano para criar matadores treinados.

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