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Televisão Em minissérie gravada no Recife, Cauã Reymond vive preso por praticar eutanásia Desde maio, o ator se divide entre Rio de Janeiro e Pernambuco para gravar a produção

Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco

Publicado em: 05/06/2016 11:00 Atualizado em: 03/06/2016 16:18

Cauã Reymond interpretará o contador Maurício em Justiça. Foto: TV Globo/Divulgação
Cauã Reymond interpretará o contador Maurício em Justiça. Foto: TV Globo/Divulgação
O ator Cauã Reymond tinha acabado de encarar uma maratona de sete meses no ar com a novela A regra do jogo, quando foi convidado pelo diretor José Luiz Villamarim para estrelar a minissérie Justiça, prevista para o segundo semestre na Globo. Não pensou duas vezes ao retomar a parceria com os diretores Villamarim e Walter Carvalho, com quem já trabalhou em Amores roubados. A produção é mais uma da carreira do artista, rodada em Pernambuco. Já atuou em Amores roubados e no longa-metragem Reza lenda.

"Eu estou começando a ficar expert em Pernambuco. Conheço tanto o litoral, como interior. Acho o estado muito bonito. Pernambuco tem os mesmos problemas que o Rio tem, que o Brasil tem", analisa, em entrevista à imprensa, no set de gravações da minissérie de Manuela Dias. Gravada no estado, ele vive o contador Maurício, libertado após sete anos preso. No elenco, o ator contracena com Drica Moraes, Antônio Calloni e Marjorie Estiano. Ainda entre os atores, Jesuíta Barbosa, Camila Márdila, Leandra Leal, Vladimir Britcha e Adriana Esteves.

+ MEGALOMANIA
"Os pernambucanos querem dominar o mundo. Foi ótimo contracenar com Irandhir (Santos). Sou muito fã dele. Kleber Mendonça Filho está muito bem. Espetacular. Quero ver Aquarius. Sou fã do cinema nordestino e pernambucano. Achei Boi neon, de Gabriel Mascaro, sensacional", comenta Cauã. Com Irandhir, ele contracena na minissérie Dois irmãos, de Luiz Fernando Carvalho, que estreia em janeiro na Globo.

ENTREVISTA

Personagem
"Eu faço o Maurício, que está vivendo uma situação super limite. Ele tem a esposa atropelada e ela fica tetraplégica. Ele pede para ela fazer uma eutanásia. Ele faz e é preso. E sai da cadeia decidido a se vingar da pessoa que a atropelou. Você tenta encontrar sentido na situação do personagem. Uma das coisas que me chamou atenção do personagem foi a possibilidade de trabalhar com outra energia como ator, principalmente dentro da emissora. Eu faço bastante cinema. Mas, tirando Dois irmãos - que estreia em janeiro na Globo -, eu não tinha feito um personagem na Globo com as possibilidades que o Maurício me dá."

Preparação
"Tenho usado muita música e lido bastante. Eu estou escutando muito Miles Davis. Os discos Sketches of Spain e Bitches Brew. são obras que têm me ajudado muito. Um livro que me traz a estratégia da vingança é O príncipe, de Maquiavel."

Conexão com política
"Ele é um contador que vira um braço direito de um político. Eu me sinto canalizando o sentimento de todo mundo. Eu ficaria muito feliz se, com esse personagem, eu pudesse fazer algumas das coisas que o povo está com vontade de fazer. Eu me sinto muito sortudo. Dei sorte."

Gravações em Pernambuco
"Eu adoro o Nordeste. Meu avô era paraibano. Adoro o sotaque, as pessoas, a transição de um sotaque pro outro. Os personagens que fiz eram mais rurais. Tinham um ritmo diferente. Gosto muito. Me sinto à vontade, gosto da comida, do povo. Pena que tem tubarão em Boa Viagem. Fui pra Serrambi e fui muito bem recebido lá. Fiquei dois dias. Foi muito bom."

Formato mais curto
"Para mim, é muito interessante você ter o conhecimento do arco dramático do personagem: começo, meio e fim. Gosto de fazer novela. Acho que novela se comunica com milhões de pessoas. Traz um prazer imediato, que só é superado pelo teatro. Mas novela não tem o arco dramático fechado. Por mais que o autor te diga para onde vai o personagem, às vezes, ele é obrigado a mudar, porque é um veículo muito longo, demora muito tempo. Você tem que estar disposto a ir para um lugar que você não estava pensando que ele poderia ir. Em Justiça, estou trabalhando com muitas sutilezas."

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