Lançamento Decepção e brigas por política inspiram curta com Nachtergaele, Otto e Paulo Miklos. Assista "Quando parei de me preocupar com canalhas" percorreu festivais de cinema no Brasil e exterior

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 15/06/2016 15:27 Atualizado em: 15/06/2016 15:36

Roteiro narra um momento de crise de João Carlos, um morador de São Paulo, desiludido com a política. Foto: Reprodução/Facebook
Roteiro narra um momento de crise de João Carlos, um morador de São Paulo, desiludido com a política. Foto: Reprodução/Facebook

Matheus Nachtergaele, Otto e Paulo Miklos estão no curta-metragem Quando parei de me preocupar com canalhas, com o qual muitos brasileiros devem se identificar. Lançado nesta quarta-feira, no Facebook, a ficão, dirigida por Tiago Vieira, percorreu festivais de cinema no Brasil e no exterior.

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O roteiro é adaptado de uma história em quadrinhos de Caco Galhardo e narra um momento de crise de João Carlos, um morador de São Paulo que perdeu as esperanças com a política nacional ao perceber que agia de forma semelhante a taxistas conservadores que tanto repudia, no campo antagônico. Em um dos trechos da trama, o personagem interpretado por Matheus Nachtergaele diz que "o álcool liberava meu lado taxista, um taxista de esquerda".

O curta tem 15 minutos e o protagonista vive uma série de rupturas e reflexões com os amigos. A razão disso são os debates políticos acalorados. Além disso, ele enfrenta problemas pessoais de cunho amoroso. Um dos amigos, na trama, é o cantor Otto.

O enredo se passa no ano de 2008 e, semelhante ao que ocorre hoje em dia nas redes sociais, quando amizades são desfeitas por diferenças ideológicas, pessoas bloqueiam outras apenas por discordarem de pensamentos políticos e até mesmo deixam grupos familiares em ferramentas de bate-papo, como o WhatsApp. A postura de João, no entanto, vai contra essa onda: ele decide se alienar.

Um dos trechos que mais chama a atenção na obra é uma cena dentro de um táxi na qual o personagem principal é obrigado a ouvir os "conselhos" do motorista, interpretado por Paulo Miklos. Neste ponto, o telespectador pode perceber a falta de conhecimento histórico que impera hoje em dia quando inúmeros assuntos viram mote para debates pesados nas redes sociais. "No tempo da ditadura é que era bom, vai por mim. É isso aí mesmo", crava o personagem de Miklos.

Gravações
Na fanpage do filme no Facebook, o diretor Tiago Vieira publicou um cronograma da produção cinematográfica contando as etapas percorridas até a conclusão do filme, em maio do ano passado. Viera, 36, conta que, após ler a publicação original da HQ na revista Piauí, em 2008, procurou o cartunista Caco Galhardo, que autorizou de imediato a adaptação sob uma condição: que o material não fosse financiado pelo governo.

Para captar recursos sem recorrer a editais e fomentos públicos, Vieira suspendeu o projeto. Três anos atrás, ele descobriu o financiamento coletivo (crowdfunding), adaptado aos moldes de hoje, e lançou uma proposta para o público, conseguindo arrecadar R$ 35 mil, orçamento considerado baixo para a realização de curtas-metragens.

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