Televisão Banda caruaruense Fulô de Mandacaru disputa final do SuperStar neste domingo Com exibição no Pátio de Forró de Caruaru, programa vai ao ar às 13h na Globo

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 26/06/2016 10:00 Atualizado em:

Fulô de Mandacaru tem 15 anos de estrada. Foto: TV Globo/Divulgação
Fulô de Mandacaru tem 15 anos de estrada. Foto: TV Globo/Divulgação
A trajetória de músicos nascidos no interior do Brasil sempre carrega histórias de desafio. O pai dos caruaruenses Armandinho e Pingo precisou vender o carro para comprar instrumentos para a banda dos filhos. Os músicos e irmãos já trabalharam em feira ou como cobradores, mas nunca deixaram a carreira artística de lado. "Não desistimos do sonho de levar forró ao povo", enfatiza Armandinho, vocalista da banda pernambucana Fulô de Mandacaru, uma das quatro finalistas do reality show SuperStar (Globo), programa criado para premiar o melhor grupo do país aos olhos do público e dos jurados.

A final ocorre neste domingo, às 13h, na Globo (com transmissão em telão ao vivo em Caruaru). Além dos pernambucanos, os grupos Outroeu, Plutão já foi planeta e Bellamore estão na disputa. A busca pelo reconhecimento do trabalho do Fulô foi cansativa, com obstáculos, mas prazerosa. "Fazer cultura neste país é como pedir esmola para dois", diz Armandinho. A projeção nacional levou a banda a decidir gravar o terceiro DVD da carreira na capital do forró, berço musical onde o grupo se apresenta há dez festas juninas e cidade transformada em torcida pelo sucesso dos filhos famosos.

Os arranjos ecléticos, a caracterização regional - uma releitura do cangaço mesclada a outros elementos estéticos da cultura popular nordestina - e o carisma dos músicos foram alguns dos elementos responsáveis por cativar o público e o trio de jurados Daniela Mercury, Paulo Ricardo e Sandy. Mas, até no reality musical, os músicos caruaruenses percorreram uma trajetória de superação. Enfrentaram desafios corriqueiros longe da tela, como o preconceito em relação ao forró, e até erro dos jurados. Por equívoco, Daniela e Sandy votaram “não” no lugar do “sim” por duas vezes.

De acordo com Armandinho, massificar o forró e conscientizar as pessoas são os objetivos da banda. “Às vezes, o público absorve só os produtos que estão nos meios de comunicação. Temos trabalho de conscientização em escolas, como educação cultural. Tocamos em colégios, em presídio. A gente nunca teve preocupação em enriquecer. Nossa missão é cultural”, defende Armando.

O objetivo de valorizar a cultura nordestina fica evidente. Na fase da semifinal do programa, a apresentação da versão de A vida de viajante, de Luiz Gonzaga, rendeu homenagem às bandas de pífanos de Caruaru. "É outra representação cultural da nossa cidade. A gente faz questão de valorizar nossa terra e nosso estado", justifica o músico.

Entre releituras e músicas autorais, os arranjos do grupo chamaram a atenção. "Temos a preocupação de mostrar ao Brasil que dialogamos com outros ritmos", conta Armandinho. Nas músicas, eles colocam instrumentos sinfônicos, como violoncelo e flauta, para se aproximar de músicas clássicas, ou guitarras, e se expressar com o rock. Fazem um forró com uma linguagem contemporânea.

A banda já tocou com artistas como Silvério Pessoa, Elba Ramalho, Reginaldo Rossi, Wesley Safadão e Petrúcio Amorim. "Tocamos com Jorge de Altinho ainda quando éramos pequenos. Acompanhei Safadão ainda quando era 'pobre'", brinca.

Os músicos querem continua alinhados com o objetivo do início do SuperStar. "A gente quer que o forró tenha o mesmo espaço que o rock tem, que o sertanejo univeristário tem. A mídia tem um papel fundamental na difusão desses valores", conclui.

Quem é quem

Armandinho do Acordeon, 30 anos:
Vocalista e instrumentista. Com o irmão Pingo e o primo Diego - já saiu da banda -, formou o grupo. Além da carreira musical, desempenha outras funções, como professor universitário e doutorando em educação na Universidade Federal da Paraíba. Ele também é gestor do Sport Clube do Recife.

Pingo Barros, 25 anos:
A formação musical de Pingo, vocalista e tocador de zabumba, foi precoce. Ele entrou na banda aos 10 anos, acompanhado do irmão, Armando, na época com 15. Atualmente, estuda direito.

Bruno Carvalho, 31 anos:
Toca triângulo e violão. Além da Fulô de Mandacaru, ele tem uma orquestra dele, um grupo é formado por 15 profissionais.

No Superstar
A banda foi a primeira a se apresentar na atual edição. Por um erro da jurada Daniela, o grupo foi eliminado. A direção da emissora recurou, o grupo disputou a repescagem e conquistou o primeiro lugar, disputando com 13 bandas. Na batalha pela final, obteve maior percentual.

Repertório
Com sete discos e dois DVDs lançados, o grupo possui um repertório autoral extenso. Algumas músicas estão nas rádios do país, como Fulô de Mandacaru, São João de outrora e Quando homem chora. No programa, os músicos também apresentaram releituras de Dominguinhos, Zé Ramalho e Luiz Gonzaga. Entre elas, De volta pro aconchego, Frevo mulher e Asa branca.

Força na final
Eles apresentarão um novo pot-pourri no programa. A canção só será revelada no momento em que a atração for ao ar. A final será transmitida em telão na capital do forró no Polo das Quadrilhas, localizado na antiga Estação Ferroviária, principal polo da cidade. A votação na banda pode ser feita no site gshow.com/superstar

Agenda
A banda já é figura conhecida no São João de Caruaru. Com a repercussão, a agenda de shows aumentou, sobretudo fora da capital do forró. Só no mês de junho, o grupo fez 14 shows em cidades como Recife, Garanhuns, Campina Grande, Bonito, Santa Cruz do Capibaribe e Igarassu. Em julho, mais seis shows estão agendados. Também há shows fechados para João Pessoa e Maceió.

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