Artes cênicas Relações familiares norteiam espetáculo do aclamado grupo Armazém A montagem Inútil a Chuva terá três apresentações de sexta a domingo, no Teatro de Santa Isabel

Por: Isabelle Barros

Publicado em: 13/05/2016 10:26 Atualizado em: 13/05/2016 11:09

O mote do espetáculo é uma família que tenta conviver com o desaparecimento de sua figura paterna. Crédito: Armazém Companhia de Teatro/Divulgação
O mote do espetáculo é uma família que tenta conviver com o desaparecimento de sua figura paterna. Crédito: Armazém Companhia de Teatro/Divulgação

Uma família rema em busca de uma presença. Uma mãe e três filhos sem notícias do pai, um pintor que anunciou seu suicídio mas não deixou um corpo para ser encontrado e enterrado. Estes são os elementos oferecidos pelo espetáculo Inútil a chuva, da Armazém Companhia de Teatro, para iniciar sua narrativa. "A peça fala sobre como conviver com um ausente. Estruturamos a peça com uma sequência de encontros e a convivência desses personagens tão diferentes faz com que eles encontrem a si mesmos. Cada cena é um quadro desse pintor e a ideia é que essas imagens se materializem no palco", detalha o diretor Paulo de Moraes. O grupo passa pelo Recife para fazer três apresentações no Teatro de Santa Isabel nesta sexta-feira (13) e sábado (14), às 20h, e domingo (15), às 18h.

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Essa família, normal de longe e disfuncional de perto, passou cinco anos convivendo com esta falta, e cada um de seus membros tentou tocar a vida como possível. Esse núcleo familiar também tem de viver com uma espécie de sucesso, mesmo tardio: a obra do pai, ignorada em vida, passa a ser extremamente valorizada após sua morte, em um questionamento sobre o sentido da arte. Slavoj (Leonardo Hinckel), Claude (Tomás Braune) e Sarah (Andressa Lameu) tentam se encontrar após essa fragmentação da existência; já a mãe, Lotta (Patrícia Selonk), de comportamento pouco maternal, usa o humor como forma de compreender a razão dos acontecimentos.

Conhecer cada personagem por meio de fragmentos de suas personalidades e pelo impacto dessa ausência paterna na vida de cada um. As artes visuais se tornaram uma das referências para a montagem, por meio da profissão do pai, e cada uma das cenas contamina a sequência da narrativa seguinte. “O legal é não saber quem de fato ele era. Sabemos desse pai por relatos, comentários ou fragmentos de frases que ele possa ter dito. Este é o protagonista ausente do espetáculo. A montagem usa a memória para construir um presente”, arremata Moraes.

Assista:



Serviço
Inútil a chuva, do Armazém Companhia de Teatro
Onde: Teatro de Santa Isabel - Praça da República, s/n, Santo Antônio
Quando: Hoje e amanhã, às 20h e domingo, às 18h
Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia) - quem tem Cartão Petrobras tem 50% de desconto na compra de até dois ingressos
Informações: 3355-3323

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