Televisão Ator recifense de Liberdade, liberdade se inspirou em seriados históricos e quer trabalhar com Claudio Assis Além da televisão e do teatro, ator vislumbra projeção no cinema independente

Por: Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco

Publicado em: 29/05/2016 16:25 Atualizado em: 29/05/2016 14:42

Nikolas Antunes interpreta o bandido Simão na novela. Foto: TV Globo/Divulgação (Globo/Divulgação)
Nikolas Antunes interpreta o bandido Simão na novela. Foto: TV Globo/Divulgação

Um dos prazeres do ator Nikolas Antunes é viajar de carro. A rota Rio de Janeiro - Pernambuco já foi transitada por ele algumas vezes. "Não é por medo de avião. Eu gosto de viajar de carro e ir parando nos lugares para conhecer, ter um contato mais forte com os lugares", comenta o artista. O intérprete de Simão, em Liberdade, liberdade, nasceu no Recife, mas se mudou para o Rio de Janeiro ainda criança, aos 4 anos. Da herança do estado natal, ele carrega o interesse por manifestações culturais, maracatu e o cinema realizado no estado.

Além da novela das 23h, Nikolas gravou recentemente o segundo longa-metragem da carreira, Minha mãe é uma peça 2, que deve estrear no segundo semestre. O ator tem vontade de intensificar a carreira na sétima arte, paralelamente à projeção na televisão. "Eu quero fazer cinema independente. Tenho esse sonho. Tenho vontade de trabalhar com Claudio Assis. Acho a obra dele transgressora", ressalta o ator. Em Liberdade, liberdade, Nikolas vive o bandido Simão. Antes disso, o recifense atuou em produções como Babilônia e O rebu.

"Comecei a fazer teatro na escola. Entre 1997 e 1998, eu tinha uma professora que é neta do Domingos Oliveira. A gente fazia umas leituras juntas. Ela me convidou para protagonizar uma peça que iria disputar o circuito do Marcos Frota Circo Show. Era uma apresentação volante, que circulava pelas favelas com cunho antidrogas. Ficamos em cartaz por dois anos anos", conta Nikolas Antunes, sobre as primeiras experiêcias que teve antes da televisão.

>> Entrevista Nikolas Antunes

Como ficou a sua relação com o Recife?
Meus pais foram trabalhar no Rio de Janeiro. E foi isso. Nasci na Ilha do Leite e vim para cá bem novo. Eu tenho poucos familiares em Pernambuco, mas vou sempre. Tenho uma atração pelo lugar. Gosto muito de Olinda e do Recife. Aí tem os melhores lugares para comer. Tenho ligação forte com a cultura daí, com o cinema de Cláudio Assis.

Como foi o começo na TV?
Na televisão, conheci uns produtores que me convidaram para gravar um vídeo, uma amostragem para TV. Eles gostaram. E me chamaram para fazer Oficina da Globo, curso de formação de atores da casa. A partir daí, comecei a fazer trabalhos de participações em novela e seriados. O primeiro foi em Faça sua história.

Quais as referências para viver Simão?
Ele é um bandido do século 17, que vive no mato. A gente não tem nada vivo parecido com isso. E aí fui buscar seriados de época. Um dos que me impressionou muito, justamente por viver sujo, sem preocupação estética, foi Vikings. Alguns personagens ali me remeteram ao universo de Simão.

Você já interpretou personagens com caráter controverso. Esse perfil te desafia mais?
Eu acho que interpretar coisas distantes da gente é sempre um desafio. Particularmente gosto bastante. Justamente por isso. Porque está distante de você, te dá oportunidade de viver alguém que você nunca pensou em ser. Isso me atrai bastante. Não necessariamente vilão, mas qualquer coisa que te distancie da realidade. Não tem compromisso com a realidade. Ninguém vai sair ofendido. É arte.

Apesar de ser uma novela de época, consegue comparar com os dias atuais?
Eu sou uma pessoa positivista, acredito que as coisas melhoram, que o universo caminha para algo mais evoluído. A corrupção não começou ontem. E retratar isso como problema histórico é legal para gente identificar de onde vem, onde nasceu. É importante olhar para história para melhorar o futuro.



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