Música
Raimundos sacode madrugada no Recife: Essa é a cidade mais rock'n'roll do Nordeste
Banda de Brasília subiu ao palco do Catamaran às 2h20 desta quinta-feira (21), na festa Jack'n'Roll, com sucessos como Mulher de fases e Palhas do coqueiro
Por: Larissa Lins - Diario de Pernambuco
Publicado em: 21/04/2016 13:48 Atualizado em:
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Grupo entoou hits dos 20 anos de carreira. Foto: Divulgação |
Com Puteiro em João Pessoa, às 2h20 da madrugada desta quinta-feira (21), Raimundos subiu ao palco da festa Jack'n'Roll, no Catamaran (Cais das Cinco Pontas), cercado da expectativa dos fãs em torno de hits da carreira do grupo brasiliense. Dois anos após lançar Cantigas de roda - o primeiro de inéditas desde 2002 -, o quarteto preferiu sublinhar sucessos como Mulher de fases, Eu quero ver o oco e Palhas do coqueiro, em comemoração aos 20 anos de estrada. Digão (vocal, guitarra), Marquim (guitarra), Canisso (baixo) e Caio Cunha (bateria) foram ovacionados do início ao fim da apresentação, encerrada por volta das 4h da manhã, com momentos dedicados a performances instrumentais solo dos integrantes. "Hellcife, essa é a cidade mais rock'n'roll do Nordeste!", bradou o vocalista.
As rodas de pogo em frente ao palco eram acompanhadas pelas instruções de Digão. "Em vez da roda, vamos fazer duas paredes. Eu quero ver a mesa de som, lá ao fundo. Vocês se dividem em dois paredões e, ao meu sinal, já sabem o que fazer...", sugeriu o vocalista, seguido pelos fãs. O momento foi um dos mais festejados pela plateia, que acompanhava as músicas verso a verso, mãos para cima e pés saindo do chão. Mulher de fases veio às 2h45, quando a banda pediu à produção que as luzes fossem todas apagadas. "Acendam seus celulares, levantem as mãos. Já que o céu não tem estrelas nesta noite, vamos fazer as nossas estrelas", pediu Digão durante o hit de Só no forevis, disco lançado em 1999, o mais vendido do grupo. Do mesmo álbum, A mais pedida e Me lambe também entraram no setlist.
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Entre a plateia, camisas giravam nas mãos dos fãs. "Tira tudo! Ajoelhou tem que rezar!", brincou Digão, se referindo a uma fã que, nas costas de outro, assistia ao show com a blusa nas mãos, sutiã à mostra. A plateia acompanhou o coro do vocalista - "Tira, tira!", repetiam - mas a moça acenou uma negativa com as mãos. O show seguiu. Sobre as letras e o comportamento "politicamente incorretos", o músico disse, em entrevista anterior ao Viver: "Hoje em dia, há um policiamento constante, essa militância das redes sociais, virou uma coisa chata. No Facebook, é muito fácil exibir uma vida limpinha e perfeita, onde todo mundo é feliz, e isso inflou o ego das pessoas. Se você fala alguma coisa ou faz uma brincadeira, já leva um dedo na cara." Durante o show, nenhum "policiamento" por parte do público, em sintonia com a ideologia anarquista do grupo.
Vida inteira, Nêga jurema, I saw you saying (That You Say That You Saw), O pão da minha prima, Esporrei na manivela, Reggae do manêro e Deixa eu falar sacudiram os fãs. Eu quero ver o oco encerrou a apresentação, quando Raimundos chamou os conterrâneos da Dona Cislene de volta ao palco. "Prestem atenção neles, esses caras fazem um som!", recomendou Digão. Dona Cislene, fundada em 2009, lançou o primeiro disco (Um brinde aos loucos) há dois anos, por financiamento colaborativo. O rock melódico da banda estourou com Good vibe, sucesso na cidade natal do grupo, formado por Bruno Alpino (voz e guitarra), Gui de Bem (guitarra), Pedro Piauí (baixo) e Paulo Sampaio (bateria).
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