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Entrevista: Joelma estreia fase pós-Ximbinha no Recife com músicas de roedeira

"Tudo tem limite. Meu limite chegou", diz a cantora paraense com show marcado no Clube Internacional

Publicado em: 28/03/2016 19:10 | Atualizado em: 28/03/2016 19:22

Cantora paraense dá o pontapé inicial na agenda da turnê batizada como Avante. No Recife, a apresentação será neste sábado (2), no Clube Internacional (Madalena). Foto: Fonttes Promoções/Divulgação
Chega de polêmica na vida de Joelma. Por seis meses, a cantora paraense, de 41 anos, protagonizou ao lado de Ximbinha uma “novela mexicana” pelo fim do casamento de 18 anos e a dissolução da banda Calypso. "Tudo tem um limite. Meu limite chegou. A partir do momento que o limite chega, tem que mudar de vida. Fácil não é. Mas Deus cura qualquer trauma e ferida", disse Joelma sobre o período.

Confira o roteiro de shows no Divirta-se

Em agosto do ano passado, veio à tona uma traição por parte de Ximbinha e, a partir daí, cada um foi para um lado. "Ela não quer mais falar sobre isso", adiantou o empresário pernambucano Pedro Motta, da Fonttes Promoções, a produtora que está gerenciando a carreira solo.

Joelma quer virar a página. Só aceitou conversar com o Diario por telefone nessas condições. Contou detalhes do novo show e do disco, falou de recomeçar e da sua fé inabalável. A paraense estava repaginando o visual para dar o pontapé inicial na agenda da turnê batizada como Avante, que começou a circular pelo Brasil neste mês. No Recife, a apresentação será neste sábado (2), no Clube Internacional (Madalena), na festa Arrocha e Mexe.

Passaram-se cerca de três meses entre a última apresentação dela com a banda Calypso – em 31 de dezembro no réveillon de Macapá – até o início da turnê e o lançamento do primeiro disco, previsto para a segunda quinzena de abril, com selo da Universal Music.

Com o fim da banda, boa parte dos músicos permaneceu com a cantora. Esse período foi para criação, produção, gravação e ensaios até finalizar o novo espetáculo. Segundo a artista, os fãs estiveram envolvidos em cada detalhe. Dando palpites que foram do repertório ao visual da cantora. As mensagens de carinho também inspiraram a nova personagem, a heroína de histórias em quadrinhos, que estará no encarte do álbum. “Foi ideia da produção. Entrevistando os fã-clubes, notaram que eles só me tratam como ‘rainha’, ‘poderosa’, ‘diva’ e foi assim que surgiu a ‘Super Joelma’. No início, eu ‘dei para trás’, pois não me vejo assim”, confessa.

Diferente dos outros projetos, Joelma mergulhou de cabeça em cada etapa e teve autonomia para decidir o que entrava ou saía. “Em Não teve amor misturamos arrocha com calypso, formando o ‘arrochalypso’. Usamos um calypso de balada. Essa parte era onde eu não participava”, explica a artista que diz ter encontrado forças em Deus para seguir em frente. "Gente pequena tem esse problema, é muito corajosa. Eu só pedia para Deus me fortalecer, porque coragem eu tenho". Inicialmente por uma questão jurídica, o nome artístico ficou apenas Joelma. “Já que é para estrear solo, ficou só Joelma mesmo. Já posso usar o ‘Calypso’, mas não quis. Quero deixar o passado para trás e recomeçar”.

O Recife, que sempre teve um papel central na época da Calypso, continua servindo como base para a família. Joelma volta a morar na capital pernambucana acompanhada por Yago, 19, e Yasmim, 11, frutos do relacionamento passado. O Brasil inteiro acompanhou o imbróglio envolvendo o ex-casal. Foram acusações de traição das duas partes, assédio sexual e violência doméstica. A intimidade da família foi completamente exposta. Em agosto de 2015, veio o anúncio da separação e o do fim da banda em um programa de TV ao vivo. Somente em novembro, sob gritos de “Joelma rainha” por parte dos fãs, o casal assinou os papéis do divórcio em cartório no Recife e colocou o ponto final na união de 18 anos. Cada um foi buscar seu recomeço. O ex-companheiro, trocou o nome para Ximbinha (grafado com X) e iniciou a Xcalypso com a potiguar Thábata Mendes, que foi recentemente substituída por Léya Emanuelle.

Já Joelma usa o apoio dos admiradores de diversas partes do Brasil para reescrever sua história. O que passou deixa a mensagem de superação e fé e pode até servir como exemplo. Joelma não descarta a possibilidade de, no futuro, relatar tudo em um livro. “Cair todo mundo cai, mas tem que levantar, não pode permanecer no chão”, finaliza.

Assista ao clipe de Não teve amor:



Entrevista Joelma // cantora

Você assina o projeto e estreia novo espetáculo. Aquele frio na barriga está maior?
A responsabilidade é maior, tudo é maior. Não queria colocar meu nome. Tenho até vergonha. Nunca quis ser artista solo. Comecei em banda e foi assim que fiquei conhecida no Brasil. Nunca passou pela minha cabeça usar meu nome. As pessoas que trabalham comigo me incentivaram. Já que é para estrear solo, ficou só Joelma mesmo. A restrição jurídica foi só por um tempo. Já posso usar o “Calypso”, mas não quis. Quero deixar o passado para trás e recomeçar tudo novo.

Você retorna aos palcos com a turnê Avante. O que preparou para o público?
Não posso deixar de tocar os sucessos eternizados na minha voz. Tenho isso como herança e vou levar para sempre. As músicas novas já estão na boca da galera: Aí coração, Não teve amor e Voando para o Pará. Se fosse escolher as canções que eu gosto, não ia dar certo. Recebi muito a ajuda dos fãs e dos músicos. A gente escolheu pedindo a opinião de todo mundo. Decidimos tudo em grupo e não prevaleceu só a minha vontade.

Você fala muito da autonomia que teve nesse trabalho. O que fez que não fazia antes?
Por exemplo, eu não ia para o estúdio ver arranjo e essas coisas. Mas tive que participar. Os detalhes para o disco e os arranjos do show. Está tudo mudado. A música Voando para o Pará tem uma mistura de ritmos: tem o calypso, o tecnobrega e até o dance com uma levada diferente. Demos essa diversificada. Gosto de brincar com os ritmos quando estou criando as coreografias e os músicos entenderam o que eu queria fazer.

Que novidades trouxe para este trabalho?
O arrocha é a grande novidade. Em Não teve amor, misturamos arrocha com calypso, formando o “arrochalypso”. Usamos um calypso jovial, de balada. Ficou mais a minha cara. Essa parte era onde eu não participava.

Quatro faixas do primeiro disco solo já estão disponíveis no Deezer e Spotify: Não teve amor, Se vira aí, Ai coração e A página virou. Foto: Reprodução/Instagram
O que pode adiantar do primeiro álbum?
Serão 14 músicas. Uma delas, canto com meus filhos. A faixa fala do amor de Deus em todas as áreas da vida, na família, nos amigos e no trabalho. Yago toca e as meninas, Natália e Yasmim, cantam. Foi emocionante, chorei ao ouvir o resultado. Perceber que eles cresceram e estão participando do meu trabalho pela primeira vez.

A sua história passa uma mensagem de superação. Acredita que pode ajudar outras pessoas?
Eu creio que sim. A gente não deve viver uma vida onde não é feliz. É algo pelo que se tem que lutar. Tudo tem um limite. Meu limite chegou. A partir do momento que o limite chega, tem que mudar de vida. Fácil não é. Mas Deus cura qualquer trauma e ferida. Basta se posicionar e pedir.

Já pensou em escrever um livro sobre sua vida?
Ainda não. Não tenho tempo para isso. Quem sabe mais lá na frente. Sempre dou um toque nas entrevistas. As pessoas não devem deixar a situação vencê-las. Quem faz o impossível na vida é Deus. Tudo que faço, coloco nas mãos de d’Ele, assim você erra muito menos.

Sua relação com os fãs é especial. O quanto eles te ajudaram nessa fase?
Eles (fãs) estão envolvidos em tudo. Pedi a opinião para o repertório. Fizeram uma votação para escolher as músicas que iam entrar no show. Também dei uma mudada no figurino e recebi alguns toques. O bom é que eles já aprovaram tudo. Temos um contato constante. Eles estão sempre presentes, me esperam no aeroporto. Sempre comentam nas fotos que posto no Facebook e Instagram. Desde o inicio da crise eles me deram mais força para tomar a decisão. “Vai em frente, esquece tudo, não fica nessa situação”. E pronto. Recebi muito o apoio deles.

Se não fosse cantora, que profissão teria escolhido?
Ai, gosto de tanta coisa. Acho que seria advogada ou estilista de moda. Nunca quis ser famosa. Sempre amei a música e a dança, mas queria tudo para mim. Subo no palco para cantar, dançar e me divertir. A música é isso. Me divirto com responsabilidade. A energia que vivo ali, passo para eles (fãs).




A relação com a cidade do Recife é antiga. Qual o papel da capital pernambucana tem na nova fase?
Foi no Recife onde tudo começou a acontecer, na verdade. Conseguimos estourar no Nordeste e foi uma porta para chegar à São Paulo. Foi o que aconteceu com a banda Calypso. Morei por cinco anos no Recife. Agora estou de volta com o Yago e a Yasmin. Eu amo Recife, acho fantástico. É difícil sair do Pará para trabalhar. Lá é complicado e muito longe. O Recife fica pertinho dos outros estados, com uma hora já estou em Natal, em Sergipe ou Fortaleza.

O que te inspira?
A minha busca diária e meta da vida é aperfeiçoar esse contato com Deus. Não abro mão de ler a bíblia todos os dias. É a primeira coisa que faço. Como diz o trecho: “Buscai, assim, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33). Depois diso, não me preocupo com as outras coisas, vejo tudo se encaixando naturalmente.

Serviço
Festa Arrocha E Mexe - Joelma, Tayrone, Musa e Kiamo
Quando: Sábado, 2 de abril, às 21h
Onde: Clube Internacional (CC)
Ingressos: R$ 30(pista), R$ 50 (área vip), R$ 80 (camarote), à venda nas Lojas Tropical e Ingresso Prime
Informações: (81) 98605-1343
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