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Arte Moderna Cinco fatos indispensáveis sobre a Semana de 22, que faz aniversário Manifestação artística ocorreu há 94 anos, no Teatro Municipal de São Paulo, e influenciou profundamente a cultura brasileira

Por: Viver/Diario - Diario de Pernambuco

Publicado em: 11/02/2016 15:40 Atualizado em: 11/02/2016 16:14

 

Cartaz da Semana de Arte Moderna de 1922. Crédito: Reprodução/Internet
Cartaz da Semana de Arte Moderna de 1922. Crédito: Reprodução/Internet


A Semana de Arte Moderna, realizada entre os dias 11 e 18 de fevereiro, completa 94 anos com uma posição consolidada sobre a arte brasileira. Se, em 1922, Oswald de Andrade dizia que o Brasil precisava superar seu "atraso de 50 anos com relação à Europa", hoje em dia é possível ver como o evento ajudou o Brasil a discutir a produção artística por um viés nacional. Na prática, a programação do evento se concentrou em três dias - 13, 15 e 17 de fevereiro -, mas seus efeitos foram muito duradouros por consolidarem o Modernismo no país. As noites englobaram música, artes visuais e literatura.

Veja cinco fatos que ajudaram a fazer a fama deste momento histórico.

+ Villa-Lobos vaiado
No último dia de programação oficial, dedicado à música, o compositor Heitor Villa-Lobos (1887-1959) apareceu de chinelos diante do público e causou uma reação extremamente adversa no público, que o vaiou bastante. Mesmo o fato de ele estar com um calo inflamado nos pés, em vez de fazer isso de propósito, foi levado em consideração. Os sambas, chorinhos e maxixes presentes no repertório já anunciavam a importância que os ritmos brasileiros teriam na obra do músico.

+ Vicente do Rêgo Monteiro, único pernambucano da Semana de 22

Divulgador das vanguardas europeias no Brasil, Vicente do Rêgo Monteiro (1899-1970) foi um precursor das ideias que nortearam a Semana de 22, com seu interesse nas lendas amazônicas e na produção de cerâmica marajoara desde a década anterior. Deixou oito obras para serem expostas na Semana de Arte Moderna, mas, na época, vivia em Paris. Foi amigo de modernistas notáveis, como a pintora Anita Malfatti, o escultor Victor Brecheret e o pintor Di Cavalcanti, o que rendeu o convite à Semana.

+Manoel Bandeira e o poema Os Sapos
Vaias, gritos e grunhidos eram ouvidos da plateia durante a leitura do poema Os sapos, do poeta pernambucano Manuel Bandeira, que criticava e ironizava o parnasianismo, corrente literária que se caracterizada pelo rebuscamento na linguagem. A sessão teve de ser interrompida, tal a reação da plateia. O poema, escrito originalmente em 1919, foi declamado por Ronald de Carvalho, pois Bandeira estava com uma crise de tuberculose e não pôde comparecer ao evento.

Mário de Andrade fazia parte do "Grupo dos Cinco", núcleo duro do Modernismo. Crédito: www.livreopiniao.wordpress.com/Reprodução da Internet
Mário de Andrade fazia parte do "Grupo dos Cinco", núcleo duro do Modernismo. Crédito: www.livreopiniao.wordpress.com/Reprodução da Internet

+Mário de Andrade e A Escrava que não era Isaura
Durante a Semana de Arte Moderna, Mário de Andrade fez a apresentação do esboço de um texto que seria publicado na íntegra apenas em 1925, chamado A escrava que não era Isaura. No ensaio, ele defende um maior aprofundamento do verso livre, da síntese no uso das palavras e frases e defende uma maior valorização do que há de brasileiro na língua.

+Anita Malfatti e o estopim da Semana

A pintora ajudou a unir os organizadores da Semana de Arte Moderna desde o ano de 1917, quando sua segunda exposição atraiu a ira de Monteiro Lobato, que escreveu o célebre texto Paranoia ou mistificação atacando sua obra e, por extensão, as vanguardas europeias. Participou da Semana de 22 com, coincidentemente, 22 obras, e entrou para o Grupo dos Cinco, que seria o núcleo duro do Modernismo: a própria Anita, Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, Menotti del Picchia e Oswald de Andrade.

 



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